Whatsapp

Educação Afetivo Sexual: De quem é a responsabilidade?

Confira um artigo elaborado para compreender como o adolescente percebe a orientação sexual dentro do contexto escolar.

O texto publicado foi encaminhado por um usuário do site por meio do canal colaborativo Meu Artigo. Brasil Escola não se responsabiliza pelo conteúdo do artigo publicado, que é de total responsabilidade do autor . Para acessar os textos produzidos pelo site, acesse: https://www.brasilescola.com.

Resumo

A intenção deste artigo nasceu para descrever a experiência de duas alunas do curso de psicologia da PUC-Minas Betim como participantes de um projeto de extensão intitulado Projeto Fala Serio: construindo estratégias de prevenção na escola. Atendendo  os adolescentes de ambos os sexos, na faixa etária de 10 a 15 anos, inseridos no Programa Escola da Gente no âmbito da Rede Municipal de Ensino de Betim e alcançados pelo Programa Saúde na Escola – PSE da Secretaria Municipal de Saúde.

Busca-se compreender como o adolescente percebe a orientação sexual dentro do contexto escolar, tendo ainda, como objetivo central refletir especificamente sobre um dos nossos desafios, que é a implicação e a participação da família nesta tarefa da educação afetivo-sexual, indagando a qualidade da presença dos pais nesta dimensão e avaliando os fatores determinantes e a ausência dos pais nesta experiência vivida na escola.  

Introdução

A adolescência é comumente conhecida como uma fase de inquietações, duvidas e descobertas. Esta fase marca a importante transição da infância para a vida adulta. Ela marca o momento em que a criança deixa o aconchego da infância, o colo dos pais e entra no mundo adulto, na dureza que permeia as vivencias adultas.

A adolescência se refere as mudanças psicossociais presentes durante este período. Durante a adolescência ocorrem profundas transformações tanto psicológicas quanto sociais, sendo esta a fase em que há a construção da identidade.

Neste período o adolescente busca uma identidade autônoma em que ele deseja sentir-se menos dependente de seus pais e responsáveis. Deste modo este período pode ser marcado por momentos de oposição aos valores tradicionalmente cultivados por seus familiares.

O que pode ser evidenciado na seguinte passagem:

“a adolescência é uma fase na qual os indivíduos precisam e tentam se separar dos pais pois essa é uma das formas que os jovens encontram para ter mais independência e construir sua identidade adulta, porem isto não significa que haja uma rejeição completa uma desvalorização do que venha da família. A opinião dos familiares é importante, seja de pais ou irmãos, e é levada em consideração.” (STENGEL, 2003 p.139)

No intuito de criar sua própria identidade os adolescentes entram em conflito com seus valores e os valores de seus pais, criando assim um conflito provisório dentro do ambiente familiar. Desta maneira mesmo que não estejam em concordância com os pensamentos dos adultos referencia, eles parecem levar em consideração a opinião deles em suas decisões.

já a puberdade conceito geralmente empregado junto a adolescência se refere as mudanças físicas que ocorrem no corpo dos adolescentes. A puberdade é considerada um fenômeno universal. Em todos os povos, em diferentes culturas ou classes, a puberdade acontecerá.  Estados conflituosos parecem ser comuns nesta fase, porém estes conflitos podem ser vivenciados de formas diferentes por cada adolescente, esta diferença esta fundada nas diferentes classes sociais e culturais.

A adolescência é comumente conhecida como uma fase de inquietações, duvidas e descobertas. Esta fase marca a importante transição da infância para a vida adulta.

A adolescência se refere as mudanças psicossociais presentes durante este período, já a puberdade conceito geralmente empregado junto a adolescência se refere as mudanças físicas que ocorrem no corpo dos adolescentes. A puberdade é considerada um fenômeno universal. Em todos os povos, em diferentes culturas ou classes, a puberdade acontecerá.  

Durante a adolescência ocorrem profundas transformações tanto psicológicas quanto sociais, sendo esta a fase em que há a construção da identidade. Neste período o adolescente busca uma identidade autônoma em que ele deseja sentir-se menos dependente de seus pais e responsáveis. Deste modo este período pode ser marcado por momentos de oposição aos valores tradicionalmente cultivados por seus familiares.
O que pode ser evidenciado na seguinte passagem:

“a adolescência é uma fase na qual os indivíduos precisam e tentam se separar dos pais pois essa é uma das formas que os jovens encontram para ter mais independência e construir sua identidade adulta, porem isto não significa que haja uma rejeição completa uma desvalorização do que venha da família. A opinião dos familiares é importante, seja de pais ou irmãos, e é levada em consideração.” (STENGEL, 2003 p.139)

No intuito de criar sua própria identidade os adolescentes entram em conflito com seus valores e os valores de seus pais, criando assim um conflito provisório dentro do ambiente familiar. Desta maneira mesmo que não estejam em concordância com os pensamentos dos adultos referencia, eles parecem levar em consideração a opinião deles em suas decisões.

Estados conflituosos parecem ser comuns nesta fase, porém estes conflitos podem ser vivenciados de formas diferentes por cada adolescente, esta diferença esta fundada nas diferentes classes sociais e culturais. Diante destes conflitos e diante das incertezas que marcam este período, algumas questões surge: Em que momento os adolescentes estão preparados para receber as informações necessárias? A família deve participar deste processo? De que forma? A família se interessa pela sexualidade dos filhos?

Frente a importância e a necessidade de se abordar o tema sexualidade, foi criado em 2004 o Projeto Fala Serio: construindo estrategias de prevenção na escola. Abordando o tema “Educação para Saúde sexual, Reprodutiva e Prevenção das DST/AIDS”. Este Projeto já vivenciado em escolas estaduais nos anos de 2005 e 2006 inicialmente com o objetivo de fortalecer uma cultura do cuidado envolvendo os professores e estudantes dos cursos de psicologia e enfermagem. Passou por atualizações e no ano de 2010 apos aprovação em concurso interno da Pró-reitoria de Extensão da PUC/Minas,  reiniciou suas atividades no mês de Abril, sendo constituído por uma equipe de 10 estudantes e 2 professores.

O Projeto de extensão Fala Sério: construindo estratégias de prevenção e promoção da saúde na escola pública tem como objeto de intervenção a vivência afetivo-sexual e reprodutiva de adolescentes de ambos os sexos, na faixa etária de 11 a 15 anos.  Passando a compor o rol de atividades e oficinas do Programa de Educação Integral Escola da Gente da Prefeitura Municipal de Betim.

Neste artigo busca-se ampliar e aprofundar o debate sobre esta temática. Diante desta oportunidade, pretende-se relatar uma pratica de intervenção pedagógica e psicossocial de duas estudantes de psicologia dentro das atividades do Projeto Fala Sério. Desta forma temos o seguinte objetivo: refletir especificamente sobre um dos nossos desafios, que é a implicação e a participação da família nesta tarefa da educação afetivo-sexual, indagando a qualidade da presença dos pais nesta dimensão e avaliando os fatores determinantes e a ausência dos pais nesta experiência vivida na escola.  

O Projeto Fala Sério: Construindo estratégias de prevenção na escola

O Projeto Fala Sério se expressa através de um trabalho de orientação sexual. Foi utilizado como referencia de método para a construção de oficinas, o Guia de Orientação Sexual de Marta Suplicy. Este método nasceu da contribuição de vários autores interessados na construção de um método que pudesse ser utilizado nos grupos de adolescentes de diferentes classes e idades. Segundo Suplicy (1994) existe uma diferença significativa entre a educação dita sexual e a Orientação sexual; para a autora a orientação sexual pretende “fornecer informações sobre sexualidade e a organizar um espaço de reflexões e questionamento sobre postura, tabus, crenças e valores a respeito de relacionamentos e comportamentos sexuais.”(SUPLICY, 1994) Por estas características diferencia-se da Educação Sexual, que conforme a mesma autora “inclui todo o processo informal pelo qual aprendemos sobre sexualidade ao longo da vida, seja através da família, da religião, da comunidade, dos livros ou da mídia.”

Utilizando o Guia de Orientação sexual: diretrizes e Metodologia do Fórum nacional de educação e sexualidade, abordamos as seguintes temáticas:

a) DESENVOLVIMENTO HUMANO: O desenvolvimento humano caracteriza-se pelo crescimento físico, emocional e intelectual e sua
interação com o meio sócio-cultural e histórico.
b) RELACIONAMENTOS: O ser humano só se constitui como sujeito
em sociedade, por isso os relacionamentos têm um papel central ao longo de nossas vidas.
c) COMUNICAÇÃO: É importante estar em contato com os próprios
valores e sentimentos, e pode comunicá-los.
d) COMPORTAMENTO SEXUAL: A sexualidade é fundamental para a
vida do ser humano, e os indivíduos expressam sua sexualidade de várias maneiras.
e) SAÚDE SEXUAL: A promoção da saúde sexual através dos cuidados
com o próprio corpo requer informações adequadas, atitudes preventivas específicas e o acesso a serviços de saúde de boa qualidade.
f) SOCIEDADE E CULTURA: O meio social e cultural molda a forma
pela qual os indivíduos aprendem e expressam sua sexualidade.
(FÓRUM, 1994, p.15)

Como podemos perceber estes são temas que precisam ser discutidos com os adolescentes, pois estão diretamente relacionados a vivencia dos mesmos. E cada tema ao ser abordado, os ajuda a construir uma rede de informações adequadas as suas necessidades. Dando a eles uma base segura para conhecer sua própria sexualidade.

Em nossa vivencia tivemos a oportunidade de experienciar diversas situações, em que o uso destes temas e as orientações nas supervisões de extensão, nos permitiram conduzir as oficinas de maneira confiante e nos ajudaram a compreendermos cada dificuldade apresentada pelos adolescentes atendidos. A cada escola em que passamos nos deparávamos com um  grupo especifico moldado pela cultura local, exigindo de nós um tratamento e uma condução dos temas diferenciado.

Percebemos que os adolescentes estão interessados no saber e não medem esforços para alcançá-lo. Ainda que eles se sentissem à vontade para tratarem destes assuntos conosco ou com seus amigos, observamos em algumas de suas falas o desejo de dividir estes assuntos com seus pais ou aqueles que desempenhassem tal papel. STENGEL(2003) entende

“a dificuldade emocional dos pais relativa as pratica afetivos sexuais de seus filhos levam-os ao silencio ou ao pouco dialogo. Todavia o medo de gravidez ou de doenças sexualmente transmissíveis principalmente a AIDS (Síndrome da Imunodeficiência Adquirida), abrem espaço para conversar. A abertura, no entanto, não é necessariamente ampla e abrangente a qualquer tema, mas se refere ao uso de preservativo”.(STENGEL, 2003, pg:142)

Durante o transcorrer das oficinas, descobrimos que os pais ao conversarem com os filhos adolescentes, em alguns casos, se limitam a explicá-los sobre as mudanças que ocorrem no corpo, ao receio de uma gravidez no caso das meninas e ao uso da camisinha no caso dos meninos, sendo que até estes assuntos são discutidos por eles apenas superficialmente. Nos parece que os filhos ao abordar estes temas com os pais acabam criando no ambiente familiar certo desconforto, quando o assunto se trata de falar sobre sexualidade. Poucos são aqueles que se sentem abertos a discutir tais temas com os filhos.
 A família frente a esta demanda, não se sente devidamente preparada para suprir tais necessidades, como lembra CANO & FERRIANE(2000)

“(...) embora os pais esteja preocupados com os filhos ante os problemas da sociedade atual, eles sentem que não estão preparados para discutir, dialogar sobre questões consideradas como mais delicadas de serem abordadas o que frequentemente os distancia dos filhos, como as que envolvem a sexualidade.” (p.38)

Eles traziam para as oficinas uma serie de duvidas, alguns com disposição em discutir e compreender o que estava se passando com eles. Os mais desembaraçados demonstravam interesse em dialogar conosco, nos confidenciando assuntos considerados por eles íntimos. Constatamos que muitos deles reproduzem o pensamento dos pais sobre o tema. Em alguns casos podem ter um comportamento rígido, eximindo-se da tarefa de dialogar com os colegas, não participando de oficinas com determinados temas.

Oficina:

No dia 08/04/2011 realizamos uma oficina de debate de tema livre. Neste dia oferecemos a eles um espaço para debatermos sobre o tema que fosse de maior interesse para eles. A oficina aconteceu da seguinte forma: Abrimos uma roda, todos os adolescentes foram convidados a se sentar, apresentamos o tema. Sugerimos a eles que poderiam debater sobre o tema que quisessem, pois a oficina era de tema livre. Eles sugeriram que o debate fosse sobre relacionamentos afetivos. Iniciamos a oficina abrindo para eles a roda, - "Quem gostaria de começar? Se apresente. E fale o que vier a sua cabeça". Neste dia haviam 12 adolescentes na sala, divididos entre meninos e meninas, com a faixa etária de 11 a 14 anos. Ao deixá-los falar, obtivemos dados relevantes para engrandecer a oficina. Nesta oficina coletamos de uma adolescente a seguinte frase:

“Ela (mãe) acha que eu não tenho idade para saber destas coisas. A respeito do corpo ela fala mas o resto ela num fala. Só fala da parte física, biológica. ( Menina Q. 13 anos, E. M. Tito F. Lima Andrade)”  

Recebemos esta fala e para melhor compreendermos o que ela pensava sobre este assunto, nós a indagamos: "Como acontece o dialogo entre você e sua mãe?" Ela nos declarou que conversa com sua mãe sobre as mudanças no seu corpo e sobre menstruação. Ao questionarmos se sua mãe tem conhecimento de seu namoro com um outro adolescente também participante do programa e do Projeto Fala Sério, ela nos relata de uma forma descontraída que sua mãe não sabe que ela já teve seu primeiro beijo, e diz acreditar que ela não tem conhecimento de seu relacionamento afetivo. Nos parece que quando o assunto se refere as mudanças no corpo dos seus filhos, os pais se dispõem a conversar mais abertamente, permanecendo neste assunto, sem tratar do afetivo. A dificuldade dos pais em discutir a relação afetiva e sexual dos filhos é apontada por STENGEL(2003) quando afirma que

“lidar com a vida afetiva e/ou sexual dos filhos pode ser complicado e ate mesmo conflitiva para os pais. Essa dificuldade advêm do fato de os pais terem que admitir que seus filhos cresceram, estão se tornando adultos e tem sexualidade que, a partir de agora, pode ser exercida plenamente. Outra causa dessa dificuldade é o tabu em torno do tema da sexualidade, que provoca constrangimento ou vergonha, principalmente quando tratado entre pais e filhos.” (STENGEL, 2003)

Um outro exemplo relevante e que ilustra esta afirmação é o comentário de uma adolescente em uma das oficinas onde o tema principal era discutir valores e identidade:

“teve uma vez que eu perguntei para minha mãe: -Mãe você já fez 'aquilo' ? Ela respondeu que não. Dai eu perguntei: - Mas como é que você me fez? Ela falou que não ia responder isso, que era pra eu esperar crescer mais um pouco.” ( Menina, C. 11 anos, E. M. Tito F. Lima Andrade)

Segundo BOCARDI citado por CANO & FERRIANE (2000)

“os pais sentem dificuldade em abordar as questões de sexualidade junto aos filhos não só por constrangimento, mas também por medo de um dialogo franco e aberto. Eles tem receio que o dialogo possa proporcionar ou indicar para os jovens que eles já estão prontos para iniciar sua vida sexual.”

Em nossa vivencia diante dos relatos dos adolescentes entendemos que a família apresenta dificuldades em discutir estes assuntos transferindo esta  responsabilidade para a escola. Por acreditarem que nesse ambiente seus filhos serão devidamente orientados. Ignorando que a escola trata desse tema numa perspectiva biológica, limitando-se ao ensino da anatomia e fisiologia da reprodução humana. Eximindo-se o afetivo.

Durante o percurso do PFS dentro do Programa Escola da Gente, acreditamos que    ao  transferir esta responsabilidade para a escola os pais tornam-se negligentes quanto a educação afetivo-sexual de seus filhos, por outro lado temos a escola que sente a mesma dificuldade que os pais, ao lidarem com o tema sexualidade. De modo parecido os professores não se sentem preparados para trabalhar a fundo o tema sexualidade com os adolescentes. (CANO & FERRIANE, 2000) Os adolescentes encontram-se então sem uma fonte segura para esclarecer suas duvidas.Segundo a “Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei n.º 9.394, de 20 de dezembro de 1996),

“a educação para a sexualidade é prevista como um dos temas transversais a serem incluídos nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN), em todas as áreas do conhecimento– do ensino fundamental ao ensino médio. Para serem efetivas, as ações correspondentes a este tema transversal devem ser realizadas de forma contínua e articulada com o projeto pedagógico de cada escola. É necessário, também, que esse projeto tenha como base os Direitos Humanos, onde os Direitos Sexuais e os Direitos Reprodutivos se incluem.” (UNESCO, 2010)

Diante dessas transferências de responsabilidade muito se diz sobre puberdade, contudo os adolescentes encontram-se sem um referencial para abordar assuntos no que diz respeito principalmente aos seus relacionamentos afetivos, que acreditamos ser também de substancial relevância nessa fase.

Os adolescentes acreditam que a escola é um local onde as informações  são passadas de forma mais correta. Porem alguns queixam-se que na escola as aulas de biologia concentram-se no funcionamento do corpo e na reprodução humana, não mais que isso. Muitos deles ate consideram a aula de biologia monótona. Outra disciplina relatada pelos adolescentes que contempla superficialmente o tema sexualidade é o Ensino religioso.  Contudo, eles esperam que na escola possam ter também um espaço para esclarecer suas duvidas referentes a sexualidade e afetividade.

Considerações finais
 
Por parte dos adolescentes temos observado uma demanda, no que se refere aos assuntos ligados a sexualidade e afetividade.  Apesar dos conflitos entre adolescentes e seus pais, observamos um desejo expresso por eles que estes assuntos sejam debatidos dentro do ambiente familiar.

Estes adolescentes demonstram uma necessidade de buscar informações para sanar suas duvidas mais imediatas, por não encontrarem apoio na família eles recorrem a outros meios, sejam eles amigos, escola, através da mídia, pesquisas na internet, entre outros. Sem porém encontrar respostas que lhes deem segurança diante da angustia vivenciada nesta fase. Então, nota-se um maior interesse deles quando  lhes é permitido  uma aproximação e quando se da a eles a oportunidade de se expressarem do modo em que se sintam a vontade. Em nossas oficinas percebemos que eles querem alguém que se aproxime afetivamente e lhes passem segurança ao transmitir as informações.

No que diz respeito a família, acreditamos que apesar de terem consciência da necessidade de dialogo entre eles e seus filhos, no que se refere a assuntos ligados a sexualidade e afetividade, estes pais se sentem despreparados para assumirem tal função.  

A partir da fala apresentada pelos adolescentes, podemos constatar que seus pais sentem-se constrangidos em abordar certos temas. Como se evitando este dialogo eles pudessem de alguma forma fazer com que a vida afetivo-sexual de seus filhos fossem adiadas. Com esta atitude a família tenta transferir para a escola a responsabilidade da educação sexual de seus filhos, acreditando que nesta instituição eles serão devidamente orientados. Porém diferente da orientação sexual que têm como objetivo uma intervenção sistemática na área da sexualidade, podendo ser realizada dentro das escolas ou em projetos sociais, a educação afetivo-sexual é de responsabilidade da família por se tratar de um processo informal no qual o sujeito adquiri as informações e valores necessárias para que possa gozar integralmente de sua sexualidade.  

Neste projeto ao conviver com os adolescentes e dialogar com eles sobre diversos assuntos, descobrimos que quando os pais deixam de participar desta etapa na vida de seus filhos, estão se eximindo da responsabilidade de prepará-los para as situações apresentadas no cotidiano principalmente ao que se refere ao afetivo.

O PFS tem sido de extrema relevância em nossa formação acadêmica, por se tratar de uma projeto extensionista no qual colocamos em pratica os conhecimentos adquiridos ao longo do curso. Através deste, lidamos com um público diversificado que nos demanda uma constante atualização dos nossos conhecimentos teóricos e nos leva a refletir sobre nossos valores e conceitos pessoais.

Referencias:

CANO, Maria Aparecida T., FERRIANE, Maria das Graças C., A família frente a sexualidade dos adolescentes, Acta Paul Enf. V.13, nº 1. Jun./Abr. 2000 pgs:38-45.

Guia de Orientação Sexual: diretrizes e Metodologia. Grupo de Trabalho e Pesquisa em Orientação Sexual, Associação Brasileira Interdisciplinar de AIDS, Centro de Estudos e Comunicação em Sexualidade e Reprodução Humana. - São Paulo: Casa do Psicologo, 1994

STENGEL, Márcia. O obsceno é falar de amor?: as relações afetivas dos adolescentes. Belo Horizonte: Ed. PUC Minas, 2003.

SAITO, Maria Ignez. LEAL, Marta Miranda. Educação sexual na escola. Instituto da criança do hospital das clinica e Departamento de Pediatria da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP). São Paulo. 2000, 22(1) : 44-48

Luciene Cravo Gonçalves*
Verônica Kesley Noiman dos Reis*


Publicado por: Veronica Kesley Noiman dos Reis

O texto publicado foi encaminhado por um usuário do site por meio do canal colaborativo Meu Artigo. Brasil Escola não se responsabiliza pelo conteúdo do artigo publicado, que é de total responsabilidade do autor . Para acessar os textos produzidos pelo site, acesse: https://www.brasilescola.com.