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Noções, Concepções e o Ato de Ler

Análise dos capítulos 3 e 4 do livro "O que é leitura" de Maria Helena Martins.

O texto publicado foi encaminhado por um usuário do site por meio do canal colaborativo Meu Artigo. Brasil Escola não se responsabiliza pelo conteúdo do artigo publicado, que é de total responsabilidade do autor . Para acessar os textos produzidos pelo site, acesse: https://www.brasilescola.com.

Depois de feita a leitura dos capítulos 3 e 4 do livro “O que é leitura” de Maria Helena Martins, bem como, uma profunda reflexão sobre os questionamentos feitos neste desafio, pretendo expor o conhecimento adquirido e assimilado por mim, durante e após, tão prazerosa atividade.

Seguindo o raciocínio de Maria Helena Martins, podemos afirmar, com muita certeza, que a habilidade de ler (decodificar código linguístico) ou de estar alfabetizado não garante ao indivíduo a verdadeira função da leitura, tão pouco, garante o papel que ela (leitura) deveria ter na vida dele na sociedade, enquanto leitor. Segundo a autora, a maioria das pessoas, uma vez alfabetizadas, se limitam no que diz respeito ao verdadeiro sentido e uso da leitura. Fazem uso dela apenas esporadicamente, tornando, assim, o hábito de ler, um ato elitizado, restrito a uma pequena minoria (letrados) a qual se sentem donos da capacidade de criar e compreender a linguagem. Ela diz que a pessoa que ensina o outro ler, inevitavelmente, mostra-se envolvido por um sentimento paternal, isso na melhor das hipóteses. Maria Helena também fala que quem ensina a ler não ensina o verdadeiro “pulo do gato”. “Pulo”, este, segundo a professora, que realmente não se ensina. E assim continuamos anos, após anos, vivendo em uma cultura onde o educador é o que sabe e o educando é aquele que aprende, desrespeitando-o como ser inteligente e portador de uma carga significativa de conhecimentos, como já disse Paulo Freire. A cultura de massa, sua manipulação e consumo, são mais uma hipótese, os educadores, por sua vez, prega a importância e necessidade do hábito de ler, porém, assumem sua impotência diante da crise de leitura. E como a maioria das pessoas tem contato com a leitura dentro da escola, esta fica limitada aos textos dos livros didáticos, os educadores, dizem que estes livros são um “mal necessário” diante de tantos problemas. Sendo sabedores de que a leitura não se dar somente em textos escritos, cabe a nós educadores repensar nossa prática profissional e investir na leitura em seu sentido mais amplo, independente do contexto escolar e muito além dos textos escritos, transformando a visão do mundo que nos rodeia e “ampliando as noções de leitura”, também é preciso transformações no que diz respeito à cultura em particular

No capítulo “Ampliando as noções de leitura” podemos identificar de forma sintetizada duas caracterizações, entre inúmeras outras concepções vigentes de leitura. As concepções são as seguintes:

1-    Como uma decodificação mecânica de signos linguisticos, por meio de aprendizado estabelecido a partir do condicionamento estímulo-resposta (perspectiva behaviorista-skinneriana);

2- Como um processo de compreensão abrangente, cuja dinâmica envolve componentes sensoriais, emocionais, intelectuais, fisiológicos, neurológicos, bem como culturais, econômicos e políticos (perspectiva cognitivo-socioIógica).

A perspectiva cognitivo-socioIógica é a que mais nos dar meios e possibilidades de aprofundar-nos no processo de leitura propondo ao leitor um diálogo e intercambio de informações e experiências.

De acordo com a professora, ambas as concepções são necessárias para a compreensão do processo de leitura, pois, decodificar sem compreender é inútil; compreender sem decodificar, impossível(Maria Helena Martins).

O papel das emoções na leitura está ligado aos três níveis básicos de leitura como: níveis sensorial, emocional e racional. Cada um dos três corresponde a uma forma de aproximação do texto. “Esses níveis são inter-relacionados, senão simultâneos, mesmo um ou outro sendo privilegiado, segundo as suas experiências e expectativas assim como, seus interesses” (Maria Helena Martins).

A leitura sensorial está ligada a visão, o tato, a audição, o olfato, pode também estar ligado ao jogo de cores, imagens sons, cheiros e dos gostos incita o prazer, a busca que pode agradar ou trazer rejeições aos sentidos. A leitura sensorial vai mostrando ao leitor o que lhe agrada ou não, mesmo sem as justificativas. A leitura sensorial começa cedo e o acompanha durante toda a vida do leitor. Não importando o tipo de leitura.

A leitura emocional passa a envolver o leitor pelo seu inconsciente e o leva a fazer parte da história, sentindo, junto com a leitura, todas as emoções que esta provoca.

A leitura racional está ligada diretamente com os outros dois tipos de leitura a cima citados, apesar de ser uma leitura intelectual, permite uma ligação entre o leitor e o texto, possibilitando questionamentos, reflexão e reordenação do mundo subjetivo, ampliando conhecimentos. 

Chegado o fim desta reflexão, por tanto, conclui-se que foi possível compreender, que a leitura é a compreensão e interpretação do texto lido e não meramente uma decodificação de símbolos, mas que as duas concepções estão ligadas uma a outra. A leitura possui diversos processos e estágios, entre eles a relação com os sentidos, sensorial e racional do indivíduo. A leitura faz-se presente no cotidiano de todos os leitores.

REFEÊNCIAS

MARTINS, Maria Helena. O que é leitura. 19 ed. São Paulo: Brasiliense, 1994.

http://fundamentos2007.wordpress.com/

 

"A leitura não é uma atividade elitizada,

 mas uma ferramenta de transformação social dos indivíduos."

(Julian Correa)


Publicado por: Ana Maria Rodrigues de Souza

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