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Os Novos Paradigmas do 3º Milênio e a Necessidade de Revisão das Teorias Administrativas

Breve discussão acerca dos novos paradigmas do terceiro milênio e a necessidade de revisão das teorias administrativas.

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Qual o Principal Objetivo das Indústrias Após o Advento da Eletricidade, a Transformação do Ferro em Aço e a Modernização dos Transportes? Quando Surgiu a Terceira Revolução Industrial?

Bem antes do surgimento das teorias da Administração a sociedade já se deparava com o desafio de como gerir seus recursos e estabelecer o comércio por meio das trocas de mercadorias. E, com o passar do tempo e a criação dos mercados, a demanda por novos produtos cresceu e acabou nos trazendo maior especialização do trabalho, além do surgimento das oficinas – onde grupos de artesãos produziam tudo o que a sociedade precisava.

Na Primeira Revolução Industrial (1780 a 1840) a descoberta do carvão como energia produtiva fez com que surgissem as primeiras máquinas a vapor, ampliando a capacidade de produção e deixando para trás os modelos de produção artesanais. Com o advento da eletricidade, a transformação do ferro em aço e a modernização dos meios de transporte, o objetivo das indústrias mundiais passou a ser o lucro, com o incremento dos processos de produção. Surgiu então o conceito de Administração Científica, de Frederick W. Taylor, com foco na eficiência do trabalho. O termo fordismo, criado por Henry Ford, caracterizava-se pela produção em massa, servindo-se da tecnologia para criar as primeiras linhas de montagem automatizadas.

A 3ª Revolução Industrial surgiu em consequência das inovações tecnológicas ocorridas nos séculos XX e XXI e, seus impactos, vão muito além dos processos industriais e econômicos, atingindo fortemente as relações sociais e políticas. As tecnologias aproximaram as distâncias e a economia mundial se tornou ainda mais globalizada e competitiva, surgindo verdadeiras potências econômicas. Dentre as características dessa denominada Revolução 3.0, temos a massificação dos produtos de informática e o aumento da consciência ambiental. “Mesmo antes do século XX, os empresários tinham outras preocupações: além de processos produtivos mais eficientes, eles precisavam desenvolver estruturas para organizar as empresas que cresciam A ênfase deslocou-se da gestão da eficiência produtiva para a gestão do desempenho organizacional” ([1]).

Hoje vivemos integralmente a era digital, da Revolução 4.0, a qual contempla as principais inovações tecnológicas ligadas à automação, controle e tecnologias da informação aplicadas aos processos de manufatura, tornando-os cada vez mais eficientes, autônomos e capazes de produzir produtos customizados.

Cenários Competitivos

Atualmente, as organizações se deparam com um mundo cada vez mais complexo e em constante transformação. Os avanços tecnológicos nas áreas de comunicação e transportes praticamente eliminaram a distância entre os continentes, provocando um intercâmbio cultural e movimentos de conscientização globais. A queda de muitas barreiras comerciais deu origem a uma economia globalizada, com forte interdependência entre as regiões, alterando fundamentalmente a natureza da concorrência. Estando livre das tarifas aduaneiras, a economia global se expande, o que torna os ambientes competitivos mais complexos ([2]). A globalização aumentou o conjunto de oportunidades para as empresas que concorrem nesses novos mercados.

A globalização influenciou e continua influenciando a vida das sociedades e o mundo organizacional, bem como as formas de administrar. Com as mudanças cada vez mais rápidas, novas necessidades são geradas, fazendo com que as organizações se tornem mais complexas e sem fronteiras, dependendo de uma administração de qualidade que garanta seu crescimento e seu sucesso no mercado. (AFFONSO et al., 2018, p. 43). Vivemos um cenário de hiper concorrência e grande competição, resultante das ações estratégicas das empresas atuantes e inovadoras. Ele surge dessa busca por novas fontes de vantagens competitivas, pois as antigas – que focavam a empresa numa perspectiva da estrutura e de processos, como reengenharia e reestruturação – não são mais eficazes.

As inovações tecnológicas, com ciclos de vida cada vez mais curtos, fazem com que as empresas procurem introduzir novos bens e serviços inovadores no mercado, criando ambientes competitivos instáveis. A empresa com capacidade de acessar de forma eficaz essas tecnologias e informações tem vantagem competitiva em quase todos os setores das indústrias, mas está cada vez mais difícil identificar os limites setoriais da concorrência, com novos modelos de negócios surgindo a todo tempo. HOSKISSON et al. (2009) destacam que a globalização e as novas tecnologias geraram a hiper concorrência, que, por conseguinte, conduz as empresas para mudanças de paradigma, nesse novo cenário.

Estratégias Para o Futuro na Era da Revolução Digital e Globalização

Sobreviver nessa era em constante transformação exige planejamento e gestão estratégica, fazendo com que os executivos mudem seus modelos mentais para enfrentar os desafios globais, orientando suas empresas para novos caminhos. E, para alcançar ou superar os padrões globais estabelecidos, as organizações precisam ser flexíveis, o que se consegue com aprendizagem contínua e liderança estratégica. Mas, nem todas as lideranças estão preparadas para atuarem de forma estratégica nesse mercado, pois essas competências precisam ser desenvolvidas. Sendo assim, um líder estratégico tem que estar orientado para a ação. Os critérios decisórios dependem da análise de muitos aspectos internos e externos:

  • Ambiente Interno: cultura, dimensão e disponibilidade de recursos.
  • Ambiente Externo: crescimento do mercado, concorrência e limitações legais. (HOSKISSON et al., 2009).

Michael E. Porter, professor da Escola de Harvard e consultor de inúmeras companhias em todo o mundo, publicou o livro, Estratégia Competitiva – Técnicas Para Análise da Indústria da Concorrência (1986), destacando a importância da Teoria Econômica, que determina o nível da concorrência em um setor, sugerindo o uso dessa informação para desenvolver uma vantagem competitiva. Portanto, o definir sua estratégia, a empresa deve fazer uma opção de caminho, especificar o resultado desejado e preparar-se para trilhá-lo, definindo as ações que a levarão a atingir seus objetivos.

REFERÊNCIAS

CONTADOR, J. C.; MEIRELES, M. Análise da Competitividade por campos e armas da competição. In: ENANPAD. 2001. Anais [...]. Campinas, SP: 2001. Disponível em: http://www.anpad.org.br/admin/pdf/enanpad2001-eso-112.pdf. Acesso em: 12 jan. 2020.

FERRELL, O. C; HARTLINE, M. D. Estratégia de marketing: teoria e casos. São Paulo: Cengage Learning, 2016. QUAL O IMPACTO ambiental dos produtos que você consome? [S.l.: s.n.], 2016. 1 vídeo (2 min). Publicado pelo canal naturabroficial. Disponível em: youtube. com/watch?v=0WQcDgmmq_0. Acesso em: 8 abr. 2020.


([1]MAXIMIANO, Antônio César Amauri. Teoria Geral da Administração: da Revolução Urbana à Revolução Digital. São Paulo: Atlas, 2007, p. 113

([2]HOSKISSON, Robert E.; MICHAEL A. Hitt; DUANE, R. “Estratégia Competitiva”. Editora Cengage, São Paulo, 2009

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JULIO CESAR S. SANTOS

Professor, Jornalista e Escritor. Articulista de importantes Jornais no RJ, autor de vários livros sobre Estratégias de Marketing, Promoção, Merchandising, Recursos Humanos, Qualidade no Atendimento ao Cliente e Liderança. Por mais de 30 anos treinou equipes de Atendentes, Supervisores e Gerentes de Vendas, Marketing e Administração em empresas multinacionais de bens de consumo e de serviços. Elaborou o curso de Pós-Graduação em “Gestão Empresarial” e atualmente é Diretor Acadêmico do Polo Educacional do Méier e da Associação Brasileira de Jornalismo e Comunicação (ABRICOM). Mestre em Gestão Empresarial e especialista em Marketing Estratégico.


Publicado por: JULIO CESAR DE SOUZA SANTOS

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