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Energia Eólica: Em Busca da Sustentabilidade

Fontes alternativas de energia existentes no Brasil.

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RESUMO

A revolução industrial trousse o desenvolvimento e como consequência cada dia está aumentando a poluição ambiental alarmantemente. A preocupação com os desequilíbrios ambientais é frequente em todo o mundo e a busca por um planeta sustentável é comum e requer consciência das pessoas. O Brasil tem uma ferramenta importante neste cenário global que é a energia eólica como uma fonte limpa e renovável em tempos de crise ambiental no qual o Planeta agoniza uma severa agressão de fontes energéticas maléficas ao equilíbrio ambiental e desse modo a expansão da energia eólica pode contribuir significativamente para redução do avanço das fontes poluentes e não-renováveis. Por outro lado é importante chamar atenção aos baixos níveis de investimento público nesta fonte em que o Brasil possui grande potencial de geração, sendo a produção energética atual ainda é baixa visto a alta potencialidade que o país possui e dos benefícios econômicos que podem ser impulsionados com a expansão desta fonte.

Palavras-chave: Energia eólica. Impacto ambiental. Fontes alternativas. Sustentabilidade.

INTRODUÇÃO

Diante da atual crise ambiental que passa o planeta Terra e com o aumento das agressões ambientais, as matrizes energéticas predominantes no Brasil causam danos ao meio ambiente e nesse contexto à energia eólica é pouco explorada nesta nação que possui elevado potencial de geração.

Em se tratando de um problema mundial de grande complexidade, desenvolver atitudes de conscientização sobre a importância desta fonte energética alternativa e não poluente e demonstrar os benefícios advindos com a expansão em larga escala de aerogeradores, significa contribuir para minimizar o crescimento da geração de energia através de meios que trazem consequências para o desequilíbrio ambiental.

De acordo com Walisiewicz (2008) a força motriz dos ventos vem sendo usada há milênios, desde os moinhos de vento ao barco a velas, o homem tem utilizado a sua energia cinética para executar tarefas, se locomover, conquistar novas terras e desbravarem continentes.

Desse modo, a energia dos ventos pode ser transformada em eletricidade, sendo umas das fontes mais limpas existentes no nosso planeta, porém pouco aproveitada e levando-se em conta que o início de sua utilização é milenar mostra a pouca importância de investimento no setor.

Segundo o Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica (Proinfa) o Potencial Eólico Brasileiro é mais de 350 GW, porém em 2010, o mercado eólico brasileiro atingiu apenas 931 MW, onde era esperado 1GW, retratando a baixa exploração de uma potencialidade invejada por outras nações que possuem alta tecnologia, mas não dispõe de campo para geração.

Para Jannuzzi (2000) existem duas maneiras de buscarmos a sustentabilidade energética, que são através da eficiência energética e maior uso das renováveis. A primeira seria evitar as perdas, já a segunda corresponde ao investimento em fontes naturais e que não agridem o meio ambiente, como a energia eólica.

Vivemos, portanto um momento em que os problemas ambientais são motivos de repercussão internacional. Nesse sentido, a energia eólica mostra-se uma fonte alternativa, renovável, e uma vez que utiliza meios naturais reduz assim os riscos de desastres ambientais causados por fontes poluentes. Assim, visto a vasta importância desta fonte e o baixo investimento público na geração de energia elétrica a partir dos ventos, este trabalho busca a despertar tal conscientização no sentido de reafirmar a relevância desta fonte energética em detrimento de outras que venham poluir o planeta, desenvolvendo uma ideia ecológica e sustentável.

Desenvolvimento

A revolução industrial trouxe um crescimento desenfreado e desordenado em que não foi em consideração diversos fatores, dentre eles, o excesso das emissões dos gases de efeito estufa, como o dióxido de carbono (CO2). Em decorrência do elevado número de gases do efeito estufa emitidos diariamente, surgiram várias consequências maléficas para o planeta, os quais se apresentam de várias formas e maneiras: como doenças, aquecimento global generalizado e, como consequência, o derretimento de geleiras, acelerando um processo natural do planeta.

Segundo a Agencia Nacional de Energia Elétrica (ANEL), a matriz energética brasileira em funcionamento é composta predominante por hidroelétricas, as quais respondem com 71,04%, seguido das termelétricas com 26,27%, nuclear 1,75%, eólica 0,94% e solar 0%. Mesmo a geração de energia através de hidroelétricas que não é considerada das mais poluente acarreta desequilíbrio ambiental, pois é necessário alagar grandes áreas inundando cidades e ecossistemas, ocupando o habitat de uma fauna e flora, desviando percurso de rios, o que a torna uma forma não sustentável.

Já a segunda e terceira fontes mais exploradas no Brasil, as termoelétricas e as nucleares são das fontes mais poluentes que existe atualmente, sendo que as primeiras emitem gases de efeito estufa que destroem a camada de ozônio e acarreta o aquecimento do planeta derretendo as geleiras e consequentemente aumentando o nível dos oceanos. Já as segundas, baseiam na modificação do átomo de urânio produzindo outros elementos químicos radioativos que não tem utilidade e nem pode ser colocado no meio ambiente, outro agravante desta fonte é o risco de acidentes nucleares, pois colocariam em risco todas as formas de vidas submetidas à sua radioatividade.

Diante do atual cenário mundial, países em desenvolvimento buscam estratégias a fim de evoluir de forma sustentável, embora isso acarrete uma lentidão no crescimento. No entanto essa estratégia não é unanimidade entre as nações que possuem muita resistência principalmente as mais desenvolvidas, das quais requer mudanças, não apenas de hábitos, mas no planejamento da economia e isto é um dos grandes empecilhos trazidos às fontes alternativas.

Muito comum um dos piores métodos de produção de energia elétrica é a termoelétrica na qual é extraída do carvão betuminoso que tem amplo emprego industrial. A queima deste combustível mineral para obtenção de energia produz efluentes altamente tóxicos, dentre eles, o mercúrio e outros metais como vanádio, cádmio, arsênio, chumbo. Com uma vasta reserva mundial, este mineral é capaz de com a intensiva utilização na produção de energia poluir todo o planeta em menos de um século, se usado indiscriminadamente.

Portanto a energia eólica se destaca por ser sustentável, fonte inesgotável e principalmente de baixo impacto ambiental, comparando-se com as produzidas em hidroelétricas ou usinas termoelétricas, além disso, as turbinas eólicas podem ser utilizadas tanto em conexão com redes elétricas como em lugares isolados e ainda ser associada em consórcio com a energia solar, outra fonte limpa e renovável que também é pouco explorada.

Para Layton, a energia eólica já era usada no Egito há pelo menos quatro mil anos, onde foram usados para locomover barcos à vela. As velas captavam a energia no vento para impulsionar o barco ao longo da água. Já os primeiros moinhos de vento, que eram usados para moer grãos, originaram-se entre dois mil a.C. na antiga Babilônia, e 200 a.C. na antiga Pérsia. O conceito de utilizar a energia do vento para moer grãos disseminou rapidamente ao longo do Oriente Médio e foi largamente utilizado antes que o primeiro moinho de vento aparecesse na Europa. No início do século XI d.C. com as cruzadas europeias levaram o conceito para casa e surgiu o moinho de vento do tipo holandês com o qual estamos familiarizados.

A força dos ventos vem sendo utilizada bem antes do surgimento dos geradores eletromagnéticos, que surgiram após a experiência de Oersted em 1820 a qual relacionou magnetismo e eletricidade, até então vistas como fenômenos independentes, esta descoberta foi o ponto inicial para o desenvolvimento deste extraordinário ramo da física que foi um grande aliado ao desenvolvimento tecnológico no qual vivemos. Embora milenar sua utilização, segundo ANEL (Agência Nacional de Energia Elétrica), somente na década de 1970 com a crise do petróleo é que houve interesse e investimentos suficientes para viabilizar o desenvolvimento e aplicação de equipamentos em escala comercial para produção de energia com a força dos ventos.

O Brasil é o país que possui um dos maiores potenciais do mundo em energia eólica, porém os investimentos no setor tem se tornado baixo quando comparado ao potencial a ser explorado nesta nação.

O Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica (Proinfa) foi implantado pelo decreto nº. 5.025, de 2004 do governo brasileiro para acelerar o desenvolvimento da energia renovável e aumentar a contribuição deste setor para 10% do potencial energético do país até 2020 e assim estimular a implantação de 1.400 MW.

Em 2010, conforme Lipinski o mercado eólico brasileiro cresceu 326 MW, chegando a 931 MW, um crescimento de 54,2% em termos de capacidade instalada total, e de 23,8% em termos de acréscimos de capacidade anual, até o lançamento do relatório, a GWEC (Global Wind Energy Council) esperava que o país tivesse alcançado 1 GW.

Assim, apesar dos investimentos, a geração desta fonte energética ainda é pouca quando comparada à capacidade total de produção que o Brasil possui, sendo que dessa capacidade apenas 0,27% foi atingida em 2010. Com as melhores jazidas de vento do mundo e potencial para geração de 350GW, o Brasil pode protagonizar uma transformação sustentável: gerar energia limpa, emprego e ainda impulsionar o desenvolvimento do Nordeste, o qual possui 90% do potencial eólico brasileiro, mais precisamente nos litorais e no semiárido nordestino, o qual pode colocar a região em primeiro lugar no ranking daquela em que possuirá o maior percentual de geração renovável per capita do planeta, mas para isso requer investimento em pesquisas e tecnologia de ponta na exploração desta potencialidade.

Atualmente com a necessidade em promover o desenvolvimento com consciência ambiental trouxe novas discussões em torno da composição da matriz energética dos países. O conceito de sustentabilidade não mais permite a construção de grandes barragens, características das hidrelétricas já construídas no Brasil.

De acordo com Jannuzzi serão necessários maiores investimentos em fontes renováveis, bem como aumentar os esforços em torno da eficiência energética. Como vimos, os investimentos em torno da energia eólica ainda são baixos por parte do poder público brasileiro, já quanto à eficiência, este o poder público criou desde 1985 o Programa Nacional de Conservação da Energia Elétrica (PROCEL), que visa a conservação da energia, focados na mudança de hábitos e na eficiência energética a fim de evitar desperdícios. A política de evitar desperdícios através da conscientização das pessoas é válida, porém isto não resolve o problema dos desperdícios, existe a necessidade em investimentos em meios de transmissão, melhorias no sistema de distribuição e de produção, pois estes representam grande parte das perdas de eletricidade.

Neste contexto, vale citar iniciativas de distribuidoras de energia, como a caravana da energia eficiente da Companhia Energética do Piauí (CEPISA), a qual sorteia refrigeradores econômicos a ser substituídos por aparelhos de alto consumo para consumidores de baixa renda sem condições econômicas de adquirir o produto mais eficiente.

Contudo, um ponto a ser observado é o alto custo de instalação de uma fazenda eólica o que acarreta um acréscimo no valor da energia para o consumidor, tornando assim uma desvantagem em relação a outras fontes que embora poluentes conseguem produzir a eletricidade a um preço mais competitivo. Cabe aos governantes agirem a fim de tornar esta fonte mais competitiva comercialmente, uma vez que pode ser incluída em uma política fiscal, ou até mesmo com investimentos a taxas de juros diferenciadas sendo que os benefícios trazidos pela mesma serão relevantes para todo o planeta.

Diante do exposto, é certo que a energia eólica com um grande potencial a ser explorado necessita de investimentos, uma vez que é energia limpa e a sua expansão poderá reduzir a implantação de novas usinas nucleares e termelétricas, as quais representam riscos ambientais e respondem juntas por quase um terço da matriz energética brasileira.

Conclusão

Visto que a energia eólica é uma ferramenta importante na luta para reduzir o aumento na exploração das fontes energéticas que causam danos ao meio ambiente, pode-se verificar que esta energia limpa e sustentável não vem recebendo a devida importância, sendo que a mesma não está entre as mais exploradas, ocupando apenas a terceira posição no ranking nacional, e o mais grave, existem duas fontes altamente poluentes, nuclear e termelétrica, que a superam em potencial atualmente instalado.

É importante ressaltar que em virtude dos problemas ambientais e busca por um planeta sustentável requer das comunidades consciência e investimentos por parte dos governantes em fontes alternativas bem como produzir e distribuir energia com o mínimo de perdas, reduzindo os desperdícios e explorando as fontes energéticas dispostas na natureza de forma sustentável para que gerações futuras possam também desfrutar da natureza dispostas até quando houver uma exploração inteligente.

Existem portanto uma necessidade emergente de investimentos públicos em usinas eólicas, pois o Brasil grande potencial de geração além de ser uma necessidade mundial o investimento em fontes renováveis para conservação do nosso planeta.

REFERÊNCIAS

WALISIEWICZ, Marek. Energia Alternativa. Publifolha, 2008.

JANNUZZI, Gilberto de Martinho. Políticas Públicas para Eficiência e Energia Renovável no Novo Contexto de Mercado. Editora Autores Associados, 2000.

LAYTON, Julia. Como funciona a energia eólica. Disponível em: http://ambiente.hsw.uol.com.br . Acesso em: 03 de março de 2010.

FEITOSA, Everaldo. Energia eólica: uma revolução movida a vento. Disponível em: http://oglobo.globo.com Acesso em: 28 de março de 2008.

BALARINE, Angelina. Energia Eólica Uma Solução Inteligente. Disponível em: http://www.artigonal.com Acesso em: 03 de dezembro de 2010.

BRITO, Sérgio de Salvo. Atlas do Potencial Eólico Brasileiro. Disponível em: http://www.cresesb.cepel.br Acesso em: 03 de dezembro de 2010.

CENTRO BRASILEIRO DE ENERGIA EÓLICA – CBEE / UFPE. 2000 – Energia Eólica Disponível em: http://www.aneel.gov.br. Acesso em: 13 de junho de 2011

LIPINSKI, Jéssica - Instalações eólicas devem aumentar 40 GW em 2011. Disponível em: http://www.institutocarbonobrasil.org.br Acesso em: 13 de junho de 2011.

Capacidade de geração do Brasil Disponível em: http://www.aneel.gov.br Acesso em: 15 de julho de 2011

Caravana da energia eficiente Disponível em: http://www.cepisa.com.br Acesso em: 15 de julho de 2011


Publicado por: Gilson Mauriz Gomes

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