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A IMPORTÂNCIA DA HUMANIZAÇÃO NA ARQUITETURA HOSPITALAR

Análise sobre a importância da Humanização na arquitetura hospitalar.

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RESUMO

Tendo em vista que humanização é algo importante dentro dos hospitais pesquisa-se sobre humanização  na arquitetura hospitalar. Para tanto, é necessário evidenciar a importância da Humanização na arquitetura hospitalar. Realiza-se, então, uma pesquisa A metodologia utilizada neste projeto de monografia foi a bibliográfica, sendo ela qualitativa básica, de caráter descritivo-exploratório onde houve pesquisas e leituras sobre o tema. Todos os autores e suas teorias foram muito importantes para que o aperfeiçoamento e a produção científica obtivessem êxito. Conclui-se que humanização do ambiente físico hospitalar, ao mesmo tempo em que colabora com o processo terapêutico do paciente, contribui para a qualidade dos serviços de saúde prestados pelos profissionais envolvidos

Palavras-chave: Humanização. Arquitetura Hospitalar. Hospital.

ABSTRACT 

Bearing in mind that humanization is something important within hospitals, research is conducted on humanization in hospital architecture. To do so, it is necessary to highlight the importance of humanization in hospital architecture. The methodology used in this monograph project was bibliographic, being a basic qualitative one, with a descriptive and exploratory character where there was research and reading about the theme. All the authors and their theories were very important for the improvement and scientific production to be successful. It was concluded that the humanization of the hospital physical environment, while collaborating with the therapeutic process of the patient, contributes to the quality of health services provided by the professionals involved.

Keywords: Humanization. Hospital Architecture. Hospital.

1. INTRODUÇÃO

É possível que um Hospital de Emergência seja considerado um dos mais críticos em relação à promoção da qualidade no atendimento humanizado. De acordo com o Ministério da Saúde, é nesse ambiente que se observa, com maior frequência o desarranjo nos fluxos internos gerados pelos usuários buscando atendimento e pelo corpo técnico ao realizar seu trabalho, tornando essa, uma das razões pela qual a Humanização Hospitalar tem sido um tema amplamente discutido na literatura e em eventos acadêmicos realizados recentemente. O contentamento dos usuários em relação ao espaço físico é de suma importância nos estabelecimentos de saúde, pois o desgaste físico e emocional pelo qual passa a maioria dos pacientes, reflete também sobre a família, bem como na exaustiva rotina do corpo médico e de enfermagem. O espaço físico não elimina o sofrimento do paciente, mas pode contribuir para melhorar o seu bem-estar e o dos funcionários, ao investir em um ambiente mais humanizado e adequado às suas expectativas e necessidades. (BADALOTTI; BARBISAN, 2015).

Nos seus primórdios o hospital era utilizado como hospedagem e abrigo aos peregrinos, estando eles enfermos ou não, e surge como um auxílio da alma mais do que ao corpo. Esses “hospitais” funcionavam em qualquer lugar e eram concebidos de acordo com os costumes de cura de cada época, quando esses costumes mudaram, a edificação mudava junto; podendo ser em uma igreja, uma estalagem e outros. (MIQUELIN,1992).

O objetivo deste trabalho é evidenciar a importância da Humanização  na arquitetura hospitalar.  Passados os anos, os hospitais acresceram às suas características a imagem de um espaço de cura, esperança, nascimento, e não só de morte e dor. Apesar das melhorias, a humanização deste espaço ficou em segundo plano, pois, a partir daí, passa-se a construir locais específicos para o atendimento aos pacientes, porém, esses espaços continuam com aspecto de frieza, focados principalmente nas funções que ali são desempenhadas A edificação hospitalar quase não possuía ventilação e iluminação natural, pois era considerado uma forma de contaminação, o que deixava o ambiente mais insalubre, e aumentava as infecções e contaminações (LUKIANTCHUKI; CARAM, 2008).

A metodologia utilizada neste projeto um artigo de bibliográfica, sendo ela qualitativa básica, de caráter descritivo-exploratório onde houve pesquisas e leituras sobre o tema. Todos os autores e suas teorias foram muito importantes para que o aperfeiçoamento e a produção científica obtivessemêxito.

2. HUMANIZAÇÃO DA ARQUITETURA HOSPITALAR

O hospital, como vê hoje o senso comum, é um local para o qual se acorre com o objetivo de tratar e curar doenças. No entanto, esse conceito, numa visão mais aprofundada e científica, engloba outros componentes, como especialidades médicas, edificações com diferentes usos e também funções diversificadas para a assistência à população e às necessidades da comunidade. O século XXI é caracterizado pela crescente necessidade de humanização do ambiente hospitalar, procedente de pesquisas que comprovam melhora na permanência e nos diagnósticos de cura dos enfermos em condições mais próximas a sua vida externa ao hospital (MATIA, 2017). A humanização da arquitetura hospitalar busca promover a harmonização entre esses elementos, de forma a obter benefícios em prol da saúde e proporcionar condições de convívio mais humanas, oferecendo maior bem-estar aos usuários desses estabelecimentos e possibilitando ao paciente uma melhor recuperação e, posteriormente, sua alta. 

Segundo Lelé (2017), para curar um paciente, é preciso primeiro curar sua mente e, depois, o seu corpo. Se o paciente não receber o devido tratamento psicológico necessário, será muito difícil haver a cura integral.

A preocupação com a humanização do edifício hospitalar não é recente. Ela estava presente, por exemplo, no pensamento e na atuação de Avicena (979-1037), filósofo e médico árabe que escreveu tratados sobre variados conjuntos de assuntos, quarenta destes sobre medicina. (TOLEDO,2008)

No ocidente, os europeus somente começaram a tratar seriamente da questão no final do século XVIII, quando Howard e Tenon (este, a convite da Academia de Ciências de França) desenvolveram exaustivas pesquisas nos hospitais europeus, tendo como finalidade estabelecer diretrizes para a criação de uma nova proposta hospitalar, que Feldman(2015) passou a chamar de hospital terapêutico. Tais pesquisas serviram como base para reformulação e reconstrução desse tipo de estabelecimento, com base no acesso a dados quantitativos (número de doentes, leitos, área, etc.), uma conquista importante que contribuiu para o aumento das chances de cura dos pacientes foi a separação por tipo de patologia, reduzindo os riscos de contágio.

Pode-se dizer que houve uma mudança significativa das ideias relacionadas ao projeto de hospitais brasileiros na década de 1950, motivada pela realização do Curso de Planejamento de Hospitais, promovido pelo Instituto de Arquitetos do Brasil, departamento de São Paulo. Esse evento foi um marco para a consolidação dos arquitetos como “protagonistas do processo de construção dos hospitais, desde a sua concepção até a entrega da obra”. Novas soluções arquitetônicas foram propostas, delineando estratégias projetuais que suscitaram inovações arquitetônicas – seja na organização do programa ou na concepção do espaço -, fundamentais para compreensão das transformações dos edifícios de saúde desde a segunda metade do século XX. (MATIA, 2017).

No Brasil, o conceito de humanização foi estabelecido pelo Ministério da Saúde no setor público com o princípio de alguns programas de saúde. Em 2001, constituiu- se o Programa Nacional de Humanização da Assistência Hospitalar (PNHAH). Em 2002, mesmo ano em que foi institucionalizado a RDC 50/2002, implantou-se o Programa de Humanização no Pré-Natal e Nascimento (PHPN). E, em 2003, o Ministério da Saúde determinou a Política Nacional de Humanização (PNH) Os resultados têm sido positivos desde a implantação dos projetos pelo Ministério da Saúde, em 2001, com o PNHAH. As ações das Secretarias de Saúde e dos hospitais têm tido avanços importantes na relação entre usuários e profissionais, além da melhor organização dos atendimentos, nos cuidados das instalações, em melhorias nos acessos e nas formas de comunicação do hospital, assim como no treinamento para implantação de projetos de humanização. (VAITSMAN; ANDRADE, 2005).

Dos conceitos incorporados à PNH, um relaciona-se particularmente com o desenvolvimento da arquitetura hospitalar: a “ambiência”. Tal princípio “refere-se ao tratamento dado ao espaço físico entendido como espaço social, profissional e de relações interpessoais que deve proporcionar atenção acolhedora, resolutiva e humana” (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2010). Assim sendo, o MS descreve três eixos para sua construção:

● O espaço que visa à confortabilidade focada na privacidade e individualidade dos sujeitos envolvidos, valorizando elementos do ambiente que interagem com as pessoas – cor, cheiro, som, iluminação, morfologia..., e garantindo conforto aos trabalhadores e usuários;

● O espaço que possibilita a produção de subjetividades – encontro de sujeitos –

por meio da ação e reflexão sobre os processos de trabalho;

● O espaço usado como ferramenta facilitadora do processo de trabalho, favorecendo a otimização de recursos, o atendimento humanizado, acolhedor e resolutivo

Nestes aspectos, a arquitetura dos espaços de saúde ultrapassa a composição técnica, simples e formal dos ambientes, passando a considerar as situações não construídas, delimitadas por um espaço e tempo que são vivenciadas por determinados grupos de pessoas, com seus valores culturais e relações sociais (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2010). Na sequência, foram levantados atributos projetuais que colaboram com ahumanização de espaços em ambientes hospitalares e a incentivam-na. Esses atributos foram brevemente analisados e, posteriormente, foram verificados em diversos estudos de caso pelo mundo.

O bem-estar físico e emocional do homem é influenciado por seis fatores: a luz, a cor, o som, o aroma, a forma e a textura. Esses elementos do ambiente têm um impacto tão grande no psicológico e no físico dos indivíduos que uma instalação médica bem projetada, aplicando adequadamente esses fatores, pode ser considerada parte importante do tratamento.( GAPPELL, 1991)

Outros autores enfatizam também a importância da temperatura para o bem-estar dos pacientes. Anecessidade de se entender a dimensão climática da arquitetura hospitalar como um dos parâmetros fundamentais do projeto arquitetônico, que está intimamente ligado às condicionantes econômicas, sociais, funcionais, tecnológicas, materiais e estéticas. (MATIA, 2017).

Os fatores ambientais são uns dos principais elementos que permitem que a condição humana esteja interligada à tecnologia dos hospitais. De acordo com Koenigsberger (1977), conforto ambiental é a sensação de bem-estar físico e mental, criada por um arquiteto no ato de projetar. Ele tem a função de qualificar os espaços de saúde a fim de favorecer a permanência dos pacientes e as atividades dos funcionários.

2.1. ILUMINAÇÃO

A iluminação artificial, indispensável na maioria dos ambientes hospitalares, influencia o equilíbrio fisiológico e psicológico dos usuários. Deve-se evitar o erro habitual de se pensar na iluminação depois da seleção das cores e dos materiais. Dessa forma, é preciso integrar, o mais precocemente possível, a luz no projeto arquitetônico, com a definição da luminância necessária ao ambiente, antes da escolha das cores. Há dois parâmetros a serem considerados: a quantidade e a qualidade da iluminação. Quanto à quantidade, deve-se lembrar que a percepção individual varia segundo os locais e a atividade, se contínua ou intermitente. Já a qualidade depende do índice de expressões e temperatura da cor. Por exemplo, a luz branca natural, cujo espectro é contínuo e completo, tem um índice de expressão de cores igual a 100.(CORBELLA,2003)

A luz determina a cor, isto é, qualquer luz natural ou artificial que cai sobre uma superfície colorida afeta sua aparência, já que esta cor não existe por si própria, mas como resultado da excitação do olho. Assim, como o sabor e o cheiro são sensações, a cor também é resultado de uma sensação individual. As cores fortes, com grande comprimento de onda, como vermelho, laranja e amarelo, aumentam o relevo de alguns obstáculos a evitar. Enquanto o roxo, o azul e o verde esfumaçado, de curto comprimento de onda, parecem achatar os objetos.(CEDAR LAKE VENTURES INC, 2019).

3. CONCLUÇÃO 

Conclui-se que o arquiteto possui atualmente elementos para conceber uma arquitetura de alto valor estético integrada ao ambiente. A arquitetura possui uma grande influência e importância na humanização em ambientes da área de saúde, melhorando as condições dos usuários desses espaços e aparecendo como uma grande evolução para qualquer tratamento.

A humanização nos estabelecimentos de saúde está relacionada à estrutura física espacial do edifício, gerada a partir de projetos de arquitetura, esta busca padrões de projeto que proporcionem a satisfação e o bem-estar dos seus usuários utilizando-se de artifícios e de organização em sua ambientação.

humanização do ambiente físico hospitalar, ao mesmo tempo em que colabora com o processo terapêutico do paciente, contribui para a qualidade dos serviços de saúde prestados pelos profissionais envolvidos. A natureza transversal dessa política envolve todos os atores e pode ser colocada em prática de imediato, porque exige apenas a decisãode mudar a forma de ver o outro.

REFERÊNCIA

BADALOTTI, C. M.; BARBISAN, A.O. UMA BREVE HISTÓRIA DO EDIFÍCIO HOSPITALAR – DA ANTIGUIDADE AO HOSPITAL TECNOLÓGICO. Revista Tecnológica / ISSN 2358-9221, [S.l.], v. 3, n. 2, p. 346-358, sep. 2015. ISSN 2358-9221. D

CEDAR LAKE VENTURES, INC (United States). Condições meteorológicas médias de Colatina.2019. Disponível em: V. Acesso em 11 de Jun. 2022

CORBELLA, O. Em busca de arquitetura sustentável para os trópicos – conforto ambiental. Rio de Janeiro: Revan, 2003.

FELDMAN, L. B., GATTO, M. A. F., CUNHA, I. C. K. O. História da Evolução da Qualidade Hospitalar: dos padrões a acreditação. Artigo escrito e publicado em 2005, São Paulo / Brasil.

GAPPELL, M. Symposium on Healthcare Design.Boston / Estados Unidos, 1991. GAÚCHA ZH. Hospital Humanizado: conheça cinco projetos que alegram a rotina dos pacientes. Matéria                    publicada  no              website,           ​Brasil. Link disponível  em  https://gauchazh.clicrbs.com.br/saude/vida/noticia/2019/10/hospital-humanizado-conheca-cinco-projetos-que-alegram-a-rotina-dos-pacientes-ck1kml9a604t001r26lirjmuy.html. Acesso em 11 de Jun. 2022

KOENIGSBERGER, O. H. Viviendas y Edifícios enZonas Cálidas y Tropicales. Editora Paraninfo. Madrid / Espanha, 1977.

MATIA, G. Ambiente e Arquitetura Hospitalar. Intersaberes. Curitiba / Brasil, 2017.

LUKIANTCHUKI, M. A; CARAM, R. M. Arquitetura Hospitalar e o Conforto Ambiental: Evolução Histórica e Importância na Atualidade. In: Núcleo de Pesquisa em Tecnologia da Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (NUTAU-USP). São Paulo, 2008. Disponível em:https://www.usp.br/nutau/CD/160.pdf . Acesso em 11 de Jun. 2022

MATIA, G. Ambiente e Arquitetura Hospitalar. Intersaberes. Curitiba / Brasil, 2017.

MINISTÉRIO DA SAÚDE. Ambiência. 2ª edição. Secretaria de Atenção à Saúde. Núcleo Técnico da Política Nacional de Humanização. Brasília / DF / Brasil, 2010. Link disponível emhttp://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/ambiencia_2ed.pdf Acesso em 11 de Jun. 2022

MIQUELIN, L. C. Anatomia dos edifícios hospitalares. São Paulo: Centro São Camilo de Desenvolvimento em Administração da Saúde, 1992. 241 p. Inclui bibliografia

TOLEDO, L. C. Feitos para Cuidar: a arquitetura como um gesto médico e a humanização do edifício hospitalar. Tese de Doutorado em Arquitetura e Urbanismo - Faculdade de Arquitetura, Universidade Federal do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro / Brasil, 2008.

VAITSMAN, J; ANDRADE, G.R. B. Satisfação e Responsividade: formas de medir a qualidade e a humanização da assistência à saúde. Artigo escrito e publicado em 2005, Rio de Janeiro / Brasil. Link disponível em < https://www.researchgate.net/publication/250027839_Satisfacao_e_responsividade_formas_de_medir_a_qualidade_e_a_humanizacao_da_assistencia_a_saude . Acesso em 11 de Jun. 2022


Publicado por: Ana Yasmin Pereira Sampaio

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