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Confira aqui uma reflexão sobre o exame nacional do ensino médio, o ENEM.

O texto publicado foi encaminhado por um usuário do site por meio do canal colaborativo Meu Artigo. Brasil Escola não se responsabiliza pelo conteúdo do artigo publicado, que é de total responsabilidade do autor . Para acessar os textos produzidos pelo site, acesse: https://www.brasilescola.com.

Segundo dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), 845 corretores de redação da prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) foram excluídos do processo de 2013; isso equivale a aproximadamente 12% do total de corretores, que não atingiram a nota de desempenho exigida para a função. A direção declara que isso não implica em suspeição acerca do comportamento ou competência dos avaliadores, tanto que os excluídos poderão se candidatar novamente ao processo de capacitação para o exame deste ano. Na maioria dos casos, o que pode ter ocorrido é a interferência de algum problema pessoal ou familiar do avaliador, que contribuiu para torna-lo temporariamente menos motivado e atento do que seria necessário.

Depois de um início um tanto claudicante com falhas de organização e segurança, e apesar da formulação de algumas questões da prova ainda conter um impertinente viés ideológico, como se o que estivesse sendo avaliado fosse a conformidade política e não o conhecimento do estudante, o Enem está começando a atingir seus objetivos. Já existem dados consolidados em quantidade suficiente para que o Inep possa fazer um mapeamento consistente das condições do ensino médio no país, e o exame tem razoável confiabilidade para ser utilizado como único processo de seleção de candidatos a inúmeras instituições de educação superior, públicas e privadas.

A classificação obtida no Enem é item indispensável para a obtenção das bolsas de programas federais como Prouni e Fies; e também do Ciência sem Fronteiras, que abre para os estudantes possibilidades de internacionalização, experiência de vida sem os familiares e em outros idiomas, muito significativa para o amadurecimento, e melhoria da preparação profissional.

Uma boa análise do texto efetuado pelo candidato é fundamental, nenhuma outra modalidade de avaliação pode substituí-la, portanto, a importância de quem corrige as redações das provas do Enem é muito grande; as demais questões são objetivas, corrigidas eletronicamente, esta constitui o único elemento “pessoal” avaliado.

Se houvesse a necessidade de realizar uma única prova para aferir as condições de um candidato em qualquer processo seletivo não estritamente técnico, a imensa maioria dos professores certamente optaria por uma redação. O pedido da realização de um texto argumentativo, com enunciado bem formulado, e que guarde relação estreita com a finalidade do concurso a que se refere, é quase definitivo para aferir as condições de um aspirante.

Quem consegue se expressar com lógica e coerência, analisar com pertinência um tema proposto, manifestar de modo inteligível sua opinião, e ainda fazer isso tudo com razoável respeito às normas cultas da Língua Portuguesa, estará qualificado para iniciar estudos ou exercício profissional em praticamente qualquer área.

Embora outras disciplinas concorram para sua boa formação, científica ou humanística, é a capacidade de expressar-se adequadamente que poderá manifestar as habilidades e competências de cada pessoa; uma composição escrita demonstra capacidade cognitiva e cultural, uma visão de mundo e valores.

Corrigir bem uma redação, de forma justa e atenciosa, é também colaborar para com a expansão do conceito de cidadania.

Professora  Wanda Camargo -  assessora da presidência do Complexo de Ensino Superior do Brasil.


Publicado por: Central Press

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