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A função do coordenador pedagógico da educação infantil: Uma questão de identidade

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Este artigo tem como temática “ O coordenador pedagógico desempenha papel fundamental no processo da gestão democrática escolar da educação infantil. Contudo, fica evidente que este papel lhe imprime alguns desafios que devem ser em suma observados em sua prática. Dentro do princípio da gestão democrática, cabe ao coordenador pedagógico não ser chefe nem autoridade, mas um líder articulador, que harmoniza as relações entre escola, aluno, professor, diretor, comunidade, pais e demais envolvidos, prezando sempre pela proposta pedagógica decidida pela equipe e pela qualificação do processo ensino/aprendizagem. Este trabalho tem como objetivo principal fazer uma reflexão sobre os desafios do coordenador pedagógico diante da temática da gestão democrática. E por outro lado mostrar a importância de quebrar paradigmas sobre a prática desse profissional que foi estigmatizado historicamente pelo conservadorismo do ensino tradicional. O coordenador era visto como um detentor das decisões e do gerenciamento do processo pedagógico na escola, assim o que se propõe aqui é mostrar que no mundo de constantes transformações não cabe mais uma gestão sem a participação de todos os envolvidos no processo de ensino e aprendizagem, onde deve haver uma integração entre professores, alunos, pais e comunidade, valorizando as trocas de experiências e propondo uma gestão participativa e completamente democrática. Para que, de fato, possam-se atingir os objetivos propostos, preza - se neste trabalho por uma metodologia cuja ação principal seja a reflexão da práxis pessoal de coordenador pedagógico e dos desafios que estão postos pela gestão democrática.

Palavras – Chave: Coordenção Pedagógica. Educação infantil. Identidade .

INTRODUÇÃO

A nossa liberdade tem sempre a maravilhosa capacidade de fazer, daquilo que nos é tirado (pela vida, pelos acontecimentos, pelos outros...), algo que oferecemos. Exteriormente não se vê a diferença, mas interiormente tudo é transfigurado: o destino passa a ser uma opção livre, a obrigação passa a ser amor, a perda torna-se fecundidade.

Jacques Philippe

No desenrolar dos estudos deste efetuados pode-se perceber que a coordenação pedagógica na escola tem como função principal à assessoria permanente e continuada ao trabalho docente, cujas principais atribuições, dentre outras, podem ser listadas em quatro dimensões que delineiam o papel deste profissional frente a educação do presente século. Podemos verificar estes importantes dimensões nos argumentos de Piletti (1998.p.126)

Porém, o que se percebe no dia a dia do coordenador pedagógico da educação infantil é que muitos profissionais desconhecem as funções que de fato lhes são atribuídas. Este texto nos permite lançar olhares sobre a identidade e função do coordenador pedagógico na escola. Em meio a um processo de leitura e busca permanente de conhecimento, se tem percebido a importância e a eficácia do trabalho do coordenador pedagógico, desde que este tenha bem definido sua identidade enquanto profissional. Pois quando nos permitimos lançar o olhar a práxis do coordenado vemos o quanto a mesma tem sido paradoxal.

Várias metáforas são construídas sintetizando o seu papel e função na escola com distintas rotulações ou imagens, dentre elas, a de “Bombril” (mil e uma utilidades), a de “bombeiro” (o responsável por apagar os focos dos conflitos docentes e discentes), a de “salvador da escola” (o profissional que tem de responder pelo desempenho de professores na prática cotidiana e do aproveitamento dos alunos).

Há momentos que o próprio coordenador encarna este papel, diante das cobranças e tarefas que lhe são impostas.Assim, por não ter claro o seu papel ou mesmo tendo claro, mas abrindo mão dele por conta das demais tarefas que lhes são atribuídas no interior da escola, acompanha o ritmo ditado pelas metáforas e idéias presentes. Epistemologicamente essa falta de clareza dificulta e afasta o profissional de seu referencial atributivo criando imagens errôneas de sua práxis conforme as idéias existentes no interior da escola, que não as nega, mas por meio de um trabalho intencional, planejado e contextualizado, orienta-as pela conscientização de suas atribuições e de seu papel referencial de coordenador de ações.

Este afastamento instabiliza o profissional, a tal ponto que, segundo Bartman (1998.p.21):

Desta forma ao coordenador pedagógico da educação infantil é solicitada a realização de qualquer tipo de atividade cujo responsável está impossibilitado de desenvolvê-la por sobrecarga, indisponibilidade ou pela ausência desse profissional na escola, assim, ele se torna um multifuncional como já citamos. Fica sob sua responsabilidade realizar trabalhos burocráticos e de secretaria, substituir professores, aplicar provas para aliviar sobrecarga de horário, resolver problemas com pais e alunos.

Mas Fonseca (2001.p43), é que sistematiza estas setas epistemológicas e evidencia a necessidade de um novo olhar do coordenador pedagógico na escola que deve ser orientado para:

Este olhar que nos é apresentado se faz necessário como busca e construção da identidade da identidade, não é objeto outorgado somente por normalização institucional, mas certamente é um espaço de conquista, é um espaço de resolução de conflitos e de assunção do papel profissional do coordenador pedagógico como ator social, agente facilitador e problematizador do papel docente no âmbito da formação continuada, primando pelas intervenções e encaminhamentos mais viáveis ao processo ensino-aprendizagem.

A este respeito Lima (2007.p.46) enfatiza:

O que mais fica evidente neste debate a que nos propomos aqui, é que coordenação pedagógica da educação infantil em seu sentido mais restrito, não está caracterizada como centralizadora ou definidora da relação intra-escolar, alienando-se das questões contextuais que inquietam professores, alunos e comunidade; muito pelo contrário, garante o espaço do diálogo como método.

destaquei , que esta realidade lhes provoca e das reivindicações que devem conduzir à garantia da educação como exercício da cidadania.

do cidadão em sentido amplo da educação para a cidadania e mundo do trabalho; apela convivência e superação dos interesses e finalidade comuns, são elementos fundamentais para a construção da identidade do coordenador pedagógico.

• É importante que transformem o seu olhar, ampliando a sua escuta e modificando a sua fala, quando a leitura da realidade assim o requerer. • É necessário que a consciência coletiva seja respeitada, a ponto de se flexibilizar mais os planejamentos e que os mesmo sejam sempre construídos do e a partir do olhar coletivo. • Ter a capacidade de olhar de maneira inusitada, de cada dia poder perceber o espaço da relação e, consequentemente, da troca e da aprendizagem. • Ser capaz de perceber o que está acontecendo a sua relação com o professor e deste com o seu grupo de alunos. • Poder perceber os pedidos que estão emergindo, quais os conhecimentos demandados e, consequentemente, necessários para o momento e poder auxiliar o professor.

Neste sentido, vale lembrar Lima (2007.p.60) que destaca que:

Encerro este texto dizendo que quanto mais se busca o conhecimento mais fica evidente que temos muito a aprender. Assim a identidade do coordenador pedagógico vai se construindo à medida que o conhecimento é consolidado em nós, e isso só é possível através da constante busca que por sua vez exige uma ruptura com o velho afim de que o novo encontre espaço na práxis do coordenador pedagógico.

Quando refletimos a respeito das ações do coordenador pedagógico da educação infantil, estamos colocando em foco um elo da práxis do pedagogo. O desafio de estar coordenador pedagógico é exercido por este profissional, que por sua vez, deve enxergar no processo político pedagógico e na condução da dinâmica escolar da escola a máxima de seu trabalho. Definir o papel e a identidade deste profissional no dia-a-dia do espaço escolar constitui-se, a meu ver, a premissa de sua ação. Deste modo, este é para mim um encontro com práxis, no qual se pode delinear o desafio de estar coordenador pedagógico.

a equipe com que atua. Penso que é essencial que o profissional da educação ao exercer a função de coordenação escolar tenha a consciência que sua prática pedagógica deve e tem que ser constantemente questionada, pois ao fazer uma reflexão da sua prática o coordenador estará contribuindo para um bom desenvolvimento da sua atuação e qualificando os resultados obtidos junto ao alunado e o corpo docente.

Estar coordenador pedagógico na educação infantil é abraçar a responsabilidade de incentivar a consolidação do projeto escolar, que se constitui a bússola norteadora da construção cognitiva. 

A função primeira do coordenador pedagógico é planejar e acompanhar a execução de todo o processo didático-pedagógico da instituição, tarefa de importância primordial e de inegável responsabilidade e que encerra todas as possibilidades como também os limites da atuação desse profissional. Quanto mais esse profissional se voltar para as ações que justificam e configuram a sua especificidade, maior também será o seu espaço de atuação. Em contrapartida, o distanciamento dessas atribuições seja por qual motivo for, irá aumentar a discordância e desconhecimento quanto às suas funções e ao seu papel na instituição escolar (PIRES, 2004, p. 182).

Referências Bibliográficas

FONSECA, J. P. Projeto pedagógico: processo e produto na construção coletiva do sucesso escolar. São Paulo-SP: Jornal da APASE. Secretaria de Educação. São Paulo. SP. Ano II – Nº. 03, 2001.

GADOTTI, Moacir. "Pressupostos do projeto pedagógico". In: MEC, Anais da

LIBÂNEO, J. C. Organização e Gestão da Escola: Teoria e Prática. 5. Ed. Goiânia,

LIMA, Paulo Gomes; SANTOS, Sandra Mendes dos. O coordenador pedagógico na educação básica: desafios e perspectivas. Educere et Educare vol. 2 nº 4 jul./dez. 2007. Revista de Educação p. 77-90. Disponível em: Acesso em: 26 fev. 2011.

__Possibilidades ou potencialidades: a postura piagetiana na epistemologia genética sobre a gênese da inteligência. Acta científica. Ciências humanas. Engenheiro Coelho: Unaspress:v.02, n.09, p.17 - 21, 2005.


Publicado por: Paulo Marcos Ferreira Andrade

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