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A Evolução da Ciência nos Séculos XIX e XX

Breve resumo sobre a evolução da ciência nos séculos XIX e XX.

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Cientificamente, Como Ficou Marcada a Revolução Industrial? Quais Foram as Grandes Descobertas Científicas Dessa Época? Qual Foi a Consequência do Desenvolvimento da Ciência no Século XX?

A partir do século XIX, a Revolução Industrial foi marcada pela criação e pelo uso da energia e, dessa forma, ciência e produção passaram a se influenciar mutuamente; ou seja, a necessidade de meios mais eficientes de produção fez com que a ciência se desenvolvesse. “Os problemas técnicas da indústria começam a gerar constantes desafios às ciências, ao mesmo tempo em que a indústria torna-se dependente dos progressos científicos” ([1]).

Nessa época foi inventado o primeiro termômetro de mercúrio; provou-se que os raios são eletricidade; a indústria têxtil foi desenvolvida a partir do aperfeiçoamento da primeira máquina a vapor; a química avançou mostrando que o ar não é uma substância elementar, mas composto de vários gases e, dentre eles, o oxigênio foi isolado pela primeira vez

Foi instaurada a lei da conservação das massas (“na natureza nada se perde, nada se cria, tudo se transforma”); a matemática também alcançou progressos – principalmente no campo das equações diferenciais – e a medicina entrou na era da prevenção com a introdução da técnica de vacinação. O século XIX apresentou uma série de invenções importantes e, pode-se dizer que, também foi século da invenção das ciências biológicas:

  • 1821 – inventou-se o motor elétrico.
  • 1824 – fundou-se a dinâmica do calor ou termodinâmica. 1843 – surgiu o primeiro telégrafo elétrico.
  • 1859 – Darwin formulou a sua teoria da evolução das espécies.
  • 1860 – inventou-se o motor a gasolina.
  • 1866 – surgiu a dinamite.
  • 1876 – foi inventado o telefone.
  • 1887 – foi descoberto o elétron.

Mais uma vez o que desejamos é mostrar que a utilização de métodos próprios leva as ciências a avançarem, principalmente a partir de pesquisas e descobertas em ramos específicos do conhecimento.

O Século XX

A racionalidade e a consciência representam apenas uma camada da psique humana, que é também determinada por processos inconscientes e irracionais sobre os quais o ser humano não tem controle. Não é possível prever os fenômenos nucleares, já que seus movimentos são irregulares e desordenados; tempo e espaço não são absolutos, mas relativos; o universo está em constante expansão; os átomos são estruturas praticamente vazias, e não maciças: a matéria é descontinua.

Por mais paradoxal que possa parecer, o intenso desenvolvimento da ciência, no século XX, acabou abalando a crença do ser humano num universo regido por leis e passível de ser conhecido em seus mínimos detalhes. Ao contrário, o progresso científico do século passado levou o ser humano a perceber que só pode compreender o mundo em que vive pelas leis da probabilidade, por meio de aproximações que, em geral, são passíveis de erro.

A ciência passou a conviver com a ideia de que o acaso desempenha papel primordial no universo, assim como no próprio ser humano. “A ciência não é epistemológica e tampouco ontologicamente neutra” (MATTAR, 2008, p. 18) e vemos nas pesquisas em Física uma contribuição nesse sentido quando propõe que o átomo já não é mais considerado um maciço e nem indivisível.

Na segunda metade do século XX, as ciências físicas alcançaram também um alto grau de abstração quando começou a desenvolver uma teoria de que o universo não é estático, mas em constante movimento e expansão. Os avanços na genética (principalmente através do Projeto Genoma Humano), um dos mais audaciosos do final do século XX prometeu revolucionar a medicina, as ciências biológicas, a indústria relacionada à biotecnologia (agricultura, produção de energia, controle de lixo, despoluição ambiental).

Enfim, pode-se afirmar que o papel das ciências, do conhecimento científico é insumo indispensável para o desenvolvimento econômico e social do planeta.

A CLASSIFICAÇÃO DA CIÊNCIA

Devido à complexidade do universo e da diversidade dos fenômenos que acontecem nele, foi preciso haver uma divisão da ciência em vários ramos para que o homem estudasse e entendesse esses fenômenos. Essa divisão – ou classificação – obedece várias características: ou pelo conteúdo, pela diferença dos enunciados ou pela metodologia empregada. A primeira classificação foi proposta por Augusto Comte que obedeceu uma ordem crescente de complexidade: Matemática, Astronomia, Física, Química, Biologia, Sociologia e Moral. Outros autores aliaram a complexidade crescente com o conteúdo.

Em relação ao conteúdo, a classificação primeira foi feita por Rudolf Carnap, que dividiu as ciências em formais (contendo apenas enunciados analíticos; isto é, cuja verdade depende unicamente do significado de seus termos ou de sua estrutura lógica) e factuais (além dos enunciados analíticos, contém, sobretudo os sintéticos, aqueles cuja verdade depende não só do significado de seus termos, mas, igualmente, dos fatos a que se referem). Bunge (1976, p. 41 apud Lakatos e Marconi, 2004, p. 27) ([2]) apresentaram a seguinte classificação:

  • Formal (lógica e matemática);
  • Factual: - natural (física, química, biologia e psicologia individual);

          - cultural (psicologia social, sociologia, economia, ciência política, história material e história das ideias).

Na classificação de Wundt (1952 apud Lakatos e Marconi, 2004, p. 27) temos:

  • Formais (matemática)
  • Reais – ciências da natureza e ciências do espírito

Mesmo não havendo muito consenso entre as classificações, a diferença fundamental é ser formal ou factual, ou seja, a ciência formal estuda as ideias e a ciência factual estuda os fatos.

Nas primeiras (ciências formais) encontramos a lógica e a matemática, que não tendo relação com algo encontrado na realidade, não podem valer-se dos contatos com essa realidade para convalidar suas fórmulas. Por outro lado, a física e a sociologia, sendo ciências factuais, referem-se a fatos que supostamente ocorrem no mundo e, em consequência disso, recorrem à observação e à experimentação para comprovar (ou refutar) suas fórmulas (hipóteses) (LAKATOS; MARCONI, 2004).

A lógica e a matemática tratam de entes ideais, tanto abstratos quanto interpretados, existentes apenas na mente humana e, mesmo nela, em âmbito conceitual e não fisiológico. Em outras palavras, constroem seus próprios objetos de estudo, mesmo que, muitas vezes, o faça, por abstração de objetos reais (naturais ou sociais). Segundo Lakatos e Marconi (2004) citando Trujillo (1974) e Bunge (1976) a divisão em ciências formais e factuais considera alguns aspectos, conforme veremos a seguir:

  • O Objeto ou Tema das Respectivas Disciplinas: A) Ciências Formais – Se preocupa com enunciados; B) Ciências Factuais – Tratam de coisas e processos.
  • A Diferença de Espécies Entre Enunciados: A) Ciências Formais – Relacionam símbolos; B) Ciências Factuais –  Tratam de entes extra científicos (Fenômenos e Processos).
  • O Método Pelo Qual se Comprovam os Enunciados: A) Ciências Formais – Contentam com a lógica para demonstrar seus teoremas; B) Ciências Factuais – Necessitam observar e/ou experimentar.
  • O Grau de Suficiência em Relação ao Conteúdo e ao Método de Prova: A) Ciências Formais – São suficientes em relação a seus conteúdos e métodos de prova; B) Ciências Factuais – Dependem do fato experimental para sua convalidação.
  • O Papel da Coerência Para se Alcançar a Verdade: A) Ciências Formais – Os axiomas podem ser escolhidos à vontade, mas os teoremas (conclusões) têm de ser verdadeiros; ou seja, não é possível violar as leis do sistema de lógica que se determinou utilizar; B) Ciências Factuais – Usam-se símbolos interpretativos. A coerência com um sistema de ideias previamente admitido é necessária, mas não suficiente para se obter a verdade. O enunciado precisa passar por um sistema de provas.
  • O Resultado Alcançado: A) Ciências Formais – Demonstram ou provam; B) Ciências Factuais – Verificam (comprovando ou refutando) hipóteses que geralmente são provisórias.

Referências

([1]) MATTAR, João. Metodologia Científica na Era da informática. 3 ed. São Paulo: Saraiva, 2008.

([2]) LAKATOS, Eva Maria. Técnicas de Pesquisa. São Paulo: Atlas, 1983.

 

JULIO CESAR S. SANTOS

Professor, Jornalista e Palestrante. Articulista de importantes Jornais no RJ, autor de vários livros sobre Estratégias de Marketing, Promoção, Merchandising, Recursos Humanos, Qualidade no Atendimento ao Cliente e Liderança. Por mais de 30 anos treinou equipes de Atendentes, Supervisores e Gerentes de Vendas, Marketing e Administração em empresas multinacionais de bens de consumo e de serviços. Elaborou o curso de Pós-Graduação em “Gestão Empresarial” e atualmente é Diretor Acadêmico do Polo Educacional do Méier e da Associação Brasileira de Jornalismo e Comunicação (ABRICOM). Mestre em Gestão Empresarial e especialista em Marketing Estratégico


Publicado por: JULIO CESAR DE SOUZA SANTOS

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