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A identidade sexual na adolescência:esclarecer ou ocultar

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O texto publicado foi encaminhado por um usuário do site por meio do canal colaborativo Meu Artigo. Brasil Escola não se responsabiliza pelo conteúdo do artigo publicado, que é de total responsabilidade do autor . Para acessar os textos produzidos pelo site, acesse: https://www.brasilescola.com.

Segundo Aurélio Buarque de Holanda Ferreira, no novo dicionário da língua portuguesa, define identidade como sendo o conjunto de caracteres próprios e exclusivos de uma pessoa (Aurélio, 1975).

Mas o reconhecimento do “eu” também depende da diferenciação do “outro”, ou seja, tem que haver uma matriz, e esta sem dúvidas é a própria mãe, pois o bebê ao se desenvolver vai aos poucos aprendendo a se diferenciar de sua mãe, compreendendo que não é uma extensão dela, mas sim outra pessoa munida de vontades e desejos. A relação com o outro é importante, pois conhecer o outro é querer saber quem é.

Esta relação com o outro, a busca constante da formação do “eu”, é bem clara na fase da adolescência onde ocorrem grandes transformações.

O adolescente trava uma luta contra os próprios impulsos; amar ou odiar os pais ter vergonha e por vezes parecer sem pudor, imitar os outros enquanto procura a sua própria identidade. É a insegurança nas decisões, pois ao mesmo tempo em que se acham auto-suficientes, vêem-se confusos em tomar decisões sobre um determinado problema.

Ser ou não ser, eis a questão, esta frase dita pela célebre Shakespeare expressa bem a fase da adolescência, pois é um período de confusão, é a perda do corpo infantil ao mesmo tempo a mudança para o corpo adulto.

Percebem-se estas mudanças com clareza no âmbito escolar, onde alguns adolescentes mostram-se temidos, enquanto outros totalmente desinibidos, sentindo-se “donos do mundo”, detentores do saber e poder. Muitas vezes se mostram agressivos com seus professores ou colegas de classe, e essas reações ocorrem por eles não saberem conviver com as mudanças físicas e os novos desafios dessa fase de suas vidas.

Todas as experiências que ocorrem na vida pessoal fortalecem e permitem montar o próprio modelo do que pretende ser: homem ou mulher, ou seja, a identidade é algo em constante transformação, é a busca do verdadeiro “eu”.

No contexto da história, podemos observar que em séculos passados as mulheres casavam-se muito cedo, isto era para evitar uma gravidez indesejada.

Com o passar do tempo e as lutas femininas por uma liberdade de escolha e decisões, as moças casam-se muito mais tarde e assim ocorrendo com mais freqüência a gravidez precoce, porque apesar de tantas informações ainda ocorrem casos de meninas engravidarem com 13 anos, ou seja, no período em que estão saindo da puberdade e passando para a fase da adolescência.

É claro que a adolescência é um período de muitos conflitos, angústias, incertezas; é a eterna busca da identidade.

O corpo que está em desenvolvimento, em mudanças precisa ser entendido. E é em meio a essas transformações que muitas adolescentes engravidam. A partir desse momento inicia-se um verdadeiro período de terror para as mesmas, que são vistas pela sociedade como transgressoras de regras criadas e impostas e que na realidade escondem uma visão machista, apontando a mulher como responsável pela gravidez indesejada, enquanto que o homem nada mais é do que o precursor da iniciação sexual, não sendo responsável pelo ato praticado.

Mas a resolução da gravidez precoce traz alternativas nada agradáveis, pois muitas vezes é obrigatório um casamento indesejado, outras vezes a rejeição da família e o abandono aos estudos é uma das piores alternativas é o aborto, e como este não é legalizado é feito de forma clandestina, em precárias condições de higiene, trazendo assim risco de vida para as adolescentes, principalmente aquelas de classe menos privilegiada.

O mais incrível é que temos uma massificação de informações através dos meios de comunicação como o rádio, televisão, jornais, revistas, internet, mas ao mesmo tempo em contrapartida é uma mundo de ignorância sobre o corpo e o funcionamento da sexualidade.

Bem é preciso dialogar, saber das dúvidas dos adolescentes e esclarecê-las. É necessário aprender a escutar, saber o quanto estão informados sobre sexo, lembrando que a contracepção é um assunto que diz respeito tanto a homens como as mulheres.

Condenar é muito mais fácil do que tentar mudar uma educação que muitas vezes não realiza os esclarecimentos de uma forma mais clara sobre um tema que deveria ser exposto com a maior naturalidade, fazendo com que os nossos adolescentes possam esclarecer as suas dúvidas e saber iniciar uma vida sexual saudável, evitando uma gravidez indesejada ou doenças sexualmente transmissíveis.


Publicado por: Gildete Nunes de Sousa Martino

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