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A Criatividade Nas Questões Empresariais

Breve resumo sobre a criatividade nas questões empresariais.

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Do Que Trata a Criatividade Humana? Ao Que a Criatividade Sempre Esteve Associada? Quais São as Fases do Processo Criativo? Quais São os Dois Modelos de Inovação Empresarial? Quais as Principais Técnicas de Estímulos à Criatividade dos Colaboradores?

É provável que algumas vezes nós já tenhamos presenciado determinadas situações embaraçosas que, a princípio, eram sem solução e, de repente, surge uma pessoa com um toque de criatividade e as resolve rápida e facilmente. Certamente você já deve ter presenciado uma cena dessas e, no empreendedorismo, a criatividade está intrinsecamente relacionada, sendo impossível falar de um sem falar do outro. Existe até um velho ditado, que nossas avós proferiam com frequência, quando alegávamos que não sabíamos executar determinada tarefa: “a necessidade é a mãe da criatividade”, diziam elas. Desta forma, pode-se dizer que a criatividade se trata da capacidade humana de gerar novas ideias.

Uma ideia nova para resolver um problema antigo e, de acordo com LUECKE (2007), o empreendedor necessita aliar análise, planejamento estratégico, capacidade de implementação e controle à sua organização, sendo tais elementos cruciais ao êxito dos empreendimentos inovadores. Nesse aspecto, ao começar um novo negócio o empreendedor deve estar ciente dos riscos e esforços necessários para o seu sucesso, assumindo responsabilidades para garantir a manutenção e prosperidade de sua criação, lidando com novos desafios. O autor acima citado define o empreendedor como “aquele que combina recursos, trabalho, materiais e outros ativos para tornar seu valor maior do que antes. Também é aquele que introduz mudanças, inovações e uma nova ordem”.

De maneira instintiva, o termo criatividade sempre se associou à atividade artística e, mais recentemente graças a exemplos empresariais como Apple e Google, a inovação ganhou espaço nos setores tecnológicos. Neste sentido, a nossa intuição não está errada, uma vez que criatividade e inovação são dois conceitos muito unidos (MANUAL DE CRIATIVIDADE EMPRESARIAL, 2010). De acordo com esse manual, a capacidade criativa pode ser definida como a habilidade para gerar ideias, alternativas e soluções a um determinado problema de forma fácil. A criação de ideias, e a respectiva utilização sob a forma de inovação, segue um processo cuja análise e aplicação permite solucionar problemas e formular estratégias de mudança que permitam a adaptação a uma nova situação. O processo criativo segue um esquema simples constituído pelas seguintes fases:

  • Situação / Problema
  • Detecção do Problema
  • Criação de Ideias
  • Proposta de Solução
  • Aceitação da Proposta
  • Oportunidade

Nas questões empresariais, a criatividade está relacionada a novas formas de solução de problemas, envolvendo a combinação de ideias de diferentes áreas de conhecimento, com probabilidade de saltos de intuição. Então, pode-se dizer que a criatividade empresarial está relacionada à agregação de valor às ideias, à invenção de produtos e à inovação. A adequação dessas ideias aos objetivos propostos é o que realmente diferencia a criatividade da divagação. A criatividade leva invariavelmente à inovação empresarial e, conforme LUECKE (2003, p. 3) “a inovação é vista como a introdução de algo novo, quer seja um método, um produto, ou outro”. Esse autor destaca a importância da inovação, visando a redução dos custos de produção e afirma a existência de dois (2) modelos de inovação:

  • Inovações Incrementais: são aquelas que exploram formas, produtos, tecnologias, marcas, etc., já existentes; melhoram ou reconfiguram aquilo que já existe, para servir outro propósito no mercado. Para exemplificar, o autor apresenta a marca Intel, mais especificamente do processador Intel Pentium IV, que representa um aperfeiçoamento do seu antecessor, Intel Pentium III.
  • Inovações Radicais: É algo que surge a partir de uma ideia já existente, mas que vai revolucionar por completo o mercado e o produto em si. Temos o caso das máquinas fotográficas digitais, que revolucionaram totalmente o conceito primórdio criado pela marca Kodak.

Técnicas de Estímulos à Criatividade dos Colaboradores

Todos sabemos que é tarefa da gestão das organizações promover e estimular a criatividade de seus colaboradores e, algumas delas, promovem concurso de ideias e premiam o colaborador que deu a melhor ideia em determinado período. Nesse aspecto, destacam-se a importância de três (3) técnicas normalmente utilizadas nas corporações:

  • Brainstorming: Entendido como um ambiente de livre verbalização de ideias perante um problema delimitado. Quando as pessoas esgotarem suas ideias, uma longa lista de alternativas terá sido gerada; e então o grupo passará ao estágio de avaliação. Nesse ponto, muitas ideias diferentes podem ser consideradas, modificadas ou combinadas em uma solução sob medida e criativa para o problema.
  • Técnica do Grupo Nominal: similar ao brainstorming quanto à delimitação do problema, ela é diferente quanto à forma de execução, que neste caso, se dá de maneira individual e por escrito. Ao final de um determinado tempo, são listadas as soluções sugeridas, discutidas e criticadas. A principal vantagem nesse caso é a falta de críticas pessoais que impede que o indivíduo se sinta inibido, uma vez que as críticas são feitas para a solução sugerida e não para o indivíduo.
  • Técnica Delphi: consiste em enviar vários questionários a um grupo de voluntários que os responde, não se encontrando os participantes uns com os outros nem sabendo quem são. As respostas são tabuladas e devolvidas aos participantes, e estes devem responder novamente até chegar a um consenso. Essa técnica reduz a influência das personalidades na decisão.

É importante salientar que não há uma técnica específica que resolva o problema da falta de criatividade no âmbito empresarial, pois o clima organizacional deve ser considerado de modo a não se inviabilizar a aplicação de determinada técnica na empresa. Independente da técnica, o objetivo sempre será a inovação. LUECKE (2003) aponta que a primeira etapa do processo de inovação – a geração de ideias. Para isso, são analisadas seis (6) fontes de onde provêm as ideias inovadoras, detalhando cada uma delas:

1ª) New Knowledge: Muitas das inovações radicais são resultado desta fonte. Quando algo se desenvolve numa certa área, dando origem a um novo produto, dizemos que faz parte desta “categoria”. Apesar do poder e força que as inovações baseadas neste tipo de fonte possam ter, há um grande intervalo de tempo que separa o desenvolvimento da ideia a partir do New Knowledge até à sua transformação total em produto comercializável (exemplo do computador que terá demorado, aproximadamente, cinquenta anos até chegar aos mercados). Por outro lado, as recompensas que este tipo de inovação proporciona são enormes.

2ª) Tapping the Ideas of Costumers: Os clientes são os grandes criativos e aqueles que mais têm uma palavra a dizer; são eles que melhor podem apontar lacunas ou falhas que um produto possa ter. Há várias formas pelas quais os clientes podem dar a sua opinião, quer seja através de um livro de reclamações, inquéritos ou por sua própria espontaneidade;

3ª) Lead Users: São empresas ou indivíduos cujas necessidades vão além daquilo que o mercado lhes oferece presentemente. Normalmente, as suas ideias inovadoras não servem o mercado, mas as suas próprias necessidades. No entanto, podem ser adaptadas para que, mais tarde, possam vir a ser comercializadas.

4ª) Empathetic Design: É uma técnica de geração de ideias que consiste na observação, por parte dos criativos/inovadores, do modo como as pessoas usam produtos já existentes tendo em conta o ambiente que as rodeia. Pode ser descrito como um processo com cinco (5) etapas:

  • Observação;
  • Recolha de dados;
  • Reflexão e análise.
  • Brainstorm;
  • Desenvolvimento de protótipos de soluções.

5ª) Invention factories and skunkwords: Muitas ideias inovadoras surgem através de uma pesquisa e desenvolvimento profundos por parte dos “fabricantes de inovações”.

6ª) Open Market Innovation: Nem todas as ideias têm que ser criadas dentro do seio da empresa. É uma mais-valia para qualquer empresa se conseguir novas ideias através de parcerias, licenciamento, alianças estratégicas ou, até mesmo, compra de uma ideia de outra empesa.

REFERÊNCIAS

LUECKE, R. Managing Creativity and Innovation. Boston: HARVARD BUSINESS Press, 2003.

LUECKE, Richard. Ferramentas para Empreendedores – Coleção Harvard Business Essentials. Editora Record, 2007.

MANUAL DE CRIATIVIDADE EMPRESARIAL. Crea Business Idea. 2010. Disponível em . Acesso em 01 Dez. 2017.

JULIO CESAR S. SANTOS

Professor, Jornalista e Palestrante. Articulista de importantes Jornais no RJ, autor de vários livros sobre Estratégias de Marketing, Promoção, Merchandising, Recursos Humanos, Qualidade no Atendimento ao Cliente e Liderança. Por mais de 30 anos treinou equipes de Atendentes, Supervisores e Gerentes de Vendas, Marketing e Administração em empresas multinacionais de bens de consumo e de serviços. Elaborou o curso de Pós-Graduação em “Gestão Empresarial” e atualmente é Diretor Acadêmico do Polo Educacional do Méier e da Associação Brasileira de Jornalismo e Comunicação (ABRICOM). Mestre em Gestão Empresarial e especialista em Marketing Estratégico


Publicado por: JULIO CESAR DE SOUZA SANTOS

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