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Os Sonhos: as contribuições de alguns autores para a Psicologia

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Os Sonhos: as contribuições de alguns autores para a Psicologia

Kele Silva de MORAIS ¹

Resumo

Os sonhos são o assunto deste artigo, com este faremos uma analise de alguns autores como Freud que segundo ele os sonhos são realizações de desejos inconscientes, segundo Domhoff “o sonho é um processo imaginativo que reflete as concepções, interesses e preocupações emocionais do individuo”. Estes e outros irão falar sobre o que pensam sobre o assunto dos sonhos, mas que sempre voltam em Freud para tentar explicar suas teorias que foram desenvolvidas e vividas por ele e seus pacientes descritos em seu livro “a interpretação dos sonhos”.

Os sonhos são fascinantes para os indivíduos e para a cultura. A evidência de tal interesse está na quantidade de publicações sobre o assunto sejam cientificas ou não e, principalmente nas manifestações culturais que utilizam os sonhos para muitas explicações da vida cotidiana e até previsões do futuro.
Neste artigo, o objetivo é focar o estudo dos sonhos no campo da Psicologia e as contribuições que aparecem entre alguns autores.

O conhecimento sobre os sonhos é uma questão antiga. De acordo com Nietzsche, na época inicial da cultura, o homem acreditava que estava descobrindo um segundo mundo real no sonho.
Para o povo antigo os sonhos eram efeitos de um trabalho desconexo, provocado por estímulos fisiológicos.
Com teoria psicanalítica de Freud, a interpretação dos sonhos, trouxe os sonhos para o campo da Psicologia, proporcionando uma análise mais aprofundada sobre o inconsciente, que se manifesta através dos sonhos, e que são realizações de desejos inconscientes. Esta teoria se baseia na idéia de desejo reprimido e Freud foca principalmente em desejos sexuais e simbolismo.

Para Freud “A interpretação dos sonhos é a via real que leva ao conhecimento das atividades inconscientes da mente”, e não apenas isso, mas também é o melhor caminho para o estudo da neurose. A razão disso está em que o sonho dos neuróticos não difere do sonho das pessoas normais, e Freud chega a dizer que a diferença entre a neurose e a saúde vigorosa apenas durante o dia, não se estende à vida onírica. Uma pessoa
sadia é vigorosamente um neurótico, só que os únicos sintomas que ela consegue produzir são os seus sonhos. Assim, os sonhos não são apenas a via privilegiada de acesso ao inconsciente, eles são também o ponto de articulação entre o normal e o patológico (Garcia Rosa).

Em A Interpretação dos Sonhos, Freud formula as leis e as características do inconsciente. Com este conceito consegue juntar fenômenos distintos como o sonho e os sintomas histéricos.
A tese central do texto é a de que "O sonho é a realização de um desejo". Estes desejos entendam, não é necessariamente um desejo que possamos aceitar em nossa vida vigil. Quando não se trata de um desejo aceitável, nos diz Freud, preferimos esquecê-lo. Este esquecimento será descrito como conseqüência de um mecanismo chamado 'recalque'. O desejo recalcado, no entanto, permanece em algum lugar exercendo seus efeitos. Os sonhos são apenas um exemplo destes efeitos.

Na interpretação dos sonhos duas afirmações de Freud: a primeira é que os sonhos não são absurdos, mas possuem um sentido; e a segunda e a que os sonhos são realizações de desejos.

“Os sonhos são realizações inatingíveis de desejos não consumados.”
“A realidade dos desejos nos sonhos é geralmente de natureza sexual.”
Freud

Cada sonho possui um conteúdo manifesto, (parte do sonho que é lembrado conscientemente) é um conteúdo latente (parte do sonho que não é lembrado conscientemente antes da análise); acreditava que muito do conteúdo do sonho se encontra disfarçado por meio de símbolos, e que a maior parte dos sonhos remontavam as experiências vividas pelo sujeito.

Freud (de 1856 a 1939) propôs que o sonho reflete conteúdos individuais da pessoa que sonha, geralmente tratando-se da satisfação de desejos ou expressões de pulsões reprimidas. Além disso, ele afirma que os sonhos são construídos a partir da experiência do sujeito. Sempre contêm referências ao dia passado e todas as falas significativas são provenientes de falas que a pessoa que sonhou ouviu ou leu durante o dia vivido por ela.
É através da análise do sonho que é possível assim sua interpretação.

Diferentemente, seu contemporâneo mais jovem, Jung (de 1875 a 1961), distinguiu entre sonhos insignificantes que trabalham problemas do cotidiano e sonhos significativos que são um caminho de transmissão da sabedoria milenar da humanidade. Esses últimos trazem símbolos que, independentes das narrativas tecidas ao redor deles pela pessoa que sonha, têm uma vida própria por serem produtos espontâneos do inconsciente coletivo. Enquanto o inconsciente pessoal é o resultado da vivência do indivíduo, os conteúdos do inconsciente coletivo não foram adquiridos durante a vida individual.

Quando a pessoa vivencia suas experiências cotidianas de forma excessivamente unilateral, seu sonho pode até criar, para compensar os déficits, um mundo completamente oposto. Além disso, há sonhos que predizem o futuro ou contêm uma advertência para um perigo futuro. Às vezes esses sonhos pretendem sinalizar para a pessoa que ela precisa mudar seu estilo de vida ou fazer uma determinada escolha para evitar uma catástrofe futura. Para interpretar os sonhos, não se depende, como é o caso no método freudiano, das associações altamente pessoais do paciente, mas procuram-se referências nos mitos antigos, na arte e em outras fontes. Sonhar é um estado alterado de consciência no quais as imagens e fantasias lembradas são temporariamente confundidas com a realidade externa.

Ao contrário de Freud, as situações absurdas dos sonhos, para Jung, não seriam uma fachada, mas a forma própria do inconsciente de se expressar. Para Jung, há os sonhos comuns e os arquetípicos, revestidos de grande poder revelador para quem sonha. A interpretação de sonhos é uma ferramenta crucial para a psicologia analítica, desenvolvida por Jung.

Pesquisa empírica, citada por Domhoff (2003), mostrou que atos de fala em relatos de sonhos coletados em laboratórios de sono geralmente são construções originais (e não repetições de falas que ocorreram nas vivências acordadas do participante). Essas falas são reações ao contexto dinâmico dos acontecimentos no sonho. É exatamente essa natureza espontânea que torna importantes os atos do paciente no seu sonho. A qualidade espontânea e intuitiva (quer dizer, não governada por regras, mas modelada pelas contingências) do sonho o torna uma fonte particularmente rica em dicas sobre as contingências importantes na vida do paciente (Vandenberghe, 2004). De acordo com Domhoff (2003), pesquisas empíricas documentaram que os sonhos relatados por clientes focalizam assuntos em destaque na relação terapêutica e não são, de forma alguma, uma amostra representativa dos seus sonhos. Esse dado mostra mais uma vez que os sonhos que o cliente traz para o consultório não podem ser mais do que uma fonte adicional de informação quando se trata do diagnóstico.

Sonhar é uma atividade cognitiva, como indicado pela continuidade entre o conteúdo dos sonhos os pensamentos e comportamentos vigies. O que as pessoas sonham é também o que elas pensam ou fazem quando estão despertas.
Na teoria da continuidade de Domhoff o sonhar, na qual o sonho é um processo imaginativo que reflete as concepções, interesses, e preocupações emocionais do individuo.
Com as teorias dos autores aqui sitados é possível concluir que todos falam dos sonhos mais que são concepções diferentes e técnicas de analise diferentes.

Freud trouxe o sonho para Psicologia para uma analise mais detalhada, pois os sonhos são um pouco do sujeito, e seu modo de viver, agir socialmente, interagir com o meio. Muitos sonhos são analisados e interpretados por ele e o que mais custou ao autor, foi o fato de que, devido ao sigilo com que deveria resguardar os sonhos de seus pacientes, Freud utiliza os próprios sonhos para dar seqüência à obra A interpretação dos sonhos.

Sonhar é natural do ser humano, todos nos sonhamos, e com a concepção de vários autores sobre os sonhos, espero que tenha entendido um pouco sobre algumas dessas dentre varias outras concepções, e que este artigo possa dar a possibilidade para uma pesquisa mais detalhada.


Referências

• HILGARD, Ernest Rop. Introdução à Psicologia de hilgard, Porto Alegre: Artmed, 2002, 13ª Ed.cap. 6 págs. 224 a 227.

• GARCIA ROSA, Luiz Alfredo, Freud e o inconsciente, Rio de Janeiro, 2004,20ªed. Cap. 3 págs61 a 86.

• FREUD, Sigmund. A Interpretação dos Sonhos. Vol. 1 e 2. São Paulo: Círculo do Livro. Tradução de Walderedo Ismael de Oliveira e revisão de Vera Ribeiro. Volume 1 (p. 141-43)

• L. VANDENBERGUE. Universidade Católica de Goiás, Departamento de Psicologia. 5ª Avenida, Setor Universitário, Goiânia, GO, Brasil. E-mail: . Estudos de Psicologia I Campinas I 24(2) I 239-246 I abril – junho 2007 1

• Luc VANDENBERGHE Artur Vandré PITANGA A análise de sonhos nas terapias cognitivas e comportamentais

• http://pt.wikipedia.org/wiki/Sonho

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¹ aluna graduando do curso de Psicologia/ Puc Minas/ Betim no 2º semestre/ 2007 orientada pela profª. Vânia carneiro Franco no Estágio Supervisionado.


Publicado por: Kele Silva de Morais

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