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Quem é Amarildo?

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O texto publicado foi encaminhado por um usuário do site por meio do canal colaborativo Meu Artigo. Brasil Escola não se responsabiliza pelo conteúdo do artigo publicado, que é de total responsabilidade do autor . Para acessar os textos produzidos pelo site, acesse: https://www.brasilescola.com.

Para quem não sabe, Amarildo de Souza, de 43 anos, é mais uma vítima do descaso e abandono oficial. Morador da Rocinha, o pedreiro é casado com Elizabeth e tem seis filhos. Em 14 de julho, a polícia o levou para uma UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) ali na favela. Desde então, desapareceu.

O fato é que no Brasil existem milhares de Amarildos e Amarildas, que desaparecem anualmente. Infelizmente, muitas vezes, o tráfico ou a própria polícia se encarrega de sumir com eles. Em verdade, os Amarildos são pessoas simples, geralmente de boa índole, que trabalham e vivem com suas famílias nas áreas pobres das grandes cidades brasileiras. A maioria vive nesses locais porque não conseguem pagar um aluguel e não dispõem de outras opções.

Mas, afinal, por que os Amarildos são alvos de violência? Em maioria por serem moradores pobres de áreas como a Rocinha, que, aliás, fica na Zona Sul da cidade do Rio de Janeiro e conta com 70 mil habitantes (dados do IBGE). Esta imensa favela fica entre a Gávea e São Conrado. Não se pode negar, igualmente, que os Amarildos são frutos de um sistema capitalista injusto e oprimente. Vale lembrar, ainda, que os Amarildos são vítimas da opressão e tirania dos poderosos, que possuem grandes riquezas e desfrutam de alta posição social em muitos lugares deste imenso Brasil

Na realidade, na grande maioria das favelas brasileiras, os direitos dos cidadãos não são respeitados conforme a lei. Nessas áreas, de risco, predomina a violência e a opressão dos tiranetes. Nossas autoridades sabem disso, no entanto, o que fazem é muito pouco para mudar a situação. Ou melhor, nesses bolsões, de pobreza e miséria, o cidadão comum vive esquecido em meio ao fogo cruzado entre a polícia, a milícia e os barões das drogas. Ali inexiste cidadania e direitos humanos. O que vale é a lei da selva.

Por outro lado, nessas áreas pobres, deste imenso país, falta tudo que possa garantir que as pessoas vivam com um mínimo de dignidade. Exemplo: educação, saneamento básico, saúde, segurança... melhor dizendo, falta investimento público. De outro lado, o poder público é omisso e os moradores são abandonados. Tem mais, as pessoas que residem ali são obrigadas, involuntariamente, a coexistirem com o tráfico de drogas e com a prostituição. 

Lamentavelmente, nos morros, Amarildos e Amarildas, todos os dias, são intimidados pela violência dos cartéis dos traficantes, das milícias armadas e muitas vezes pela ação dos maus agentes, que agem ao arrepio da lei. Na verdade, quem vive ali sabe que se quiser continuar vivo deve ficar em silêncio. Mas afinal de contas, cadê o Amarildo? Nossas autoridades devem responder a esta e outras perguntas inquietantes! (Ricardo Santos é jornalista e prof. de História)


Publicado por: RICARDO SANTOS

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