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Um olhar psicopedagógico para os cursos de formação de professores diante das dificuldades de aprendizagem no Ensino Fundamental do 1° ao 5° ano

Confira uma reflexão sobre a importância da abordagem de conhecimentos específicos sobre as dificuldades de aprendizagem e estratégias de intervenção nos cursos de formação de professores.

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RESUMO

O presente trabalho propõe uma reflexão sobre a importância da abordagem de conhecimentos específicos sobre as dificuldades de aprendizagem e estratégias de intervenção nos cursos de formação de professores. Para realização dessa monografia optei pela abordagem de pesquisa qualitativa e estudo bibliográfico de obras de autores consagrados e trabalhos acadêmicos, como monografias, artigos, teses que discutem assuntos referentes à formação de professores e dificuldades de aprendizagem.  No decorrer do trabalho, apresento reflexões sobre a importância de repensar os programas de formação de professores no sentido de responder às exigências e aos desafios cada vez mais complexos encontrados na sala de aula. Desafios estes que surgem durante o processo de ensino-aprendizagem, quando os progressos se misturam com as dificuldades dos alunos. Estas não devem ser focadas isoladamente, pois podem estar relacionadas com outros fatores que necessitam de conhecimentos específicos para serem compreendidas. O professor que trabalha com a diversidade em sala de aula, necessita compreender em profundidades como ocorre o processo de ensinagem e aprendizagem, dois paradigmas a serem distinguidos, pois um refere-se à transmissão de conteúdos e o outro envolve troca de emoções. O professor que possui um enfoque psicopedagógico tem uma visão diferenciada das dificuldades de aprendizagem, sua ferramenta de trabalho é o afeto, possui um olhar e uma escuta sensível que favorece perceber no aluno as suas reais capacidades e necessidades. O olhar e a escuta são estratégias fundamentais para elaboração de estratégias de intervenção. No último capítulo abordo as dificuldades mais comuns encontradas na sala de aula e algumas sugestões de intervenções com base nos autores aqui discutidos.

Palavras – chaves: Formação, Ensino-Aprendizagem, Dificuldades de Aprendizagem, Enfoque Psicopedagógico, Estratégias de Intervenção.

1. INTRODUÇÃO

A formação de professores tem sido um dos temas mais abordados e discutidos na área da educação, principalmente nos cursos de pós-graduação.

Refletir sobre a formação de professores nos cursos de Pedagogia implica em pensar um sistema escolar intrínseco ao contexto social e político, bem como em pensar sobre o sujeito, o cidadão e o profissional que se desejar formar.

A formação em nível superior para o exercício da docência deve possibilitar ao futuro professor, acesso aos saberes das ciências da educação que embora não auxiliem o ato de ensinar, ofereçam subsídios e fundamentos sólidos para tratar as diversas situações da sala de aula.

A articulação, teoria e prática devem estar presente do início ao final do curso de pedagogia. “A prática docente, expressão do saber pedagógico, constitui-se numa fonte de desenvolvimento da teoria pedagógica. As necessidades práticas que emergem do cotidiano da sala de aula demandam uma teoria” (AZZI, 1999, p.47).

É comum o professor em início de carreira apresentar certa insegurança. Sua atuação está diretamente ligada a sua formação. Quando ele tenta aplicar na prática a teoria estudada na graduação e o resultado não é satisfatório, surgem inúmeras dúvidas e incertezas que podem lhe trazer consequências irreversíveis no que se refere ao processo de ensino-aprendizagem. 

Durante o processo de ensino-aprendizagem, “quem ensina aprende ao ensinar e quem aprende ensina ao aprender”. (FREIRE, 2009, p. 23), então, é importante que o professor tenha conhecimento teórico sobre as dificuldades de aprendizagem que encontrará durante esse processo, a falta de informação impossibilita o professor de percebê-las, fazendo-o agir de maneira inadequada agravando ainda mais a situação, passando a “culpabilizar” o aluno, considerando-o relapso, preguiçoso e sem vontade de aprender.

Logo, o professor com formação psicopedagógica, que compreende e respeita as dificuldades de aprendizagem de seu aluno, “desenvolve na criança a capacidade de procurar dentro de si mesma as repostas para seus problemas, tornando-o responsável e, consequentemente, agente de sua própria aprendizagem”.(DROUET, 1995, p.13)

Para tratar as idéias acima, o trabalho foi organizado em capítulos, que discutem sob a luz dos teóricos as inter-relações entre os temas que serão abordados, como a importância da articulação da teoria e prática nos cursos de formação inicial de professores, o papel do professor no processo de ensino-aprendizagem, dificuldades de aprendizagem, o enfoque do professor com formação psicopedagógica, o auxílio aos alunos com dificuldades de aprendizagem utilizando a visão psicopedagógica e estratégias de intervenção.

Os temas escolhidos tratam de um assunto de relevância pessoal. Ao exercer a docência, após quatro meses da conclusão do curso de Pedagogia, não me senti preparada para lidar com as dificuldades de aprendizagem dos meus alunos. Percebi que minha formação não me capacitou o suficientemente para lidar com tais diversidades encontradas na sala de aula.

Para desvendar minhas dúvidas em relação aos diferentes tipos de dificuldades de aprendizagem e as intervenções necessárias, optei por especializar-me em Psicopedagogia.

2. OBJETIVO DO TRABALHO

O objetivo do presente trabalho é compreender a importância da abordagem de conhecimentos específicos sobre as dificuldades de aprendizagem e estratégias intervenções nos cursos de formação de professores.

3. REVISÃO DA LITERATURA

3.1. A importância da articulação da teoria e prática nos cursos de formação inicial de professores.

Nos últimos anos a formação de professores no Brasil, exclusivamente para educação básica do ensino fundamental, vêm passando por algumas reformas. O modelo atual não mais agrada os educadores e a sociedade, tendo em vista as frequentes críticas, discordâncias e reflexões feitas referente à função docente.

Se nos detivermos no conteúdo do Parecer CNE/CP 9/2001, que fundamenta as resoluções, percebe-se que a intencionalidade que orienta a prática de ensino seria a de possibilitar aos futuros professores a imersão gradativa em atividades voltadas a seu futuro trabalho no ambiente escolar. Sua definição como “componente curricular” pressupõe uma perspectiva transversal, por via da integração teoria-prática com os demais componentes curriculares ou disciplinas.

A literatura neste âmbito ressalta a necessidade de repensar a formação de professores no sentido de responder às exigências e aos desafios cada vez mais complexos que se colocam às escolas e aos professores (PERRENOUD, 1993; MARCELO, 1994; ESTEVE, 2001).

Cada vez mais se afirma à necessidade de incorporar nos programas de formação de professores conhecimentos, competências e atitudes que permitam aos professores em formação compreender as complexas situações de ensino.

O conceito de formação é bastante ambíguo. Neste caso, De La Torre e Barrios (2002, p.14), dizem que formar é:

[...] “ajudar a tomar consciência das próprias atuações e como melhorá-las”, ou seja, a formação deve ser permanente permitindo ao professor a reflexão sobre a sua prática, de forma que seja possível provocar transformações positivas na sua maneira de estar e de agir em sala de aula “. (2002 p. 14).

De acordo com a definição no dicionário Larousse, Pedagogia significa aptidão para bem ensinar.

Segundo Pimenta (2002), as áreas de atuação dos pedagogos são amplas em nossa sociedade e que isso deve ser considerado na formação deste profissional.

O desempenho de um docente está relacionado com o embasamento teórico que ele possui, e que vão proporcionar solidez e sustentação a sua prática em sala de aula.

Para Dewey (1959), a relação teoria e prática estabelece uma unidade na medida em que o pensamento e a ação devem formar um todo indivisível, o que implica tratar qualquer formulação teórica como hipótese ativa que carece de demonstração em situação prática.

Para a grande maioria a formação dos professores se distância muito de sua ação pedagógica. O processo de formação geralmente dá ênfase aos aspectos teóricos, havendo uma certa incoerência entre teoria e prática, pois durante o processo de formação não há uma preocupação em relacionar os conhecimentos adquiridos ao contexto social no qual desenvolvem sua ação pedagógica.

De acordo com Mizukami:

“A desarticulação e a não interferência das linhas teóricas, estudadas em cursos de formação de professores, na prática pedagógica poderá indicar que as teorias que constituem o ideário pedagógico permanecem externas ao professor. Não sendo incorporadas, discutidas, refletidas a ponto de serem vivenciadas”.(2007, p. 107)

Ao discutir os dilemas da formação inicial, Calderhead e Shorrock (1997) argumentam que existe uma tendência para simplificar o excessivo debate sobre teoria e prática na formação de professores ao identificar a “prática” com o que acontece na escola e “teoria” com o que acontece na universidade.  Isso acontece devido ao divórcio entre universidade e escolas no que diz respeito à filosofia de formação.

Reafirmando a fala dos autores acima, Alonso (1998), Pacheco e Flores (1999), afirmam que muitas práticas existentes contradizem os princípios e os pressupostos da integração teoria-prática e da articulação entre os contextos de formação, na formação inicial de professores.

Discutir articulação entre teoria e prática nos cursos de formação de professores é algo complexo e que requer alguns cuidados.  É importante entendermos o conceito de ambas.

Segundo o dicionário Larousse (2005), teoria é um conjunto organizado de princípios, regras e leis científicas que visam descrever e explicar um certo conjunto de fatos.  A prática significa execução concreta de uma ação.

Entende-se que as leis, as regras e os princípios foram criados a partir das ações realizadas pela sociedade ao logo do tempo, a fim de organizar a forma de agir e de pensar. Ao mesmo tempo, essa mesma teoria, serve para explicar e orientar a nossa forma de atuar no dia-a-dia, com base nos acontecimentos construídos historicamente pelo homem, criando-se assim um círculo vicioso.

Deste modo, fica claro que, a teoria é fundamental na formação inicial de professores, pois ao nos apropriarmos da fundamentação teórica nos beneficiamos de variados pontos de vista para uma tomada de decisão dentro de uma ação contextualizada, adquirindo perspectivas de julgamento para compreender os diversos contextos do cotidiano.

As possibilidade de reflexão sobre as práticas docente surgem quando  o professor  se apropria do conhecimento teórico, beneficiando-se de suas contribuições, encontrando outras   formas de trabalhar, mudando suas atitudes, seus pontos de vista, sua postura,   vencendo   suas dificuldades  e agindo com autonomia diante de suas decisões.

Para Libâneo e Pimenta:

“As investigações recentes sobre formação de professores apontam como questão essencial o fato de que os professores desempenham uma atividade teórico-prática. É difícil pensar na possibilidade de educar fora de uma situação concreta e de uma realidade definida. A profissão de professor precisa combinar sistematicamente elementos teóricos com situações práticas reais”. (1999, p. 267).

E a formação docente depende tanto das teorias, quanto das práticas desenvolvidas em sala de aula.  Não podemos enfatizar a teorização em detrimento da prática.

De acordo com Pimenta (2005, p.26), “o saber docente não é formado apenas da prática, sendo também nutrido pelas teorias da educação”.

Nesta perspectiva, é imprescindível que, durante sua formação o professor se aproprie do conhecimento teórico sobre ensino-aprendizagem a fim de compreender como ocorre esse processo.

4. Qual o papel do professor  no processo de ensino-aprendizagem?

Para pensarmos no papel do professor no processo de ensino-aprendizagem, não podemos esquecer dos desafios encontrados por eles no exercício da docência.

Rios (2008, p. 56), afirma que, o que se dá hoje com o processo de ensino é peculiar, na medida em que temos um mundo que demanda do docente algo mais complexo do que aquilo que ele estava habituado.

Atualmente o processo ensino-aprendizagem tem sido caracterizado de diferentes formas, ora destaca à figura do professor como detentor do saber, responsável pela transmissão do conhecimento, ora vem destacar o papel do aluno como sujeito aprendiz, construtor de seu conhecimento.

Porém, Freire (2009) já dizia que ensinar não é apenas transmitir conhecimentos. Não há docência sem discência, as duas se explicam e seus sujeitos apesar das diferenças que os conotam, não se reduzem à condição de objeto, um do outro.  

Tal processo compreende ações conjuntas do professor e do aluno, onde estarão estimulados a assimilar, consciente e ativamente os conteúdos/métodos e aplicá-los de forma independente e criativa nas várias situações escolares e na vida prática. “É impossível falar de ensino desvinculado de aprendizagem”. (RIOS, 2008, p.53)

Para muitos pesquisadores, os termos ensino e aprendizagem são indissociáveis na construção do conhecimento, não se pode reconhecer a importância do primeiro, sem reconhecer o significado a que o segundo nos remete nessa construção.

A interação professor-aluno não pode ser reduzida ao processo cognitivo de construção de conhecimento, pois envolve também as dimensões afetivas e motivacionais. É nessa interação, que tanto aluno, quanto professor vão construindo imagens um do outro, criando expectativas positivas ou negativas entre ambos.

As relações afetivas entre o professor e o aluno causam grandes efeitos no processo de ensino-aprendizagem. Portanto é mais importante o professor se preocupar em como o seu aluno aprende, do que se concentrar apenas nos conteúdos a serem ensinados.

“A criança deseja ser amada, aceita, acolhida e ouvida para que possa despertar para a vida da curiosidade e do aprendizado. O papel do professor é especifico e diferenciado do das crianças. Ele prepara e organiza o microuniverso onde as crianças brincam e se interessam”.

A postura deste profissional se manifesta na percepção e na sensibilidade aos interesses das crianças que em cada idade diferem em seu pensamento e modo de sentir o mundo.”(SALTINI, 2002, apud PORTO, 2011, p. 46)”.

O processo de ensino-aprendizagem tem um caráter intencional e esta intencionalidade traduz-se em objetivos educacionais. Esses objetivos de ensino-aprendizagem devem alcançar um nível máximo de coesão em sala de aula, de forma que os educadores possam planejar atividades e estratégias concretas para o desenvolvimento dos educandos e avaliar o grau de construção de conhecimento, trabalhando as dificuldades, reconhecendo e incentivando os alunos para que encontre o prazer no ambiente da sala de aula.

Segundo Vygotsky, o professor deve atuar na Zona de Desenvolvimento Proximal, levando a criança do nível de conhecimento real (conhecimentos prévios) ao nível de conhecimento potencial (conhecimentos adquiridos com a mediação de outros mais experientes).

A mediação da aprendizagem precisa ser intencional e recíproca, levando em conta as necessidades e os desejos daquele que aprende. É necessário que seja significativa para o aprendente devendo acontecer a partir dos conhecimentos prévios dos alunos, ou seja, daquilo cujo significado eles procuram construir e com isso “possam transcender ao momento e estender sua experiência para aplicação prática, útil e motivada, antes de tudo”. (VALLE, BONBONATTO E MALUF, 2008).

O professor tem um lugar importante na construção da aprendizagem, precisa acolher o aluno, estimulando-o e facilitando a abertura dos caminhos para o seu desenvolvimento cognitivo.

É imprescindível que o professor tenha em mente quais e como as atividades que realizará com a criança, favorecerá no desenvolvimento da maturação do sistema nervoso central, na estruturação psíquica e cognitiva da mesma, a fim de que funcionem de acordo com as exigências do meio.

Gómez e Terán (2009, p. 86), trazem algumas orientações que os professores devem seguir no processo de ensino-aprendizagem.

  1. Ensinar a pensar: desenvolver no aluno um conjunto de habilidade cognitivas que permita a eles otimizar seus processos de raciocínio.
  2. Ensiná-los sobre o pensar: motivar os alunos a tomar consciência dos seus próprios processos e estratégias mentais (metacognição) para poder controlá-los e modificá-los (autonomia) melhorando o rendimento e a eficácia na aprendizagem.
  3. Ensiná-los sobre a base do pensar: ou seja, incorporar objetivos de aprendizagem relativos às habilidades cognitivas dentro do currículo escolar.

Durante o processo que o aluno realiza ao construir o seu conhecimento, surgem progressos que se misturam com as dificuldades, podendo levar às vezes ao retrocesso. Essas dificuldades não devem ser focadas isoladamente, pois podem estar relacionadas a vários fatores, tais como emocional, orgânico, intelectual, social, afetando toda a personalidade do indivíduo.

Diante dessa questão é importante que professor esteja sempre buscando, estudando, ou seja, procurando aprofundar-se teoricamente em assuntos referente às dificuldades de aprendizagem. Conhecendo-as a fundo, poderá preparar estratégias de intervenção de acordo com a dificuldade de cada aluno.

Saltini (2008), diz que o professor além de conhecimentos teóricos, precisa conhecer o seu aluno, entendê-lo, demonstrar disponibilidade de mudança, pois  ele não é dono do saber, e se faz necessário perceber e reconhecer que existem falhas na sua prática pedagógica. É importante que entendamos de seres humanos para praticarmos uma pedagogia afetiva.

4.1. Dificuldades de aprendizagem. O que fazer?

As dificuldades de aprendizagem é uma triste realidade que atravanca a prática educativa e afeta um grande número de alunos que acabam sendo mal compreendidos e vistos como estudantes desinteressados.

É preciso ver o educando na sua singularidade, evitando a estereotipia e a padronização que servem para afastar os que deveriam estar unidos e mediados pela diferença, no contexto de ensinar e aprender.

Segundo Porto (2011), as dificuldades de aprendizagem, podem surgir por diversos motivos, tais como: problemas familiares, déficits cognitivos, capacitação do professor, dentre outros, podendo levar o aluno ao fracasso escolar.

Diante disso, é preciso entender que o processo de aprendizagem é complexo e está propenso a variações internas e externas do educando que apresenta bloqueios e inibições quando surge um conflito. Nenhuma dessas dimensões deve ser analisada de maneira isolada, favorecendo um desequilíbrio, mas que elas sirvam como propósitos de investigação á procura de recursos e meios para desbloquear os conflitos nos educandos.

É importante ajudar os educandos que apresentam dificuldade de aprendizagem a conhecerem os seus pontos fortes, a compreenderem que suas dificuldades não existem por falta de capacidade.  O futuro dessas crianças está nas mãos das pessoas que estão ao seu lado na aprendizagem.

“O erro é a manifestação de um conhecimento não aprendido, mas que precisa atenção para que possa ocorrer o avanço na aprendizagem do aluno e se o professor compreende este desvio, possibilitará a sua correção e automaticamente uma boa aprendizagem”. (LUCKESI, 2000, p. 57)

Quando os problemas de aprendizagem são definidos, surgem evidências de que algo está desarticulado no processo de desenvolvimento do aluno.

Smith e Strick (2001), definem dificuldades de aprendizagem como problemas que afetam a capacidade cerebral de entendimento, recordação e comunicação de informações; sendo assim, “os alunos que apresentam essas dificuldades necessitam de uma atenção especial, de um trabalho diferenciado e o professor deve se preocupar com a sua metodologia de ensino.”

O ensino deve levar em conta as possibilidades e capacidades dos alunos sem responsabilizá-los por suas dificuldades de aprendizagem, que necessita ser compreendida e percebida como um problema cuja solução pode ser encontrada, entre outros fatores, como na própria atuação do professor em sala de aula.

É preciso considerar que as dificuldades de aprendizagem não são somente de aprendizagem, mas também, podem ser na maneira de como o professor transmite os conteúdos ou até mesmo na dificuldade de relacionamento com alguns desses alunos, o que acaba interferindo no desenvolvimento do processo de ensino, pois não há reciprocidade entre ambos.

Pequenas mudanças no trabalho do professor podem proporcionar avanços significativos no desempenho escolar do aluno, promovendo a autoconfiança e fazendo com que eles percebam que apesar das dificuldades, são capazes de aprender. O professor deve encorajar a criança a descobrir e inventar seus próprios conceitos. É importante que se dê conta de seu papel enquanto ensinante, conscientizando que ele é um elemento fundamental para possibilitar a superação do aluno em seus problemas de aprendizagem.

De acordo com pesquisas realizadas por Polity (2000) nem sempre as dificuldades de aprendizagem, levam o aluno ao fracasso escolar, se o aluno for bem conduzido terá êxito nos estudos.  Ela atribui que a dificuldade de aprendizagem está intimamente relacionada à dificuldade de ensinagem do professor.  

Dificuldade de aprendizagem e dificuldade de ensinagem são paradigmas a serem distinguidos. Um difere do outro, pois dificuldade de ensinar refere-se apenas a transmissão de um conteúdo específico e a dificuldade de ensinagem envolve a troca de emoções entre o ensinante e aprendente, ou seja, é ensinar com a emoção e a razão.

A sala de aula não é, e não deve ser, um ambiente onde há apenas transmissão de conteúdos teóricos. A sala de aula, antes de tudo, é um local onde se deve aprender e exercitar valores, comportamentos e cidadania, contribuindo não só com a educação formal, mas, sobretudo, buscando elevar as potencialidades de cada indivíduo, seus sentimentos e suas necessidades.

[...] o que se diz, como se diz, em que momento e por quê, da mesma forma que o que se faz, como se faz e em que momento e por quê, afetam profundamente as relações professor-aluno e, consequentemente, influenciam diretamente o processo de ensino-aprendizagem, ou seja, as próprias relações entre sujeito e objeto. Nesse processo de inter-relação, o comportamento do professor, em sala de aula, através de suas intenções, crenças, valores, sentimentos e desejo, afeta cada aluno individualmente (LEITE; TASSONI, 2002, p.124).

5. O enfoque do professor com formação psicopedagógica.

O professor-psicopedagogo é capaz de perceber por meio do olhar e da escuta as necessidades de seus alunos. Eles compreendem que para melhor atendê-los será necessário estreitar laços afetivos entre si. Com isso procuram criar um ambiente acolhedor e facilitador da apropriação do conhecimento pelo seu aluno.  É nesse momento, da apropriação do conhecimento que surgem as dificuldades de aprendizagem, que podem ser sintomas de uma infinidade de fatores, tais como emocionais, sociais e biológicos.

As dificuldades de aprendizagem afetam o aluno na sua totalidade, portanto é importante que antes de realizar propostas de ensino o professor procure conhecer bem as possibilidades e características individuais dos seus alunos, a fim de   adequar as atividades de acordo com  capacidade da criança,  proporcionando que  a mesma se sinta confiante ao realizá-la. Dantas (1992, 1993) refere-se a essas formas de interação como "cognitivização" da afetividade.

Muitos autores tais como: Fernandez (1991); Dantas (1992); Snyders (1993); Freire (1994); Codo e Gazzotti (1999), entre outros, vêm defendendo que o afeto é indispensável na atividade de ensinar, entendendo que as relações entre ensino e aprendizagem são movidas pelo desejo e pela paixão, e que é possível identificar e prever condições afetivas favoráveis que facilitam a aprendizagem.

[...] o que vai dar qualidade ou modificar a qualidade do aprendizado será o afeto. São as nossas emoções que nos ajudam a interpretar os processos químicos, elétricos, biológicos e sociais que experienciamos, e a vivência das experiências que amamos é que determinará a nossa qualidade de vida. Por esta razão, todos estão aptos a aprender quando amarem, quando desejarem  e quando forem felizes. (CUNHA, 2008, p. 67)

A afetividade não se restringe apenas ao contato físico, conforme a criança vai se desenvolvendo, as trocas afetivas vão se tornando mais complexas.

Wallon (1968) defende que, no decorrer de todo o desenvolvimento do indivíduo, a afetividade tem um papel fundamental.

Segundo o dicionário Aurélio, a afetividade é um conjunto de fenômenos psíquicos que se manifestam sob a forma de emoções, sentimentos e paixões, acompanhados sempre da impressão de dor ou prazer, de satisfação ou insatisfação, de agrado ou desagrado, de alegria ou tristeza.

É possível afirmar que a afetividade está presente em todas as ações que se refere ao ensino-aprendizagem.  A maneira que o professor se relaciona com seus alunos é a chave do sucesso da transmissão do que ensina. É necessário que o professor procure manter um diálogo afetivo constante com seu aluno, a fim de construir uma relação vincular positiva entre ambos.

Para Pain (1992), o afeto é uma importante ferramenta que auxilia o trabalho do professor, quando desenvolvido em sala e aula para alcançar a atenção do aluno, pode provocar na criança o querer aprender. O afeto rompe bloqueios psicológicos e promove um bem estar no aluno.

O educador que tem um olhar sensível avalia seus alunos e propõe intervenções de acordo com a necessidade de cada um.

O diagnóstico apropriado é indispensável para conceber estratégias de intervenção e tratamento adequado. É fundamental conhecer a modalidade de aprendizagem da criança e como compensar suas áreas deficitárias.

Cada criança é única, as formas na qual os problemas de aprendizagem se manifestam está relacionada com a sua individualidade, portanto não existem causas únicas e nem tratamentos iguais. Cada criança tem uma reação diferente diante dos diversos fatores que intervém na sua aprendizagem, que podem ser por sua estrutura biológica, sua emocionalidade e por seu meio sócio-cultural. Por isso é importante entender sua problemática específica e ajudá-la a conhecer seus pontos fortes e fraquezas, buscando estratégias de suporte que lhe permitam ter sucesso na sua aprendizagem.

Scoz, (2000), afirma que a partir do momento em que o professor respeitar a etapa de desenvolvimento na quais os alunos se encontram, e souber trabalhar esse limite, introduzindo propostas de trabalhos ricas e desafiadoras, as escolas poderão transformar os erros dos alunos em algo construtivo.

5.1. Como auxiliar os alunos com dificuldades de aprendizagem, utilizando a visão psicopedagógica .

Para Bossa (2011), é a partir dos sintomas apresentados pela criança que o psicopedagogo vai pensar as formas e as possibilidades de eliminá-los, é necessário que as atividades a serem trabalhadas sejam bem definidas a fim de “solucionar rapidamente os efeitos mais nocivos do sintoma para logo depois dedicar-se a afiançar os recursos cognitivos”. (PAIN, 1986, p. 77)

O olhar e a escuta são estratégias fundamentais no diagnóstico das primeiras hipóteses à cerca do indivíduo.

Fonseca (1995), afirma que a identificação e o diagnóstico visam detectar as características do potencial de aprendizagem da criança, não numa dimensão convencional, repetitiva ou estática, pelo contrário à finalidade da identificação e do diagnóstico é refletir o inventário das aquisições e capacidades adaptáveis, a flexibilidade e a plasticidade das competências de cada criança.

A observação é considerada um verdadeiro processo dinâmico de aprendizagem e de interação. Através da observação o psicopedagogo possibilitará a criança com dificuldades o máximo de motivação e suporte, adequando a situação às suas necessidades específicas, evitando situações de insucesso ou de frustrações, o que poderia prejudicar ainda mais o seu estado.

A escuta também é fundamental para que se possa conhecer como e o que o sujeito aprende, e como diz Nádia Bossa, “perceber o interjogo entre o desejo de conhecer e o de ignorar”.

O olhar e a escuta Psicopedagógica tem como objetivo verificar como o educando está aprendendo e o que está dificultando o desenvolvimento de suas potencialidades, compreendendo o indivíduo em suas várias dimensões para ajudá-lo a reencontrar seu caminho, superando dificuldades que impeçam um desenvolvimento harmônico e que estejam se constituindo num bloqueio da comunicação dele com seu entorno. A partir disso será possível elaborar estratégias de intervenção para que o aluno amenize suas dificuldades.

Uma estratégia muito utilizada é o jogo. Utilizado como instrumento de intervenção, rompe defesas, permite a criança projetar seus conflitos e revivê-los, manejando-os de acordo com o seu desejo, é uma atividade criativa e curativa. No jogo faz-se próprio o conhecimento que é do outro, construindo o saber. Winnicott, diz que o jogo é o espaço da criação.  O jogo tomado como referência ao campo de aprendizagem, diz como a criança aprende, que coisas aprende, qual o significado do aprender, como ela se defende do objeto do conhecimento e que operações utiliza no jogo.

“[...] não pode haver construção do saber se não se joga com o conhecimento”, pois o saber é a incorporação do conhecimento em uma construção pessoal relacionada com o fazer “. (FERNÁNDEZ, 1990, p. 165 apud: BOSSA, 2011, p. 175).

Fernández (1986), “considera que quatro aspectos fundamentais da aprendizagem podem ser extraídos da observação do jogo:” distância do objeto, capacidade de inventário, função simbólica, adequação significante-significado, organização, construção de sequência, integração e esquemas de assimilação” . (apud: BOSSA, 2011, p. 177)

Segundo Vygotsky é através da brincadeira que a criança aprende e elabora níveis mais complexos do desenvolvimento.

Para a Psicopedagogia, o jogo é uma importante ferramenta de observação, permite formular hipóteses e diagnósticos para possíveis intervenções.

5.2. Dificuldades de aprendizagem e estratégias de intervenções psicopedagógicas.

Neste capítulo vou apresentar uma breve descrição das dificuldades de aprendizagem mais comuns existentes nas salas de aula segundo Simaia Sampaio e algumas sugestões de estratégias de intervenções sugeridas pelos autores que também estudam e abordam o assunto.

  • Disgrafia – é a dificuldade na utilização dos símbolos gráficos para exprimir ideias. É também chamada de letra feia. Isso acontece devido a uma incapacidade de recordar a grafia da letra.

Segundo Topczewski (2000), a disgrafia caracteriza-se por uma escrita mal elaborada, não se conseguindo decifrar o que está escrito. Há vezes que nem a própria criança consegue entender o que escreveu.

Algumas características do aluno com disgrafia são: postura incorreta, forma inadequada de segurar o lápis, ritmo de escrita, muita ou pouca força muscular, letra excessivamente grande ou pequena, inclinação da folha ou ausência de inclinação, letras desorganizadas, sobrepostas, traços grossos ou suaves, letras retocadas, espaços entre as linhas e palavras irregulares, falta de organização da página, números e letras contrários e  junção de letras ou palavras.

O manual de detecção e estratégias de ajuda nas Dificuldades de Aprendizagem do Grupo Cultural sugere algumas estratégias de intervenção para a disgrafia, tais como: contornar desenhos pontilhados, linhas retas, curvas, onduladas, atividades com pincel, realizar traças horizontais mantendo o esquema da direita para a esquerda, realizar traços verticais de cima para baixo, pintar em zigue-zague, completar figuras, reproduzir o formato das letras no ar, nas costas do amigo, utilizar o papel quadriculado com pauta, é o mais adequado, dá a criança os padrões  necessários em todos os ângulos, tanto na horizontalidade como ao tamanho das letras,  desenhar a letra na lousa e pedir para a criança contorná-la com esponja úmida ou com o próprio dedo, desenhar as letras na caixa de areia ou no próprio chão, pedindo para que a criança caminhe sobre a letra, utilizar massinha de modelar para representar as formas das letras, desenhar  e recortar letras em lixa, solicitando que a criança passe o dedo sobre  a mesma com os olhos fechados.

  • Disortografia – Coll (1996), diz que disortografia é a incapacidade de apresentar uma escrita correta, com o uso adequado dos símbolos gráficos. A criança não respeita a individualidade das palavras Junta palavras, troca sílabas e omite sílabas ou palavras.

Algumas características de indivíduos que apresentam  quadros  de  disortografia,  são  elas:  Trocas  de  letras  que  se parecem:    faca/vaca,    chinelo/jinelo;    confusão    de    sílabas:
 encontraram/encontrarão;    adições:    ventitilador;    omissões:    cadeira/cadera, prato/pato; fragmentações: em saiar, a noitecer; inversões: pipoca/picoca e junções: no meiodatarde, voltarei maistarde.

Sampaio e Freitas (2011), diz que devemos fazer tudo para que a criança se sinta motivada e não veja a escrita como algo forçado, cansativo e difícil.  A atividade precisa ter significado para a criança, os textos e as palavras podem ser retirados do universo lingüístico e afetivo da criança.

As autoras sugerem algumas atividades como estratégias de intervenção, tais como: exercícios com linhas retas horizontais e verticais graduadas em dificuldades crescentes. A criança deve traçar uma linha começando da esquerda para a direita, o traçado com linhas verticais que indicam o local de saída de cima para baixo e em outra situação de baixo para cima, sempre com ponto de referência, atividades de labirintos, atividades com pincel, linhas oblíquas finas e grossas, completar o desenho, desenhar um circulo pontilhado completando de acordo com o pedido: faça deste circulo a letra P, Q, B, D, ..., letras móveis, caça-palavras, textos enigmáticos, completar as palavras com sílabas   ou letras que estão faltando.

  • Discalculia – é a dificuldade em matemática.  Garcia (1988), explica que a discalculia se manifesta pela quantidade de erros variados na compreensão de números, habilidades de contagem, habilidades computacionais e solução de problemas verbais. Os aprendentes com o transtorno de discalculia apresentam atrasos consideráveis desses processos, com base na idade mental, clarificando que o professor precisa ater as suas ações em propostas que ampliem o desenvolvimento do aluno no seu todo, principalmente na lógica do pensamento.

Sampaio e Freitas (2011), sugerem como intervenção o uso de materiais concretos, tais como: números móveis, palitos, barras de Cuisinaire, jogos de encaixe matemáticos, quebra-cabeças, dominó, jogos criados, bem como situações que vivenciam o uso da matemática em todas as instâncias, visto que o aluno com discalculia necessita vivenciar e manusear os materiais, para que possa chegar às suas próprias hipóteses.

  • Dislexia – é um distúrbio na leitura que afeta a escrita, sendo normalmente detectada a partir da alfabetização, quando a criança inicia o processo de leitura, fica evidente quando a criança tenta soletrar letras e não obtém sucesso. As características dos dislexos são: atraso na linguagem, linguagem de bebê, frases curtas, vocabulário pobre, palavras mal pronunciadas que continuam além do tempo normal, omissões, trocas de sílabas e fonemas, deficiência fonológica, falta de interesse por livros impressos, leitura lenta e silabada, dificuldade de recordar os nomes e sons das letras, em memorizar canções, poesias, parlendas, de perceber rimas e aliterações, esquece nomes de objetos, pessoas e lugares, não consegue copiar da lousa e demora ou rejeita atividades da escola enviadas para casa.

Como intervenção Sampaio e Freitas (2011), sugere que a criança com dislexia receba um atendimento clinico especializado do psicopedagogo com o fonoaudiólogo para que ela possa desenvolver a consciência fonológica por meio do método fônico e avançar na leitura. 

Capovilla (2000), sugere algumas estratégias de intervenção, tais como: substituição do método global para o fônico, método multissensorial para trabalhar  as trocas visuais, unindo as modalidades auditiva, visual, cinestésica e tátil, introdução de cada letra com ênfase na relação entre nome e som (método das boquinhas), maior tempo para copiar da lousa, trabalhar com canções e rimas, exercícios envolvendo figuras para que se identifiquem os fonemas, as rimas e aliterações.

  • Distúrbios da motricidade – são a falta de coordenação entre o que o individuo pretende fazer e a ação propriamente dita. Segundo Mauer (1991), a criança apresenta distúrbios da motricidade quando não consegue coordenar bem seus movimentos, como atraso ao se despir, letra feia, a leitura expressiva não é harmoniosa ou não segue o ritmo da leitura ou para no meio da palavra.

É necessário despertar nos professores novas idéias para reformulação de suas práticas pedagógicas  para que possam trabalhar melhor com  a diversidade, a fim de compreender com se dá a aprendizagem das crianças com dificuldades.

Sampaio e Freitas (2011), apresentam no seu livro alguns exercícios  retirados do livro Psicomotricidade e Aprendizagem de Lúcia Scheler  que servem como estratégias de intervenção na criança com dificuldades motoras. São eles:  controle da respiração com exercícios de inspirar e expiarar , fazer bolhas de sabão soprando num canudo, andar de joelhos para frente e para trás,  rolar livremente, pedir para a criança tocar partes do corpo frente ao espelho e depois sem o espelho, jogar bola pra frente, para a direita, para cima, andar para frente, para trás, levantar as duas pernas, depois fazer o mesmo com  a perna direta, depois com a esquerda, utilizar a música para coordenar movimentos motores com o ritmo, usar a  música para que a criança relaxe  , em seguida iniciar uma leitura conduzindo a criança ao mundo da imaginação.

  • Síndrome de Déficit de Atenção em Hiperativos - é a dificuldade que o indivíduo apresenta em concentrar-se, em manter um foco de atenção. De acordo com Rohde e Benczik (1999), esse transtorno é caracterizado por um conjunto de sintomas, tais como: desatenção, hiperatividade e impulsividade. Hiperatividade é uma perturbação psicomotora.

Freitas (2011), afirma que a falta de informação dos professores e das escolas não possibilita uma identificação precoce e quando ocorre, provavelmente já houve perdas significativas nos conteúdos que garantiriam a base de uma vida acadêmica. O papel do professor é de suma importância, no sentido de estabelecer parceria com a família e de focar apenas nos sintomas e na necessidade de investigar ou confirmar hipóteses e favorecer a aprendizagem da criança.

A autora recomenda algumas estratégias de intervenção para o tratamento da criança com TDAH, tais como: Tornar a rotina compartilhada auxiliará o grupo na regulação do tempo, estabelecer com o aluno quais são as expectativas esperadas para cada atividade, usar recursos visuais para auxiliar a manutenção de regra ou para apresentar um novo assunto, ter disponível um calendário com os agendamentos das atividades, ser direto em cada orientação, auxiliar o estudante na organização dos materiais, esclarecendo o que será necessário a cada atividade, organizar o espaço da sala, disposição das cadeiras, ordenar a arrumação dos materiais coletivos, compartilhar o planejamento das atividades que possam ser inseridas na rotina e que contemplem o conteúdo, instigar a curiosidade da classe, refletir com a turma ao entregar uma atividade que demande tempo, autonomia e competências específicas sobre quem necessita de auxílio e quem pode auxiliar tirará a criança com TDAH do foco do grupo de que ela é a pessoas que sempre precisa da ajuda do outro, bem como dar ao aluno a possibilidade de refletir sobre o próprio processo de construção do conhecimento, refletir com o grupo sobre a disposição das cadeiras ao invés de determinar onde cada aluno deverá sentar, isso dará ao grupo e a cada criança autonomia e independência. Porém essa é uma atividade que o professor necessita conhecer as características de cada aluno, pois alunos com TDAH não podem sentar-se próximos às janelas, portas, meio e fim de sala, devido a facilidade de dispersar-se.

  • Distúrbios da fala (gagueira) – A gagueira é um distúrbio do ritmo da fala, em que sons e sílabas não são finalizados e iniciados no tempo adequado. Existem dois tipos de gagueira: a desenvolvimental e a adquirida. A gagueira adquirida é mais rara e pode estar associada a eventos psicológicos (psicogênicas) ou neurológicos (neurogênicas), podendo ter início em qualquer fase da vida.
    A gagueira desenvolvimental, por sua vez, ocorre com maior prevalência e inicia-se na infância, podendo ter como causa fatores hereditários ou estar relacionada a outros eventos, como por exemplo, fatores estressantes físicos  e/ou emocionais.

Porto (2011), afirma que esse distúrbio prejudica muito a aprendizagem, principalmente da leitura.  A gagueira costuma manifestar-se em crianças sensíveis e emotivas que, quando submetidas a pressões, desestabilizam-se emocionalmente.

A intervenção fonoaudiológica varia de acordo com a idade do indivíduo gago e o grau de risco apresentado. Nos casos infantis é necessário realizar um diagnóstico cauteloso visando identificar o risco apresentado por esta criança para desenvolver uma gagueira crônica. Quando o risco for baixo, indica-se a realização do trabalho familiar, na qual o fonoaudiólogo deve orientar os familiares para promover um ambiente que favoreça a fluência da criança. Neste processo várias estratégias são utilizadas no sentido de preparar os familiares para promoverem a fluência na criança, como orientações verbais, distribuição e leitura de folhetos explicativos, oferecimento de modelos, interações do terapeuta com a criança e os familiares, treinamento, entre outras como: Quando a criança parar em uma frase ou palavra, mantenha os olhos nos dela, tenha calma e espere que ela termine, não complete a sentença por ela, fale com a criança devagar, em tom relaxado e expressão tranqüila, para que ela não queira acompanhar seu ritmo, evite corrigi-la e interrompê-la quando estiver falando, repita a frase com clareza e fluência, para que a criança saiba que você a entendeu, nunca peça para a criança falar mais devagar ou começar de novo, isso pode deixá-la nervosa e inibida. Encoraje-a contar histórias que sejam confortáveis para ela, cante canções simples e leia versos com ela.

  • Distúrbios Emocionais – Segundo Porto (2011), distúrbios emocionais causam insegurança, angustia e depressão que podem surgir desde a infância. Podem ser causados pela própria família ou pela escola.  Os pais muito exigentes ou ansiosos podem originar na criança medo do professor, fobia da escola e insegurança. A escola por ser um ambiente de disciplina de estudo obrigatório, de regras e ordens podem gerar influência negativa no aluno.

A criança com depressão pode vir a aparentar apatia, tristezas, agressividade, choro, hiperatividade, queixas físicas, medo da morte em si próprio ou nos familiares, frustração, desespero, distração, baixa-estima, dores de cabeça e barriga, recusa em ir à escola, problemas de aprendizagem e perder interesse por atividade que antes gostava.  

Castro Neto (2002), salienta que a depressão tem efeitos sérios e de grande repercussão na vida de uma criança, prejudicando o desempenho escolar e as interações com amigos e familiares.

No caso de depressão infantil, a identificação e o diagnóstico, facilitarão a adoção de programas reabilitativos e educacionais, objetivando a alteração do comportamento da criança, auxiliando-a no retorno a sua vida normal.A orientação individual com crianças deve ser um processo contínuo, de interações planejadas entre o psicopedagogo, professor e a criança que precisa de ajuda para resolver um problema em particular ou um conjunto de problemas. Assim, dessa forma o professor começa desenvolvendo uma relação forte com a criança e os pais (JEFFREY, 2003).

O Psicopedagogo em conjunto com o professor deverá formular objetivo, visando satisfazer as necessidades da criança depressiva, de uma forma planificada e não acidental. Na planificação das tarefas, o professor deverá considerar o perfil intra-individual da criança, de forma a proporcionar um esforço do seu eu.  A criança depressiva precisa de uma ajuda especial para encontrar prazer na sala de aula é fundamental atenção às emoções envolvidas no processo de ensino-aprendizagem. O professor deve conhecer e estar sempre atento às pessoas ou atividades a que a criança mais gosta, a fim de deixá-la envolvida por mais tempo, elevar sua auto-estima, estimular, acariciar, aprovar, encorajar, alimentar, fazer com que a criança se sinta necessária, presente e ativa.

A opinião que a criança tem de si mesma, diz Coll (1995), está intimamente relacionado com sua capacidade de aprendizagem, seu rendimento e seu comportamento.  Para ajudá-la a criar bons sentimentos é importante elogiá-la e incentivá-la quando procura fazer alguma coisa, fazendo-a perceber que ela é importante, e que todos lhe querem bem e a respeitam.

RESULTADO E DISCUSSÃO

As dificuldades de aprendizagem na escola podem ser consideradas uma das causas que podem conduzir o aluno ao fracasso escolar.

Fernández (1994) diferencia fracasso escolar e problema de aprendizagem. Para ela no fracasso escolar “a criança não tem um problema de aprendizagem, mas eu, como docente, tenho um problema de ensino com ele”.

É preciso que o professor atente para as diferentes formas de ensinar, pois, há muitas maneiras de aprender. O professor deve ter consciência da importância de criar vínculos com os seus alunos através das atividades cotidianas, construindo e reconstruindo sempre novos vínculos, mais fortes e positivos, a fim de evitar

Conforme Freinet (2002, p. 14) “A interação entre o mestre e o estudante é essencial para a aprendizagem, e o mestre consegue essa sintonia, levando em consideração o conhecimento das crianças, fruto de seu meio”.

O professor com formação pedagógica deve obter orientações específicas para que desenvolva um trabalho consciente e que promova o sucesso de todos os envolvidos neste processo. Visto que o mesmo deve estar preparado para as mais diversas situações que envolvem o processo de ensino-aprendizagem.

A falta de conhecimento do professor em saber diferenciar dificuldade de aprendizagem de dificuldade de ensinagem, faz aumentar o número de encaminhamentos de crianças para atendimento especializado. Segundo Tiosso (1989); Pernambuco, 1992; Corsini (1998); Weiss (2000), grande parte dos alunos encaminhados quando chegam aos consultórios, não apresentam nenhum distúrbio de aprendizagem.

A formação inicial dos professores é importantíssima para seu processo de ensinar. Para Sisto (2000) ensinar não se resume em conhecer distintas metodologias de ensino e optar por uma ou outra, é preciso compreender o aluno, as características de sua personalidade, as etapas de desenvolvimento na qual ele se encontra, do ponto de vista motor, emocional, cognitivo ou social, e a maneira pela qual ele aprende.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O objetivo do presente trabalho foi de compreender a importância da abordagem de conhecimentos específicos sobre as dificuldades de aprendizagem e estratégias intervenções nos cursos de formação de professores, visto que essa é uma triste realidade das salas de aula, e a falta de conhecimento dos professores podem levar o aluno ao fracasso escolar.  Essa falta de conhecimento é devido a formação fragmentada que os cursos de Pedagogia oferecem aos futuros educadores.

Segundo Azzi (1999), as necessidades práticas que emergem do cotidiano da sala de aula demandam uma teoria.

As necessidades de hoje são as dificuldades de aprendizagem dos alunos, mas como atendê-las se os professores não receberam formação adequada em sua formação?

A formação do professor nem sempre é coerente com as demandas do tipo de sociedade que se atende. Professores recém-formados saem dos cursos de Pedagogia, direto para as salas de aula, sem nenhuma preparação para atender os alunos com dificuldades de aprendizagem, visto que nem sempre a dificuldade é do aluno e sim o jeito do professor ensiná-lo.

No dicionário Larousse, Pedagogia significa ensinar bem.  Então surge a dúvida, mas como ensinar bem?  Se eu, não sei ensinar meu aluno com dificuldade, não sei como intervir para poder ajudá-lo.

Pessoas consagradas na área educacional, tais como Bernadete Angelina Gatti e Guiomar Namo de Mello, defendem a ideia de mudanças na estrutura dos cursos de Pedagogia.

Os resultados obtidos durante as pesquisas bibliográficas que realizei, demonstraram que é grande a quantidade de pesquisas e publicações envolvendo os temas: formação inicial de professores e dificuldades de aprendizagem, e que vêm aumentando cada dia mais, chamando a atenção de professores, pais e diversos especialistas envolvidos na área educacional.

Para reforçar o tema aqui defendido, descrevo trechos de entrevista cedida à Revista Eletrônica Conexão Professor, pela professora Bernadete Angelina Gatti, atual membro da cadeira de número 27 da Academia Paulista de Educação, pesquisadora sênior, coordenadora do Departamento de Pesquisas Educacionais da Fundação Carlos Chagas dentre outros títulos acadêmicos, onde ela afirma que a formação pré-serviço dos professores é fragmentada, não possui uma carga horária suficiente para formá-los naquilo que diz respeito à didática e à metodologia de ensino, dando muito espaço para Ciência Política, estudos de Filosofia, que são importantes, claro, mas se comparados com as necessidades de formar o professor, ocupam muito espaço na grade curricular. Eles não têm formação em Psicologia do Desenvolvimento e Sociologia da Criança. Para Bernadete o bom seria que as universidades brasileiras se interessassem em mudar a estrutura das licenciaturas.

Para complementar a fala de Bernadete, Guiomar Namo de Mello, diretora-presidente da Escola Brasileira de Professores (EBRAP), presidente do Conselho Estadual de Educação de São Paulo, dentre outros títulos acadêmicos, diz na entrevista cedida à revista eletrônica Veja, que o estudante de pedagogia precisa conhecer a prática desde o primeiro dia, como os médicos. O modelo de formação clínica é o melhor modelo para o professor. Ele não precisa estudar os recônditos da pedagogia. “Ele precisa aprender como se ensina e como o aluno aprende”.

Durante esse processo de ensino-aprendizagem é que aparecem as dificuldades, que nem sempre são de aprendizagem e sim de ensinagem. Dificuldade de ensinagem está diretamente ligada com a formação docente.

É necessário que o professor receba uma formação que o capacite para atender as necessidades de seus educandos, que ele tenha conhecimento para compreender em profundidade como ocorre o processo de ensino-aprendizagem, quais as dificuldades que surgem durante esse processo, o que fazer diante delas, como intervir e quais estratégias utilizar para garantir a aprendizagem do seu aluno. Esse tipo de abordagem não é trabalhado nos cursos de pedagogia, como diz Bernadete Gatti, os cursos dão ênfase a Ciência Política e estudos de Filosofia, que também são importantes para a formação de professores, portanto a realidade atual das salas de aula é gritante, quanto às dificuldades de aprendizagem.

Portanto, penso que seja necessário que olhem piscopedagogicamente para os cursos de formação de professores, para que estes também não sejam levados ao fracasso escolar e profissional.

Diante desses motivos, chego à conclusão que os cursos de formação de professores necessitam de mudanças urgentes nas grades curriculares, trazendo propostas inovadoras, que capacitem os futuros educadores a trabalharem com a diversidade das salas de aula.

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Publicado por: Luciana Tavares

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