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TRANSDISCIPLINARIDADE NO TRABALHO PEDAGÓGICO DA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS

Confira aqui as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação de Jovens e Adultos.

O texto publicado foi encaminhado por um usuário do site por meio do canal colaborativo Meu Artigo. Brasil Escola não se responsabiliza pelo conteúdo do artigo publicado, que é de total responsabilidade do autor . Para acessar os textos produzidos pelo site, acesse: https://www.brasilescola.com.

Desejamos aqui, discutir brevemente baseados pelas Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação de Jovens e Adultos, como pode o currículo demandar um trabalho pedagógico integrado e diversificado a partir da transdisciplinaridade da Educação de Jovens e Adultos. A escolha da abordagem vem por compreender que embora todas as modalidades de ensino sejam compostas por identidades plurais, a EJA propõe uma variação de idades, contextos sociais, costumes e vivencias muito diversificadas em uma mesma sala ao mesmo tempo, exigindo que o professor e os currículos estejam preparados para integrar as tramas sociais desses sujeitos às disciplinas formais atribuindo um significado e estabelecendo relações de  trocas.

Começo minha explanação, ressaltado as múltiplas identidades que compõem o Brasil e são muitas vezes resumidas a dicotomia do plano real e do plano ideal. Na projeção ideal pode até haver uma linearidade de pensamento, porém dentro da projeção real, coexistem as multifacetas da existência humana. Na EJA essa dinâmica proporciona aos envolvidos (professor-aluno) um ensino que resgata a cidadania dos sujeitos, a autoestima e também o interesse de participar da sociedade. A partir da integração entre os conteúdos formais e o pensamento crítico e reflexivo é possível considerar os conhecimentos e habilidades que esses sujeitos adquiriram informalmente em suas experiências cotidianas, na comunidade onde vivem e nos espaços de trabalho. Daí a relação quase que natural entre a escola e a vida.

Partindo dessa ideia, podemos pensar na forma de organização dos conhecimentos de forma transdisciplinar. A transdisciplinaridade implica na integração dos conhecimentos, ou seja, passar de uma concepção teórica para uma concepção realista e unitária dos saberes. Nessa perspectiva o conhecimento é legitimado intercomunicando as disciplinas já “interdisciplinadas” às questões amplas na sociedade, visto que na realidade a vida não é fragmentada em disciplinas.

Nesse sentido, o trabalho pedagógico na transdisciplinaridade aponta para uma construção de educação participativa, articulando a formação do sujeito ao conhecimento e a vivência. Para que isso aconteça o currículo através dos conteúdos tradicionais devem fazem sentido para a sociedade estabelecendo relações interpessoais, sociais e éticas de respeito às pessoas, a diversidade e a natureza.  Sales (2013) exemplifica essa compreensão através da interligação das realidades físicas, biológicas e sociais.  Assim a aprendizagem escolar é a aprendizagem cotidiana dos alunos no trabalho, na família e em seu ambiente escolar.

Nesse contexto podemos falar que para se estudar Matemática e concretiza-la na esfera real, precisamos imaginar que indo a feira ela está presente na hora em que compramos frutas, mas ela não está sozinha lá. Está intimamente interligada às pessoas que compõem a feira, aos seus contextos sociais, às frutas e seus sabores e a maneira particular como os feirantes se comunicam. Ou seja, é impossível, na vida real, separar a Matemática de qualquer outra disciplina.

Entretanto para que esse processo ocorra é preciso desenvolver uma visão unitária e complexa dos processos envolvidos, para trazer significado aos sujeitos, ao currículo e as aprendizagens.

Nesta linha, a educação de jovens e adultos representa uma modalidade promissora para efetivar o caminho transdisciplinar nos currículos respeitando o que demandam as Diretrizes Curriculares Nacionais e tornando o conhecimento de adolescentes, jovens, adultos e idosos em saberes significativos para um mundo de trabalho, de vida social e de participação política.

REFERENCIAS

BRASIL. Diretrizes Curriculares Nacionais. Resolução, CEB n. 1, de 05 de julho de 2000.

SALES, Mary Valda S. Currículo e a organização do conhecimento escolar: perspectivas. 2013.


Publicado por: Michelle Evangelista

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