Whatsapp

Estratégia – a Questão Fundamental dos Pensadores da Gestão Empresarial

Análise sobre a questão fundamental dos pensadores da gestão empresarial.

O texto publicado foi encaminhado por um usuário do site por meio do canal colaborativo Meu Artigo. Brasil Escola não se responsabiliza pelo conteúdo do artigo publicado, que é de total responsabilidade do autor . Para acessar os textos produzidos pelo site, acesse: https://www.brasilescola.com.

O Que é Uma Estratégia? Qual a Melhor Definição de Estratégia? O Que é Uma Estratégia Corporativa? E Uma Estratégia Competitiva?

A definição e a aplicação da estratégia são consideradas um dos pontos mais importantes da atividade dos executivos. Mas, a questão fundamental com que os pensadores do campo da Gestão Empresarial buscam responder é: _ o que é estratégia? Essa palavra vem do grego (“strategós”, de “stratos” = exército; e “ago” = liderança), tendo significado inicialmente “a arte do general” e designava “o comandante militar”.

Pela origem apresentada a literatura relaciona estratégia com situações políticas, guerras ou jogos e, dessa perspectiva, é fácil compreender uma característica da estratégia em qualquer campo. Ou seja, alcançar um determinado desempenho competitivo. Dessa forma, devemos refletir a seguir sobre como alguns pensadores definem o que é “Estratégia”.

Segundo Ghemawat ([1]) a estratégia é um termo criado pelos antigos gregos, para os quais significava um magistrado ou um comandante-chefe militar. A estratégia era a “arte do general” e, a partir daí o pensamento estratégico passou a ser apropriado pelo ambiente de negócios, tendo o seu desenvolvimento relacionado com o ritmo das transformações – tanto na sociedade, quanto no mundo empresarial. A abordagem de descrever o que é estratégia nos é apresentada por Mintzberg ([2]), o qual conceitua os chamados 5 S’s para estratégia que são as cinco diferentes maneiras de pensar o conceito de estratégia:

  • A Estratégia é um plano (plan), uma direção, um curso de ação para o futuro; ou seja, um caminho a ser seguido para levar uma empresa de um estado atual para um futuro desejado. Vale lembrar que, na prática, as estratégias pretendidas nem sempre são realizadas, pois o mundo real exige adaptações da estratégia durante sua implementação.
  • A Estratégia é um padrão (pattern); isto é, consistência de comportamento ao longo do tempo. Uma organização que sempre trabalhou focada nos segmentos de maior valor agregado, segue um determinado padrão de estratégia.
  • A Estratégia é uma posição (position); ou seja, a localização de certos produtos em determinados mercados. Ansoff utiliza esse conceito na sua clássica matriz “produto X mercado”. A partir das posições de mercado existente era possível compreender as estratégias factíveis.
  • A Estratégia é uma perspectiva (perspective); isto é, uma maneira de a organização fazer as coisas. A estratégia apresenta uma perspectiva da visão de negócios em termos de interação com o cliente, ou as maneiras como bens e serviços serão ofertados ao mercado.
  • A Estratégia é um estratagema (ploy) – nessa definição, a estratégia é uma manobra para vencer (com um ardil) seus concorrentes. Estratégia é um artifício para ganhar participação de mercado com um estratagema. Como por exemplo: uma empresa pode adquirir terras para dar a impressão de que planeja expandir seus negócios, a fim de desencorajar um concorrente a construir uma nova fábrica.

A estratégia não deve se restringir ao âmbito gerencial, mas sim distribuir-se por toda empresa, considerando-se os diferentes graus de importância de cada nível hierárquico para o alcance dos objetivos organizacionais. Segundo Mintzberg e Quinn existem três (3) níveis de estratégia na organização e, sendo assim, pode-se classificar a Estratégia na estrutura organizacional da seguinte forma:

  • Estratégia Corporativa: É o nível mais elevado da estratégia empresarial e abrange as questões relacionadas aos negócios nos quais se decide competir, determinando a diversificação das unidades de negócios da empresa. Corresponde à decisão de “onde competir”.
  • Estratégia Competitiva (ou de Negócios): Envolve a escolha de uma estratégia de competição para a unidade de negócios. Corresponde à decisão de “como competir”.
  • Estratégia Funcional: Corresponde à forma de atuação de uma determinada área funcional da organização, normalmente relacionada ao nível tático da empresa. Para maior sustentabilidade da Gestão Estratégica, as estratégias funcionais devem cobrir todos os ângulos da empresa.

Nas várias definições e classificações de estratégias expostas, podemos verificar que a essência da estratégia é complexa e envolve vários processos de pensamento. Mas, conforme Mintzberg, existem concordâncias a respeito de vários aspectos positivos e negativos associados à estratégia:

  • A estratégia determina a direção, o que é benefício, pois mapeia o curso de uma empresa para que ela navegue em seu ambiente. O problema é tornar-se pouco flexível ou perder a capacidade de apreciar novas oportunidades, assim que elas apareçam.
  • A estratégia foca os esforços da empresa e, nesse caso, promove a coordenação das atividades a fim de que os esforços tenham sinergia. O risco surge quando o esforço é excessivamente focalizado, pois os gerentes podem perder a capacidade de aproveitar as oportunidades de negócio.
  • A estratégia define a organização, proporcionando às pessoas diferenciá-las das outras. A vantagem é que a estratégia provê significado para o que faz a organização com excesso de exatidão, também pode-se chegar ao excesso de simplicidade, perdendo a complexidade do sistema.
  • A estratégia provê consistência nas ações da empresa, é preciso reduzir a ambiguidade e oferecer ordem. O desafio é manter a criatividade, descobrindo novas combinações de fenômenos até então separados. É preciso compreender que toda estratégia é uma simplificação da realidade que facilita a ação.

REFERÊNCIAS

GHEMAWAT, Pankaj “A Estratégia e o Cenário dos Negócios” (2ª ed.). Ed. Bookman, São Paulo, 2007

MINTZBERG, Henry; AHLSTRAND, Bruce; LAMPEL. “Safári de Estratégia: Um Roteiro Pela Selva do Planejamento Estratégico”. Ed. Bookman, (2ª ed.). São Paulo, 2010


([1]) GHEMAWAT, Pankaj. “A Estratégia e o Cenário de Negócios”. São Paulo, Bookman, 2000, p.16  

([2]) MINTZBERG, Henry; AHLSTRAND, Bruce; LAMPEL, Joseph. “Safari de Estratégia”. Porto Alegre, Bookman, 2000, p. 58

JULIO CESAR S. SANTOS

Professor, Jornalista e Palestrante. Articulista de importantes Jornais no RJ, autor de vários livros sobre Estratégias de Marketing, Promoção, Merchandising, Recursos Humanos, Qualidade no Atendimento ao Cliente e Liderança. Por mais de 30 anos treinou equipes de Atendentes, Supervisores e Gerentes de Vendas, Marketing e Administração em empresas multinacionais de bens de consumo e de serviços. Elaborou o curso de Pós-Graduação em “Gestão Empresarial” e atualmente é Diretor Acadêmico do Polo Educacional do Méier e da Associação Brasileira de Jornalismo e Comunicação (ABRICOM). Mestre em Gestão Empresarial e especialista em Marketing Estratégico


Publicado por: JULIO CESAR DE SOUZA SANTOS

O texto publicado foi encaminhado por um usuário do site por meio do canal colaborativo Meu Artigo. Brasil Escola não se responsabiliza pelo conteúdo do artigo publicado, que é de total responsabilidade do autor . Para acessar os textos produzidos pelo site, acesse: https://www.brasilescola.com.