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A Gestão Estratégica Competitiva e Suas Características

Análise sobre a gestão estratégica competitiva e suas características.

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Quais São as Principais Características da Escola de Gestão Estratégica Competitiva? Como Deve Ocorrer o Aprendizado na Escola da Gestão Estratégica Competitiva? O Que é Uma Aliança Estratégica Entre Empresas?

O atual ambiente de negócios vive transformações imprevisíveis provocadas por diversos fatores e, nos últimos anos, essas transformações se aceleraram e apresentam um cenário de nova ordem social, política e econômica mais competitiva que tende a absorver novas ideias.

Tal cenário tem provocado uma crise de paradigmas no campo do pensamento estratégico a fim de responder aos desafios dos novos contextos exigidos da Gestão Empresarial.

A natureza complexa e imprevisível dos novos cenários – associada à falta de base de conhecimentos necessários para a formulação de estratégias – impede o controle deliberado e, dessa forma, a definição de estratégias precisa assumir a forma de aprendizado ao longo do tempo.

Sendo assim, veremos a seguir as oito (8) principais características da Escola de Gestão Estratégica Competitiva:

1) Atuação Global: É opinião corrente que a globalização não foi desejada, mas assim mesmo ela veio, fundindo equipamentos de multimídia, criando o ciberespaço, multiplicando a utilização da Internet e gerando ganhos de escala na produção.

A atuação global das organizações é uma caraterística da Escola de Gestão Estratégica Competitiva para o novo ambiente de negócios.

A globalização tornou-se uma espécie de inevitabilidade internacional, seu conceito se transformou numa panaceia de significados, explicando todos os acontecimentos contemporâneos.

Ela é maior do que o poder somado das economias nacionais, estabelecendo uma nova equação em que a economia suplanta a política, produzindo um fértil campo para a queda das fronteiras comerciais e para a atuação global da globalização.

2) Proatividade e Foco Participativo: O aprendizado dessa escola deve proceder através do autodesenvolvimento e do comportamento proativo que estimule o pensamento estratégico, a fim de que se possa compreender a ação integrada da gestão.

A conquista dos objetivos tem maior chance de acontecer se a organização incentiva a postura empreendedora de todos os seus colaboradores. Com foco na elaboração e implementação da gestão.

Para conduzir a gestão estratégica competitiva, a empresa deve compreender os limites de suas forças e suas habilidades para estar bem informada sobre o meio ambiente, convertendo em sucesso as oportunidades e, para que isso ocorra, é fundamental que a empresa construa seu futuro por meio de um comportamento proativo.

3) Incentivo à Criatividade: Constata-se a necessidade de que as organizações se amoldem aos novos métodos produtivos e aos avanços tecnológicos.

O desafio é desafiar a criatividade de cada colaborador para acompanhar a velocidade de transformação de capitais, de culturas organizacionais e de mecanismos de concepção de trabalho e emprego.

Os estrategistas devem ser mais criativos, uma vez que têm de desenvolver suas estruturas de conhecimento e seus processos de pensamento, principalmente em ambientes com alto grau de descontinuidade.

Para criar um ambiente que incentive a criatividade, a organização deve buscar um comprometimento emocional de todos, reconhecendo e recompensando o desenvolvimento de ideias dos seus colaboradores.

4) Controle Pelo Balanced Scorecard (BSC): Na Gestão Estratégica Competitiva, o BSC é utilizado como um sistema de controle estratégico que permitirá às organizações utilizar o desdobramento da estratégia para fazer seu planejamento.

Trata-se de um sistema de gestão baseado em indicadores que impulsionam o desempenho, proporcionando à empresa visão atual e futura do negócio de forma abrangente e com um controle proativo dos objetivos planejados.

5) Organizada em Unidades Estratégicas de Negócios (UENs): Em resposta às exigências e às novas necessidades estratégicas, estão surgindo novas formas organizacionais. A proposição das unidades estratégicas de negócios foi feita por Igor Ansoff, o qual a definia como o resultado de subdivisões da realidade de negócios da empresa.

O conceito de UEN foi aprimorado em várias organizações contemporâneas. A Gestão Estratégica Competitiva desenvolve UENs para corporações que se constituem em conglomerados de negócios ou para empresas diversificadas em termos de serviços e produtos oferecidos.

As estratégias de negócios ou de UENs estão subordinadas a uma gestão estratégica competitiva que define estratégias proativas da empresa como um todo e para cada unidade de negócios, buscando o resultado final no qual a eficácia do todo seja maior do que o somatório da eficiência das partes.

Esse tipo de estrutura facilita a coordenação, já que cada unidade é projetada com menos hierarquia, com mais autonomia e com um equilíbrio de poder baseado num processo decisório participativo.

6) Ênfase em Alianças: Uma aliança estratégica é uma relação criada com o propósito de buscar objetivos mútuos, onde as organizações individuais partilham a autoridade administrativa, formando elos sociais e aceitando a propriedade conjunta.

Na Gestão Estratégica Competitiva, as empresas se transformam a fim de formarem alianças estratégicas e desenvolver novas tecnologias, compartilhar investimentos de pesquisa e reduzir custos operacionais. O pensamento estratégico enfatiza que as melhores alianças são verdadeiras parcerias, nas quais tanto a competência quanto a interdependência de objetivos são fundamentais.

Além disso, sintonia estratégica e compatibilidade de cultura são essenciais para o sucesso da aliança estratégica.

7) Sustentabilidade: Os avanços da tecnologia, a globalização da economia e o acirramento da competição têm gerado impactos negativos ao meio ambiente e ao desenvolvimento social.

A Escola de Gestão Estratégica Competitiva defende que as empresas têm amplo espectro de responsabilidades que vai além da produção de bens e serviços para obter lucro e, como membros da sociedade, elas devem participar responsavelmente do desenvolvimento sustentável.   

Os executivos enfrentam um imperativo urgente: _ criar uma relação entre a atividade de negócios e o ambiente que equacione os danos ambientais e neutralize os efeitos de práticas passadas pouco louváveis.

A área do pensamento estratégico tradicional costumava encarar as questões ambientais como uma situação em que se perde sempre: _ ou se auxilia o ambiente, prejudicando os negócios ou se auxiliam os negócios a um custo para o ambiente. A Escola de Gestão Estratégica Competitiva visa a uma abordagem ganha-ganha, sustentável a longo prazo, e demanda uma visão mais equilibrada sobre a temática de sustentabilidade.

8) Aprendizagem Contínua: Assim como na Escola de Aprendizagem, a escola da Escola de Gestão Estratégica Competitiva sugere uma resposta para esse complexo mundo e repleto de imprevisibilidade; ou seja, deve-se aprender continuamente.

O aprendizado contínuo é um caminho vital para alcançar uma vantagem competitiva renovável. Para isso, a empresa necessita de um senso de propósito claro, voltado para adquirir novas capacidades e comprometimento real com a experimentação contínua.

Deve-se enfatizar a importância da eficiência e da eficácia na organização e, para alcançar a ambas no aprendizado, Senge ([1]) apresenta a proposta da organização que aprende (Learning Organization), resultado da convergência de cinco (5) componentes ou disciplinas:

  • Raciocínio Sistêmico: que resgata a percepção da dinâmica de todo e das interações de suas partes.
  • Domínio Pessoal: que permite esclarecer e aprofundar continuamente o objetivo pessoal.
  • Conscientização dos Modelos Mentais
  • Definição de Um Objetivo Comum
  • Aprendizado em Grupo

No processo de desenvolvimento da aprendizagem contínua, essas cinco (5) disciplinas convergem sobre padrões de comportamento que funcionam em conjunto. A gestão estratégica competitiva deixa de ser apenas a administração de mudanças, passando a ser a administração por mudanças.

Referência

([1]) SENGE, Peter. “A Quinta Disciplina: Arte, Teoria e Prática da Organização de Aprendizagem”. 5ª ed. São Paulo: Best Seller, 1990

JULIO CESAR S. SANTOS

Professor, Jornalista e Palestrante. Articulista de importantes Jornais no RJ, autor de vários livros sobre Estratégias de Marketing, Promoção, Merchandising, Recursos Humanos, Qualidade no Atendimento ao Cliente e Liderança. Por mais de 30 anos treinou equipes de Atendentes, Supervisores e Gerentes de Vendas, Marketing e Administração em empresas multinacionais de bens de consumo e de serviços. Elaborou o curso de Pós-Graduação em “Gestão Empresarial” e atualmente é Diretor Acadêmico do Polo Educacional do Méier e da Associação Brasileira de Jornalismo e Comunicação (ABRICOM). Mestre em Gestão Empresarial e especialista em Marketing Estratégico


Publicado por: JULIO CESAR DE SOUZA SANTOS

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