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Coworking e a evolução dos espaços de escritório até hoje

Conheça sobre o desenvolvimento de diversos tipos de profissionais autônomos conhecido como Coworking.

O texto publicado foi encaminhado por um usuário do site por meio do canal colaborativo Meu Artigo. Brasil Escola não se responsabiliza pelo conteúdo do artigo publicado, que é de total responsabilidade do autor . Para acessar os textos produzidos pelo site, acesse: https://www.brasilescola.com.

O coworking significa atualmente o desenvolvimento de diversos tipos de profissionais autônomos, neste artigo foi apresentado a evolução histórica e como está o cenário atual deste tipo de serviço. O coworking, ou escritório compartilhado vem sendo o facilitador de diversos profissionais autônomos, tendo em vista que estes são o público alvo do serviço oferecido, um espaço de escritório, onde o cliente aluga a estação de trabalho por tempo determinado e após a realização de suas atividades pode ir embora sem a preocupação em manter o espaço físico. O objetivo deste trabalho foi analisar as interfaces históricas dos espaços de coworking, seu desenvolvimento e o cenário atual, pesquisados através de sites confiáveis e principalmente literaturas do assunto. Conclui-se que através da história do desenvolvimento dos escritórios, onde inicialmente eram espaços inóspitos e sem a preocupações especificas com os funcionários como relações sociais de trabalho e ergonomia por exemplo, atualmente observa-se a mudança nestes espaços, valorizando o funcionário.

Palavras-Chave: Coworking, Histórico, Escritório.

CONSIDERAÇÕES INICIAIS

Pense numa pessoa que trabalha como freelance ou autônoma no Brasil e não possui condição financeira para ter o próprio escritório; ou numa que está começando a carreira e a ideia de ter o próprio escritório está fora da sua realidade; ou, noutra que procura por um espaço fora dos Home Offices que por muitas não está preparada com o suporte técnico adequado, ambiente não planejado, espaço físico suficiente, mobiliários apropriados e, principalmente, com a inexistência de interação social, o que é importante para desenvolvimento de qualquer profissão. Enfim, para resolver esse problema, surgiu um modelo de trabalho que se baseia no compartilhamento de espaço e recursos de escritórios entre diversos profissionais de várias áreas de atuação. Esse modelo é chamado de Coworking.

O coworking são espaços capazes de influenciar comportamentos, regulam a forma, a intensidade com que as relações pessoais ocorrem, diante disso podemos dizer que o desenho e planejamento do espaço de trabalho é um fator chave de interação, sendo essa afirmativa relativamente recente.

Quando analisamos a evolução histórica dos espaços de trabalho, entende-se que os planejamentos de escritórios foram restringidos por muitos anos a simples transcrição de modelos de trabalho para os requisitos espaciais, ou simplesmente espaços não planejados, adaptados.

Inicialmente os espaços eram muito organizados e padronizados. Os funcionários eram vigiados em tempo integral por seus supervisores, estes até possuindo um cronómetro em mãos. Anos depois, após várias manifestações contra o tratamento interpessoal entre gerencias versus trabalhadores, surgiram os modelos de trabalho considerados até então mais” liberais”, sem uma divisão clara de hierarquia interna, eliminaram paredes e divisões que limitavam a inter-relação entre os trabalhadores, mas perceberam que também não era ambiente apropriado e teve como resultado seus trabalhadores distraídos e com muitas conversas paralelas (ANDRADE, 2007).

Objetivo

Analisar historicamente o surgimento dos espaços de coworking, descrevendo sua interfaces e desenvolvimento.

Metodologia

Inicialmente foi realizada uma pesquisa bibliográfica acerca do tema, estudos em material bibliográfico como livros, artigos periódicos, revistas, dados e informações em sites confiáveis, através destes obter maior compreensão a respeito de escritórios (evolução histórica) e principalmente sobre coworking.

Foram analisados através de leitura exploratória, seletiva, analítica e interpretativa.

CONSIDERAÇÕES FINAIS       

O termo coworking foi criado em 1999 por Bernie de Koven. Em 2005, o termo foi usado por Brad Neuberg, um engenheiro de software, nos Estados Unidos para designar o primeiro coworking, do qual foi o responsável.  Junto com os seus amigos, fundou o escritório chamado Hat Factory, em São Francisco, nos Estados Unidos, abriu as portas para aqueles profissionais que precisavam de lugar para trabalhar e queriam compartilhar experiências. Afinal, um dos fatores que faz o coworking ser mais atrativo é a questão de trocas de experiências, ideias e valorização do networking através de contatos com vários profissionais no mesmo espaço. Hoje, o número de usuários de coworking vem crescendo gradativamente no mundo inteiro. Atualmente, são apontados dados de aproximadamente 110mil coworkers em 81 países. (Revista Exame, 2011).

De acordo com Andrade (2007, p.39), até o final do século XIX, nos espaços de escritórios trabalhavam somente homens com as mesas de trabalhado dispostos lado a lado, junto de seus supervisores ou do dono da empresa. As mesas eram grandes e de madeira escura, e em cima dela havia apenas a caneta e o tinteiro, a única tecnologia disponível na época, quando ainda valorizavam a habilidade da escrita.

A partir do início do século XX, houve uma grande expansão no setor industrial, que deu origens às grandes corporações. Consequentemente houve a necessidade de aumentar o número de funcionários e com isso, também aumentaram as exigências por maior controle dos funcionários pelos superiores, com cronômetro e a régua de cálculo. E assim surgiu o novo conceito de ocupação nos escritórios, o Bullpen que se baseou na teoria da administração científica, criada por Frederick Winslow Taylor, o Taylorismo, que deixa bem claro, no ponto de vista organizacional, uma divisão rígida e clara entre o trabalho intelectual e o manual.

A fim de exemplificar este sistema tem-se o edifício Edifício Larking (1904) foi projetado e construído pelo arquiteto Frank Lloyd Wright, em Buffalo, Nova Iorque, EUA. O Frank Lloyd foi o primeiro a encarar o taylorismo de uma forma global e integrada, seguindo as diretrizes do período e os ideais da Escola de Chicago[1], e assim foi possível dar forma a esse edifício.

Esse edifício foi considerado um protótipo do taylorismo na arquitetura. Ele é formado por um átrio central de pé direito elevado, que foi destinado aos funcionários de escalões inferiores. Este espaço é iluminado naturalmente através das utilizações de claraboias e circundado verticalmente por 4 pavimentos de galerias abertas e viradas para esse átrio central, de modo a facilitar e proporcionar o controle total da produção dos escalões mais baixos por escalões médios. Nessas galerias é onde ficavam as salas privativas desses escalões médios. Atualmente, o edifício é inexistente, pois foi demolido em 1949.

O Edifício Johnson’s Wax, também projetado por Frank Lloyd Wright, foi edificado 35 anos após o Edifício Larking ter sido construído, este por sua vez localizado em Recine, EUA. Ambos possuem o mesmo conceito, porém o que diferenciava o Johnson’s Wax do primeiro edifício era que o Taylorismo havia sido atenuado em consequência do crescimento do movimento humanista que protestavam a favor da melhoria e a adequação no tratamento das: gerências x trabalhadores. Este movimento pregava que o trabalhador fosse tratado como um ser humano e não como uma máquina, porém o modelo de gestão e de organização das empresas ainda continuou com o mesmo conceito e ideias taylorianas (CALDEIRA, 2004).

Nesse edifício, o poder da imagem corporativa foi reforçado e representado através dos famosos pilares de capitel circular em concreto branco. Havia uma grande diferença entre a escala humana e arquitetônica. Então, o layout continuou com o mesmo conceito do edifício Larking, no qual os funcionários trabalhavam em mesas enfileiradas de lado a lado em um átrio central. Pavimentos superiores circundavam esse átrio central tendo em vista neste espaço, uma posição estratégica para a inspeção dos funcionários dos baixos escalões. As salas privativas dos escalões superiores ficavam nesses pavimentos superiores. Esse edifício não apresentava a relação interior x exterior, não havendo nenhuma vista para o exterior, porém a iluminação natural foi introduzida através dos vazios formados pelas colunas.

Diante destes edifícios construídos houve o claro desenvolvimento do modo em que eram vistos os postos de trabalho.

O conceito de ocupação, o Bullpen, predominou até meados de 1950, década na qual foi desenvolvido um novo conceito pelos irmãos Eberhard e Wolfgang Schenelle, líderes na empresa Quickborner Team, na Alemanha. Ponderavam que as salas fechadas eram barreiras entre os funcionários, não permitindo uma inter-relação. Assim foi concebido um novo conceito, o Landscape Office, ou Escritório Panorâmico.

Para o sistema de organização espacial foi proposto um ambiente totalmente aberto, sem qualquer divisória, mesmo nos corredores.

Os avanços tecnológicos da informação aconteceram de forma plena nos anos 80, modificando o modo de pensar das empresas, transformando assim, os modos de exigências controladoras. Esse avanço pode ser apontado como determinante, pois tornou as empresas menos hierárquicas e mais preocupadas com a capacitação profissional individual. Através dessa capacitação houve a necessidade de modificação do sistema de espaço organizacional dos postos de trabalhos, no qual, mais uma vez, buscava-se a melhor adequação às novas demandas, pois um dos principais objetivos agora era: a redução dos custos operacionais, qualificação dos funcionários, agilidade nos processos de produção e aumento da capacidade.

Esse avanço foi muito importante para o crescimento das empresas, tornando o trabalho mais flexível, proporcionando maior liberdade ao funcionário, com possibilidade de realizar algumas tarefas em outros espaços, aumentando a comunicação e a troca de informações, dando mais motivação e tecnologia (PROJETO/DESIGN, 1999).

Conhecido pela sigla SOHO (Small office and Home Office), que traduzido significa “escritório em casa”, é classificado como ambiente de trabalho não territorial. De acordo com a Andrade (2007):

“A flexibilidade da jornada somente se tornou possível graças às melhorias na [...] telecommuting, que viabilizou as pessoas a trabalharem em casa, podendo receber ligações de seus clientes como se estivessem no trabalho, além de poderem acessar, de seus computadores, as redes de dados da empresa.”

 Com todas essas inovações e avanços tecnológicos, as empresas estavam encorajadas a enfrentar o aumento da competitividade e a perda das limitações institucionais. A partir disso, as empresas começaram a enviar uma parte dos seus funcionários para exercer as suas atividades em suas casas. Inicialmente, esta ideia se apresentava como inovadora e de fácil aplicação, uma vez que reduzia custos. Porém, em seguida, foram surgindo alguns problemas, como prejuízos causados por fatores fisiológicos, psicológicos e econômicos.

Como também havia outras observações que afirmavam os vínculos sociais são de extrema importância para os seres humanos. Nesse contexto, de acordo com Raymond e Cunliffe (1997, p.22):

As pessoas ainda precisam trabalhar juntas. Tanto por razões de negócio quanto por razões pessoais. Para o bem dos negócios, elas precisam trocar ideias, instruções e informações, precisam estimular-se para serem criativas e energéticas. Por elas mesmas, as pessoas precisam ter vínculos com seus colegas e ser valorizadas por eles. A tecnologia de informação funciona bem para transações remotas que precisam de um registro formal. Porém, trocas informais e sofisticadas se beneficiam do contato pessoal. A linguagem do corpo ainda fala melhor do que as palavras; então, quando se está lidando com nuances de ideias, as discussões em grupo funcionam melhor do que conferências à distância.

 Todos estes problemas apontados anteriormente serviram para criar soluções a fim de incentivar e valorizar as potencialidades. Esse modo de trabalho vem crescendo, sendo utilizado no mundo inteiro e sofrendo modificações, de acordo com a necessidade de cada trabalhador, como por exemplo, o das atividades realizadas em casa só em alguns dias da semana e nos demais dias, a empresa disponibiliza aos funcionários, as instalações mais próximas da sua casa, chamado de escritórios satélites, ou na sede da empresa, onde utilizam outros tipos de conceitos de ambientes de trabalho.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Aconteceram muitas mudanças no decorrer dos últimos cem anos no que diz respeito à evolução dos espaços dos escritórios. Essa transformação vem ocorrendo até os dias atuais e continuará a ocorrer, pois é a qualidade nos ambientes, principalmente de trabalho, que tem se tornado o fator chave em qualquer empresa.

Uma das mudanças que mais influenciou nas evoluções dos espaços de escritórios foram os avanços tecnológicos. Os avanços tecnológicos promoveram uma grande mobilidade e otimização dos espaços, permitindo hoje, e dependendo das atividades, a possibilidade de realiza-las onde quer que seja. Possuindo em suas mãos os equipamentos adequados, a relação entre capacitação de trabalho e a capacidade de transformar as informações em conhecimentos é maior. De acordo com o Stewart (1998, p. 45) a gestão do conhecimento depende de 3 fatores: o capital humano, pois é por ele que tudo começa; o capital estrutural, pois através dele que isso vira possível, e o capital do cliente, o fim.

Atualmente, existe uma grande necessidade da busca pelo novo estilo de trabalho, com o foco direcionado para uma economia do conhecimento, no qual se trabalha com informações e ideias, e se valoriza o aumento da rede de comunicações – informação mundial dentro de uma estrutura organizacional de comunidades com o mesmo interesse. Aponta-se, a tendência à explosão do conhecimento científico e técnico, essa tecnologia da informação vem sendo cada vez mais valorizada dentro das empresas, e assim, novos tipos de modelo organizacional e métodos gerenciais são impostos. Os espaços de coworking podem ser considerados como facilitadores, pois as dificuldades de manter escritórios, funcionários, impostos relacionados ao espaço são sanadas por estes locais.

REFERÊNCIAS

ANDRADE, Claúdia. A História do Ambiente de Trabalho em Edificios de Escritórios, um Século de transformações. Editora C4 São Paulo, 2007.

CALDEIRA, V. A evolução da arquitetura de escritórios. Idéias de Arquitetura 10. São Paulo, [20 -]. Disponível em: http://www.luxalon.com.br/htmls/222lux.html. Acesso em: 10 set. 2013.

MALARD, M. L. Os Objetos do Cotidiano e a Ambiência. In: 2º Encontro Nacional de Conforto no Ambiente Construído, ANAIS. Florianópolis: ANTAC, ABERGO, SOBRAC.1993.

NBR 10520: informação e documentação – citações em documentos – apresentação. Rio de Janeiro, 2002b.

Revista Exame, edição 155. Disponível em . Acesso em 15 jul. 2013.

STEWART, Thomas A. Capital intelectual: a nova vantagem competitiva das empresas. 2.ed. Rio de Janeiro: Campus, 1998.


[1] A Escola de Chicago foi um fator muito grande, onde influenciou na evolução dos escritórios. Contribuindo para a execução de projetos inovadores de edifícios altos em concreto armado e aço, libertando as fachadas da estrutura, a adoção de aberturas de janelas cada vez maiores, clarabóia, pé direito elevado, dando maior liberdade na hora de projetar os mobiliários, preocupando-se ainda mais com o conforto e o bem estar das pessoas que trabalhavam nesses ambientes.


Publicado por: ANNA YURI MIRANDA MURAYAMA

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