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O aluno do século XXI - Desafios e perspectivas para o ensino de ciências e biologia

A educação não consegue acompanhar o ritmo acelerado de um mundo tecnológico e globalizado.

O texto publicado foi encaminhado por um usuário do site por meio do canal colaborativo Meu Artigo. Brasil Escola não se responsabiliza pelo conteúdo do artigo publicado, que é de total responsabilidade do autor . Para acessar os textos produzidos pelo site, acesse: https://www.brasilescola.com.

“Em toda a história da escolarização, nunca se exigiu tanto da escola e dos professores quanto nos últimos anos. Essa pressão é decorrente, em primeiro lugar, do desenvolvimento das tecnologias de informação e comunicação e, em segundo lugar, das rápidas transformações do processo de trabalho e de produção da cultura. A educação e o trabalho docente passaram então a ser considerados peças-chave na formação do novo profissional do mundo informatizado e globalizado.” (FREITAS, 2005).

Enquanto o mundo caminha para o desfecho da primeira década do terceiro milênio, a Educação ainda permanece em meados do século passado. Na era da tecnologia e da informação, há tempos não somos mais os mesmos, mas ainda aprendemos como os nossos pais. A Educação não consegue acompanhar o ritmo acelerado de um mundo tecnológico e globalizado.

O mundo está mudando rapidamente, e os alunos também. Segundo WIM VEEN, em seu livro “Homo zappiens -Educando na era digital”, essa nova “espécie” de jovens cresceu usando intensamente múltiplos meios da tecnologia. Esses recursos permitiram às crianças de hoje terem controle sobre o fluxo de informações, lidarem com informações descontinuadas, com sobrecarga de informações, mesclar comunidades virtuais e reais, comunicar-se em rede, de acordo com as suas necessidades.

Dessa forma, ao perceber a escola como instituição à parte do seu mundo, ainda com aspectos antigos, sentados em carteiras enfileiradas, de frente para o quadro, anotando as informações em cadernos e ouvindo o professor reproduzir histórias retiradas de livros que já saem desatualizados das gráficas. Consideram-na como algo irrelevante em suas vidas cotidianas, em um paradoxo com as sensações e oportunidades oferecidas pelo universo multimídia exterior.

No dia-a-dia escolar, os alunos mostram comportamentos ditos hiperativo e intermitentes, preocupando pais e professores. Querem estar no controle daquilo que se envolve e não tem paciência para ouvir um professor explicar um mundo que ele já conhece com suas próprias convicções. Como se o aluno fosse “digital” e a escola “analógica”. (FONSECA E ALQUÉRES, 2009).

A Escola, assim como todas as outras entidades e organizações que estão no mundo, faz parte deste grande contexto global de mudanças. Diante dessa aceleração, a Escola deve se comprometer com a educação e entender as transformações, porque elas vão ditar as competências, exigidas não só em conhecimentos e habilidades, mas também relacionadas ao caráter e à personalidade. Essa é a grande visão que desponta no cenário educacional: os professores precisam comandar as mudanças, em vez de serem levados por elas. Quem sabe aonde quer chegar pode contribuir mais no processo ensino-aprendizagem.

A Escola de hoje requer um professor mais crítico, criativo, que participe e que empreenda. Um professor mais inteiro e com mais consciência profissional. Nesse sentido, é importante a formação de um profissional da educação capaz de resolver e tratar tudo o que é imprevisível, tudo que não pode ser reduzido a um processo de decisão e atuação regulado por um sistema de raciocínio infalível, a partir de um conjunto de premissas. (PEREIRA, 2008).

Dessa forma, o professor de Ciências e Biologia hoje, deve ser desafiado a ensinar de uma maneira diferente, aumentando os conhecimentos dos alunos de forma dinâmica e interessante, fugindo do tradicionalismo que nos foram passados. Já que o século XXI ficará marcado pelas presença cada vez maior da Ciência e de novas tecnologias na vida dos alunos.

Sendo assim, o papel do ensino de Ciências deixa de ser o de transformar alunos em futuros cientistas, para desenvolver competências e habilidades, que lhes propiciem uma postura mais crítica perante a ciência e as suas próprias vidas. Essa idéia é reforçada por BIZZO (1998) ao afirmar que “ensinar Ciências no mundo atual deve constituir uma das prioridades para todas as escolas, que devem investir na edificação de uma população consciente e crítica diante das escolhas e decisões a serem tomadas”.

Sem dúvida, o primeiro passo para inserir o ensino de Ciências e Biologia na atualidade, é integrar as informações dos conteúdos programáticos com a internet, com o vídeo, a televisão, o jornal, os experimentos, os materiais impressos, as visitas e saídas de campo, dentre outros, ou seja, integrar o de há de mais avançado com as técnicas já conhecidas, dentro de uma visão pedagógica nova, criativa e aberta. O segundo passo é usar a tecnologia e as novas descobertas científicas a favor do próprio processo de ensino-aprendizagem. E por fim, o professor deve estar sempre atualizado e procurando uma educação continuada.

Referencias bibliográficas

FREITAS, M.T.M. et alii. O Desafio de ser Professor de Matemática Hoje no Brasil. In FIORENTINI, D. NARACATO, A.M. (org). Cultura, Formação e Desenvolvimento Profissional de Professores que Ensinam Matemática. Campinas: Editora Gráfica FE/UNICAMP, 2005.

VEEN W. Homo zappiens -Educando na era digital. In OSTRONOFF H. Os perigos do filtro tecnológico. Revista Educação. Editora Segmento. Ano 12 – nº 143, 2009.

FONSECA, A. F. e ALQUERÉS H. Um novo olhar. Revista Educação. Editora Segmento. Ano 12 – nº 143, 2009.

PEREIRA, K. A. B. A pesquisa na reconstrução da prática docente. Disponível em: Acesso em: 23 de mar. de 2009.

BIZZO, N. Ciências: fácil ou difícil ? São Paulo: Ática,1998.


Publicado por: Carina Raquel Borges Caldas Ferraz

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