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A Gestão do Capital Circulante nas Organizações

Análise sobre a gestão do capital circulante nas organizações.

O texto publicado foi encaminhado por um usuário do site por meio do canal colaborativo Meu Artigo. Brasil Escola não se responsabiliza pelo conteúdo do artigo publicado, que é de total responsabilidade do autor . Para acessar os textos produzidos pelo site, acesse: https://www.brasilescola.com.

Como é Dividido o Capital de Giro? Quais São Seus Componentes? Quais as Possíveis Situações para o Capital de Giro Quando Associado ao Balanço Patrimonial dos Circulantes?

Para alguns estudiosos em Contabilidade, o Ativo Circulante constitui-se no grupo patrimonial menos rentável dentro das empresas, uma vez que os investimentos em Capital de Giro não geram diretamente unidades físicas de produção e vendas. Uma das importâncias da gestão do Capital de Giro é detectar quando a empresa necessita de recursos de capital. Assim, quanto antes for identificado, melhor para a organização, pois não será necessária a ajuda de terceiros.

Sendo assim, o Capital de Giro faz parte do operacional da organização dividindo-se em fixo (permanente) e variável (sazonal), assim resguardando mais da metade dos ativos totais investidos. Para isso, é necessário que a empresa obtenha boa administração para não correr o risco de ter sérios problemas na área financeira ([1]).

Logo, PADOVEZE ([2]) coloca que o Capital de Giro (CDG) seria um círculo operacional com o objetivo de gerar lucro, pois esse processo começa com a compra de estoque que vai para a produção, seguida da venda do produto e, por último, o recebimento, iniciando novamente esse ciclo. O Capital de Giro é reproduzido pelo total do ativo circulante. O Capital de Giro pode ser chamando também de capital circulante, pois se modifica no interior do ciclo operacional.

Os componentes do Capital de Giro têm como característica a transformação, pois se modificam de ativo ou receita. É o ativo circulante, também denominado como Capital de Giro, que auxilia as operações do cotidiano da organização e é representando pelo investimento, enquanto transmissão normal dos negócios. Conforme Assaf Neto (2006), o ativo circulante possui alguns itens básicos que são as disponibilidades imediatas, valores a receber de curto prazo, estoques e despesas diferidas (que são as despesas pagas, mas ainda não foram recebidas de um determinado serviço ou produto).

O passivo circulante tem como definição todas as obrigações – ou dívidas – de uma organização durante o exercício de um ano, e também pode ser chamado de “passivo de funcionamento”, pois financiam as atividades operacionais. Algumas de suas obrigações são os empréstimos e financiamentos, compra de matérias-primas para a utilização na produção do produto, as despesas na operação da empresa, dividendos pagos aos acionistas, compra de bens, insumos ou matérias para uso da organização e entre outras obrigações do passivo circulante.

Algumas obrigações da empresa com o passivo circulante são com os terceiros, os quais são representados pelos financiamentos, impostos, fornecedores e entre outros. Existem três (3) possíveis situações para o capital de giro, quando associado ao balanço patrimonial dos circulantes:

  • O Capital de Giro nulo, que com relação ao ativo circulante e o passivo circulante (bens e obrigações) são iguais no prazo de 1 (um) ano;
  • O Capital de Giro próprio possui quantidade maior do ativo circulante, que são os bens e direitos para cumprir com as obrigações no prazo de 1 (um) ano;
  • O Capital de Giro de terceiros, relacionado com o ativo e o passivo circulante. O passivo, por sua vez, é maior no prazo de 1 (um) ano, pois os bens são menores que as obrigações.

Gestão do Imobilizado

De acordo com Silva e Ferreira (2006), o primeiro passo a ser dado é o conhecimento e a conscientização de todos os colaboradores de que o ativo imobilizado é o conjunto de bens destinados à manutenção da atividade econômica da empresa, seja na produção de riquezas ou no controle e administração destes. Para esses autores, a gestão eficiente começa na implantação de normas e procedimentos que determinarão condutas a serem obedecidas quanto ao cumprimento das rotinas administrativas de aprovação, compra, entrada, registro, identificação e outros, bem como a responsabilidade física dos bens. Eles apontam que os procedimentos devem ser distintos entre a área que realiza o controle e todas as demais áreas da empresa, definidos da seguinte maneira:

A) Procedimentos – Gestor do Ativo Imobilizado:

  • Entrada e registro;
  • Identificação dos bens;
  • Controles individuais ou coletivos;
  • Cálculos matemáticos exigidos por lei;
  • Baixas e transferências;
  • Guarda de documentação;
  • Fiscalização do cumprimento da norma;
  • Inventário físico.

B) Procedimentos das Demais Áreas:

  • Preenchimento do formulário de solicitação de compra de ativo;
  • Aprovação dos pedidos de compra;
  • Entrada dos bens na empresa;
  • Solicitação de transferência de bens;
  • Ordens de serviço;
  • Solicitação de baixa e vendas;
  • Utilização dos bens exclusivamente nos interesses da empresa.

Dessa forma, o gestor deverá a todo instante promover e rever a norma a fim de que ela se enquadre nos anseios e nas particularidades da empresa. O custo de aquisição compreenderá todos os valores pagos até o bem ser colocado em condições de uso, entretanto, os tributos pagos devem ser analisados em relação aos seus efeitos finais, por exemplo, o ICMS sobre máquinas e equipamentos aplicados na produção (gerar riquezas) que podem ser recuperados em 48 parcelas, observando a proporcionalidade das saídas tributadas sobre as não tributadas.

São considerados como componentes do custo de aquisição: “o custo de um bem imobilizado compreende o seu valor de compra (inclusive os custos de desembaraço alfandegário e os impostos não restituíveis sobre a compra) e quaisquer custos diretamente atribuíveis para colocar o Ativo em condições operacionais para o uso pretendido; quaisquer descontos comerciais e abatimentos são deduzidos para chegar ao valor da compra” ([3]).

Sendo assim, compete ao gestor do ativo, juntamente com as demais áreas da empresa, analisar a viabilidade econômica no investimento de determinado bem. Por se tratar de assunto tão importante e estar diretamente relacionado ao trabalho do gestor, a amortização e a exaustão também têm as suas devidas importâncias, assim é evidenciado o quão são necessários os conhecimentos técnicos e legais para o desempenho desta função.

A depreciação pode ser conceituada como o modo pelo qual se registra, contabilmente, a diminuição do valor de bens do ativo imobilizado resultante do desgaste pelo uso, pela ação da natureza, perecimento ou obsolescência normal. Esta é apenas uma das várias definições. Contudo, sintetiza bem o termo. O valor depreciável de um bem do ativo imobilizado deve ser apropriado numa base sistemática durante sua vida útil econômica.

À medida que os bens são utilizados nas operações, o valor contábil do ativo é reduzido para refletir esse benefício econômico, gerando despesa de depreciação. A depreciação dever ser registrada mesmo que o valor justo do ativo exceda o seu valor contábil. A Instrução Normativa SRF 130/99, relacionou alguns bens de acordo com a NCM (Nomenclatura Comum do Mercosul), e definiu seus respectivos prazos de vida útil e taxas de depreciação, porém, é importante considerarmos os seguintes fatores ao determinar a vida útil econômica.

  • Uso esperado do bem pela empresa, avaliado com a capacidade de produção;
  • Desgaste físico esperado, que depende de fatores operacionais, tais como número de turnos que exigem a sua utilização;
  • Obsolescência tecnológica resultante de mudanças ou aperfeiçoamento na produção;
  • Limites legais ou semelhantes sobre o uso do bem, tais como datas de expiração de arrendamentos etc.

OBSERVAÇÃO: Esses fatores deverão ser analisados para a aceleração contábil da depreciação.

Modelos de Decisão Para Execução dos Eventos Econômicos

Segundo PADOVEZE, o foco de qualquer ação é o resultado dessa ação. Em termos contábeis, a ação de executar um evento econômico deve ser traduzida em termos de lucro ou prejuízo. Dessa forma, cada transação de um evento econômico dá uma contribuição ao resultado da empresa, que pode ser visualizada dentro de um modelo de decisão, tanto na opção de simulação como na de realização. De acordo com esse autor, o modelo de decisão com enfoque em resultados deve considerar todos esses aspectos no seu modelo informacional. O foco compreende os seguintes fundamentos de gestão econômica:

  • Adoção irrestrita do conceito de custo de oportunidade;
  • Mensuração do resultado operacional do evento em condições de valor à vista;
  • Mensuração do impacto financeiro sobre o evento, tanto em relação aos prazos de pagamento e recebimento como do custo de capital;
  • Avaliação do desempenho por meio de dados-padrão ou orçados.

O modelo tem como objetivo, primeiramente, mensurar a margem de contribuição operacional do evento econômico, que é o resultado na condição à vista. Compreende o valor da receita do evento menos os seus custos variáveis. Eventuais custos diretos específicos do evento devem ser considerados como custo variável.

O principal custo variável operacional do evento é o custo de oportunidade a preços de mercado, ao seu menor preço. A margem de contribuição financeira representa: a receita (ou o custo) de financiamento do evento, menos o custo (ou a receita) de oportunidade de financiá-lo, a custos financeiros de oportunidade. Os custos e as despesas fixas decorrem desse tipo de gasto do total da atividade responsável pelo evento.

Referências

([1]ASSAF NETO, Alexandre. Estrutura e análise de balanços: um enfoque econômico financeiro: comércio e serviços, indústrias, bancos comerciais e múltiplos. 8. ed. São Paulo: Atlas, 2006.

([2]PADOVEZE, Clóvis Luís. Introdução à administração financeira: texto e exercícios. São Paulo: Thomson, Cengage Learning, 2005

([3]IBRACON (Instituto dos Auditores Independentes do Brasil). Número 7 de junho de 2001.

JULIO CESAR S. SANTOS

Professor, Jornalista e Palestrante. Articulista de importantes Jornais no RJ, autor de vários livros sobre Estratégias de Marketing, Promoção, Merchandising, Recursos Humanos, Qualidade no Atendimento ao Cliente e Liderança. Por mais de 30 anos treinou equipes de Atendentes, Supervisores e Gerentes de Vendas, Marketing e Administração em empresas multinacionais de bens de consumo e de serviços. Elaborou o curso de Pós-Graduação em “Gestão Empresarial” e atualmente é Diretor Acadêmico do Polo Educacional do Méier e da Associação Brasileira de Jornalismo e Comunicação (ABRICOM). Mestre em Gestão Empresarial e especialista em Marketing Estratégico


Publicado por: JULIO CESAR DE SOUZA SANTOS

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