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Tantos Meninos

Tantos Meninos, menino com traços de homem, alma de velho, riso de dor, um menino com marcas da vida, cicatrizes profundas, dor moribunda, menino sem cor, sozinho no mundo, sem teto e sem chão, em sua cama de papelão, lamentava.

O texto publicado foi encaminhado por um usuário do site por meio do canal colaborativo Meu Artigo. Brasil Escola não se responsabiliza pelo conteúdo do artigo publicado, que é de total responsabilidade do autor . Para acessar os textos produzidos pelo site, acesse: https://www.brasilescola.com.

Era um menino com traços de homem, alma de velho, riso de dor.

Um menino com marcas da vida, cicatrizes profundas, dor moribunda, menino sem cor. Brincava de ser gente grande, tinha sonhos confusos e guardava um segredo. Um menino com medo, dor-de-cotovelo, rimas infantis.

Tomava banho de chafariz e limpava carros por um trocado. Algumas vezes roubava, mas só em extrema necessidade, pois o menino tinha lá a sua dignidade.

Sozinho no mundo, sem teto e sem chão, em sua cama de papelão, lamentava. E era assim, dia após dia, noite após noite... a vida mais parecia um açoite para o menino com alma de velho e traços de homem.

Seu segredo, ninguém jamais soubera, na verdade nem tivera para quem contar. Era tão sozinho que nem se sentia gente, quando morresse seria indigente sob sete palmos de terra.

Era um menino que andava descalço neste mundo vil. Um menino que morreu de frio num rigoroso inverno. Menino de riso amarelo repleto de dor. Sua alma de velho descansa incolor.

Tantos meninos iguais a ele jogados por aí. Tantos meninos que vemos todo dia e nem pensamos existir... Tantos meninos nesse mundo de humanos desumanos apressados demais. Tantos meninos que não sonham mais... e os que sonham ainda, nem contam com a gente, pois estamos com pressa. Tantos meninos para quem a vida já nem interessa.

Tantos pobres meninos...


Publicado por: Claudia Magnólia de Almeida Freitas

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