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TV Analógica X TV Digital

Comparação a partir de aspectos históricos e tecnológicos entre a TV digital e a TV analógica.

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 Abril/2008

Introdução

Não há do que se duvidar, o passo que abriu as portas para as transmissões de imagens foi a descoberta do selênio. Na época, talvez o químico Jacob Berzelius nem se desse conta de onde se chegaria com a sua descoberta, mas o fato, Porém, é que de 1817 até o milênio em que vivemos, muita coisa mudou e ainda está por mudar.

Muitas foram as contribuições, individuais, de físicos, cientistas, autodidatas, empresários, ano após ano, década após década. Cada nova descoberta, um passo a frente, sempre um fio a mais na engenharia da transmissão, um caminho desobstruído, uma pequena contribuição que rende uma nova gigantesca descoberta no futuro.

Da pura e simples transmissão de uma imagem sem muita definição, até as suas primeiras experimentações, movimentações, adição de áudios e retransmissões, a discussão que toma conta dos centros de pesquisa, universidades e talvez até de mesas de bar é a grandiosidade da TV, sobretudo da TV moderna, interativa, de alta qualidade de som e imagens, a TV Digital.

Televisão no mundo

Pode-se fazer um breve histórico do surgimento da televisão pelo mundo. Depois da descoberta do selênio, levou-se 25 anos para que alguém transmitisse uma imagem de um ponto a outro, por intermédio de fios, por telegráficos, como fez Alexander Bain, em 1842. mais de 30 anos após, veio a descoberta do efeito fotoelétrico e a exploração de cada ponto da imagem simultaneamente por George Carey. Foi quando Maurice Le Blanc descobriu uma forma de burlar a continuidade da visão humana. Imagens repetidas sucessivamente em certa velocidade davam a impressão de movimento.

A cada ano, década e em lugares diferentes, davam-se as devidas contribuições para o surgimento da televisão. O alemão Paul Nipkow captou imagens divididas em pequenos pontos e reagrupou-as, utilizando um equipamento desenvolvido por ele mesmo. Era o disco de Nipkow.

Então veio o tubo de raios catódicos, o iconoscópio, e as transmissões em grandes distancias de imagens em movimento. Todos utilizando o principio descoberto por Nipkow e seu disco.

Já no século passado, em 1927, um garoto de 14 anos pensou em construir as imagens por meio de linhas formadas por um ponto percorrendo a tela e usou o tubo de raios catódicos para chegar a sua realização.

Contudo, deixando de lado as explicações eletro-tecnico-científicas, a história da televisão, da forma em que conhecemos hoje, começou a tomar forma a partir de 1930, quando a NBC da RCA começa as transmissões experimentais nos Estados Unidos. No ano seguinte, a CBS também começa as suas transmissões e em 1932, a NBC. Em 1935 são oficializadas as primeiras transmissões na Alemanha e França e em 1938 a TV chega à Rússia.

Em 1939 as transmissões passam a ter uma freqüência, uma programação regular, com a NBC. Foi assim que os primeiros aparelhos começaram a ser comercializados.

1939 se dá o serviço regular de televisão preto e branco nos EUA, acontecendo o mesmo só em 1952 na Alemanha. O sistema NTSC, colorido, é implementado no ano de 54 nos Estados Unidos. Na Alemanha, em 1967 se introduz o sistema PAL. Em 70 surgem os vídeos-cassete.

No campo da transmissão propriamente dita, assim como no cinema, as primeiras transmissões de TV foram feitas em preto e branco. O princípio do funcionamento da TV preto e branco se dá da seguinte forma: existe uma curva de luminosidade relativa da visão humana, a câmera em preto e branco enxerga a imagem conforme essa curva e cria um sinal eletrônico conhecido como sinal de luminância, com faixa de freqüências de 4,2 MHz. No cinescópio preto e branco, esse sinal reproduz as sensações de "escuro" e "claro". No padrão americano “M”, usam-se 525 linhas por quadro e são transmitidos 30 quadros por segundo.

Na TV a cores, o funcionamento se dá assim: o olho humano possui cones, que funcionam como sensores, predominantes para três cores primárias: vermelho, a que se atribui a letra “R” (red, vermelho em inglês). verde “G” (green) e azul “B” (blue). As demais cores são conseqüência de excitações proporcionais das três cores primárias. A câmera a cores tricromática cria três sinais: R, G e B, cada um com faixa de freqüências de 4,2 MHz e o cinescópio a cores possui três canhões que são excitados pelos respectivos sinais R, G e B.

Alem do sistema NTSC criado nos Estados Unidos, tem-se também o SECAM francês e o PAL alemão.

No final dos anos 80, começam as primeiras movimentações sobre televisão digital nos Estados Unidos e em 98 realizam-se as primeiras transmissões dessa nova modalidade.

Em 1995 ocorrem as primeiras transmissões digitais na Europa e no Japão.

Histórias do Brasil – e da TV

 

Em 1904, o Padre Landell começa a criar o projeto de transmissão de imagens a distância, ou seja, a Televisão. O "grande prêmio" que recebe é a destruição de seu laboratório por fanáticos religiosos, na cidade de Campinas, São Paulo.

Em1939 acontece a primeira transmissão de Televisão em circuito fechado, durante a Feira Internacional de Amostras na cidade do Rio de Janeiro, utilizando equipamentos de origem alemã. Mas a literatura, internet e vários estudiosos da televisão preferem dizer que o surgimento da TV no Brasil se deu em 1950, quando a televisão seguiu para a América do Sul, tendo o Brasil como primeiro país a implementar o sistema. Em abril de 1950, aparelhos instalados no saguão dos Diários Associados transmitiram a apresentação do Frei José Mojica e em setembro, Getulio Vargas fala de sua volta a vida política pela TV.

Esse feito se deve ao grande ícone da comunicação da época, Assis Chateaubrind, que encomenda a RCA equipamentos para criar duas emissoras de TV. Ele envia dois técnicos do rádio, Mario Alderighi e Jorge Edo, para os Estados Unidos, que estagiam na RCA e aprendem a manipular os novos equipamentos . Logo então Chateaubrind cria a TV Tupi.

O primeiro programa de TV exibido no Brasil fora o TV na Taba, apresentado por Homero Silva. Lima Duarte, Hebe Camargo, Mazzaropi e outros nomes conhecidos até hoje participaram da estréia do programa. Na ocasião, uma câmera quebrou e apenas uma outra foi utilizada nessa estréia.

O primeiro telejornal a ir ao ar no Brasil foi o Imagens do Dia, todos os dias das 18 as 23 horas, com participação de profissionais do teatro, jornal e radio.

No ano seguinte a implementação, algumas dezenas de anunciantes já contribuíam para a formação dos programas e já existiam mais de 7 mil aparelhos espalhados por São Paulo e Rio de Janeiro e ela começa a migrar para outras cidades e Estados.

Surgem também outras emissoras, como a TV Paulista.

No outro ano surge o programa mais conhecido pelos estudiosos, curiosos e leigos da televisão: o Repórter Esso, em 17 de junho de 1953; em setembro, surge a TV Record. Um circo vai parar nas telinhas pela TV Paulista – o Circo de Arrelia –, e A Praça da Alegria é apresentada pela Record.

Em 1955 é transmitido o primeiro jogo de futebol, entre Santos e Palmeiras. Foi a primeira transmissão externa.

Nos anos que se seguiram, vieram os programas infantis, o primeiro videoteipe e a expansão para o interior de São Paulo. Vem a TV Excelsior.

A regulamentação dos intervalos comerciais é implementado por decreto federal e o tempo para estes intervalos é de 3 minutos.

Em 62 é instituído o Código Brasileiro de Telecomunicações , criada a Embratel e a ABERT, que muda o prazo de concessão das TVs de 3 para 15 anos e surge a TV Gaúcha.

A primeira telenovela vai ao ar em 1963 e no ano seguinte, vem a explosão dos ‘enlatados’ americanos e a Censura da ditadura.

Com as telenovelas, a Ditadura e a constante inserção de programas vindos dos Estados Unidos, vai se criando a cara da TV Brasileira. Os anúncios sempre voltados para as donas de casa, principais espectadora das telenovelas, são hoje os mais fortes patrocinadores da TV aberta. A influência do capitalismo americano começa moldar o modo de vida dos brasileiros que tendem a imitar ou usar tudo o que vem dos EUA. Por outro lado, o Governo Militar, com grandes laços com os norte-americanos, vão abrindo cada vez mais espaço para a inserção desses estilos de vida, uma vez que os programas pareciam ser totalmente alienadores, eram ricos em prender a atenção. Surge a TV Globo no Rio que logo compra a TV Paulista em São Paulo.

Em 67 é criado o Ministério das Comunicações e em 1968 é criada a Rede Nacional de Microondas, sistema de transmissão por satélites: a Telstar. A Globo transmite via satélite o lançamento da nave espacial Apolo IX.

Em 1970, já eram mais de 4 milhões de aparelhos de televisão no país e em 1972 acontece a primeira transmissão da TV em cores por aqui. Nesta época, o sistema implantado é o PAL-M, sua primeira transmissão oficial, na Festa da Uva em Caxias do Sul, no Rio Grande do Sul, em 19 de fevereiro. A seguir se formam as redes de TV.

Em 77 é criada a propaganda governamental gratuita e 3 anos depois a censura ao telejornalismo tem seu fim.

Na década de 80 já são 106 emissoras privadas e 12 estatais. São mais de 18 milhões de aparelhos preto e branco e em cores por todo o país e as verbas destinadas a esse tipo de veículo ultrapassa os 50% da mídia, mesmo assim, a TV Tupi fecha suas portas.

Na mesma década, em 84, a TV adere a campanha Diretas Já e em 85 transmite a eleição de Tancredo Neves e José Sarney. Abre-se 22 concessões de canais de televisão e é lançado o primeiro satélite brasileiro de comunicação com 24 canais. O segundo vem no ano seguinte e o terceiro em 88. Em 89 o Brasil ver ao vivo a queda do muro de Berlim, em Dezembro e no final da década, 64% das residências brasileiras possuem um aparelho de TV.

Nos anos 90 surgem as primeiras transmissões de canais em UHF. A MTV Brasil, canal 32, é a pioneira, logo em seguida, vem a TV por assinatura à cabo, com a TV + (mais) sendo a primeira dessa nova modalidade. As guerras começam a influenciar na audiência, estabelecendo recordes com a transmissão do conflito no Golfo Pérsico.

Em 96 o país já é o 6° maior produtor de aparelhos do mundo. No consumo, perde apenas para os Estados Unidos e Japão. No outro ano, instaura-se a ANATEL, no Governo de Fernando Henrique Cardoso.

Durante todo esse processo, pode-se listar as principais emissoras de televisão no Brasil, que contribuíram diretamente para o que temos hoje tanto em nível de programação quanto em nível de equipamentos de transmissão, gravação, edição, etc. são elas: TV Tupi, Rede Record, Rede Globo, SBT, TV Cultura e TV Manchete. É necessário lembrar que nos últimos anos, passaram a ganhar destaque a MTV, transmitindo vídeos-clipe, reality shows, e muito sobre o mundo da música, as TVs governamentais como a TV Senado e TV Câmara além das religiosas.

Nos anos 90 começa a se pensar a TV Digital no Brasil, porém a idéia só ganha fôlego maior após 2003, no governo Lula, quando se intensificam as pesquisas e várias entidades passam a realizar trabalho em torno dela.

Em dezembro de 2007 ocorre a primeira transmissão oficial de sinal de TV digital no Brasil, na cidade de São Paulo. A solenidade contou com a presença do Presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva e de grandes empresários do setor.

Em abril chegou à Belo Horizonte, e no dia seguinte ao Rio de Janeiro. Em ambas a Televisão Digital foi inaugurada pela Rede TV.

O que ainda não está definido é o futuro dessas emissoras e da própria televisão brasileira com a chegada da TV Digital. Às que se adaptarem, como conseqüência, o seu fortalecimento, e às que deixarem o bonde da história passar, restará correr atrás do tempo perdido.

Os padrões de TV analógica

Durante o desenvolvimento da televisão em preto e branco, foram criadas diversas normas; uma delas era a dependência com a freqüência da rede de energia elétrica local. Como nos Estados Unidos a freqüência da rede elétrica era de 60 Hz, o processo para transmissão de televisão deveria gerar 60 campos de imagem por segundo para evitar o efeito da cintilação. A imagem seria formada por 525 linhas por quadro (formado por 2 campos) e 30 quadros por segundo para dar a sensação de movimento. Estas características do sistema de transmissão de televisão norte-americana fazem parte das normas estabelecidas pela RMA (Radio Manufacturers Association) ou simplesmente "M", e acabou sendo adotadas por outros países com a mesma freqüência de rede, como o Brasil e o Japão.

Países onde a energia elétrica é gerada com a freqüência de 50 Hz como Alemanha, Argentina, e outros, principalmente na Europa, o sincronismo da imagem é formada por 625 linhas por quadro e 25 quadros por segundo para dar a sensação de movimento” (texto disponível no Wikipedia).

No final dos anos 60, foi proposta a codificação PAL alemã como forma de acabar com os problemas com cores identificados no sistema americano. Vários países acataram a proposta. Durante a época, a França lançou o sistema SECAM, que utilizava banda de 8 a 10 MHz, o que ficou impraticável em países como o Brasil, por exemplo, que utiliza banda não maior que 6MHz.

Como o Brasil utilizava o sistema “M” americano, foi preciso adaptar o PAL europeu para os equipamentos já existentes no país e criou-se o PAL-M, com resolução de 625 linhas e 29,97 quadros por segundo, utilizando freqüência de energia próxima dos 60 Hz do padrão NTSC. Na Europa, com a freqüência de 50 Hz, criou-se as denominações PAL-B, PAL-G e PAL-L. Na Argentina, Uruguai e Paraguai, utiliza-se o PAL-N.

A TV digital

O surgimento da TV digital se deu em função do desenvolvimento da TV de alta definição (HDTV) no Japão e na Europa, há mais de duas décadas, com o Japão sempre a frente, com programas de alta definição, porém, em TV analógica.

A TV Digital é uma evolução da tecnologia da TV atual, mas trata-se de algo muito mais complexo do que apenas isso. É uma plataforma de comunicação que baseia-se em tecnologia digital para transmitir sinais, com ganhos de qualidade de áudio e vídeo, aumento da quantidade de programas de TV e novas oportunidades de serviços, substituição da formação de imagens através de pontos por imagens a partir da leitura de computação (bits) em 0 e 1 e por onde poderá se ter acesso, além do que já é disponibilizado pelo sistema convencional de TV analógica, também, ao que é de exclusividade da internet, só que com menos custos. Ela oferece ainda um leque imenso de canais a disposição, bidirecionamento, com oportunidade de interatividade direta entre receptor e emissor, comercio eletrônico, mobilidade, etc.

Nos Estados Unidos, a movimentação em torno da TV de alta definição começou em 1987, com o reconhecimento por parte do governo e das emissoras da importância tecnológica e estratégica do serviço. Em 1991 a Comissão Federal de Comunicação dos Estados Unidos estabeleceu os princípios gerais a serem observados quanto ao emprego da tecnologia digital. Foi proposto um sistema comum, que aproveitava características individuais de cada proposta apresentada na época. Esse sistema foi recomendado pelo comitê consultor no final de 1995. Em 1996, o FCC adotou o padrão ATSC (Advanced Television Systems Committee) para TV digital.

Na Europa, ao final de 1991, as empresas transmissoras, as produtoras de equipamentos eletrônicos e os órgãos reguladores começaram a discutir a formação de um grupo para examinar a viabilidade do desenvolvimento da televisão digital, o European Launching Group – ELG. O ELG se expandiu e passou a incorporar outros grupos. Foram estabelecidas regras a serem seguidas pelos participantes do ELG e em setembro de 1993 o ELG passou a se chamar Digital Video Broadcasting – DVB. Nessa época foi feito um estudo sobre a viabilidade e perspectivas da TV digital terrestre na Europa, introduzindo questões como o fornecimento do serviço a diferentes mercados consumidores ao mesmo tempo.

O DVB tinha por objetivo desenvolver um sistema digital completo baseado num só padrão para vários países, cada um com características específicas, como sua geografia, por exemplo.

No Japão, foi criado, em 1995, com o apoio do governo japonês, redes de TV e principais indústrias do setor, o Advanced Digital Television Broadcasting Laboratory (ADTV-LAB), com o objetivo de digitalizar as transmissões de TV no país. O padrão de modulação adotado foi o europeu COFDM e o orçamento aprovado para ser usado no desenvolvimento de tecnologia foi de 30 milhões de dólares, ao longo de quatro anos.

Em 1997, foi formado o Digital Broadcasting Experts Group (DIBEG), em cuja constituição estão presentes as mesmas entidades anteriores e também grandes empresas não japonesas. Seus principais objetivos são a promoção de intercâmbio de informações técnicas e a cooperação internacional. Somente em 1999 foi criado o padrão japonês de TV digital, o ISDB – Integrated Services of Digital Broadcasting.

No Brasil, no segundo mandato do presidente Fernando Henrique, foram realizados testes em torno dos padrões já existentes, pela ABERT. Em 2003, no governo do Lula, foi baixado decreto autorizando pesquisas junto a universidades para verificar a viabilidade da construção de um padrão nacional, o SBTVD – Sistema Brasileiro de Televisão Digital, com regras a serem cumpridas, se observando as necessidades de cada região do país.

Essa nova tecnologia, pelo fato de ser digital, permite a interatividade do sistema com o telespectador, que passa da passividade a uma atitude ativa frente às transmissões. A televisão digital permite a navegação na Internet, o comércio eletrônico, a transmissão de programas on demand e a comunicação através da TV. A interatividade traz consigo a necessidade de “retorno”, ou seja, que a comunicação flua também no sentido do receptor ao emissor do sinal, diferentemente do que ocorre nas transmissões analógicas. Os sistemas existentes provêem esse retorno através de linha telefônica comum, porém já há estudos no sentido de que ele seja feito via telefonia celular.

Esse sinal de televisão pode ser comprimido com outros sinais antes de ser transmitido. No receptor, todo o conjunto de sinais é descomprimido e convertido. Desta forma, na banda de freqüências ocupada por um canal – 6MHz no caso brasileiro -, onde cabe apenas um sinal de televisão analógica, podem ser veiculadas diversas transmissões simultâneas.

O sistema de modulação é o responsável pela alocação de um sinal de televisão, sempre de mesma largura (por exemplo, 6MHz), como é o de uma emissora qualquer, em diferentes freqüências do espectro.

Os padrões de TV Digital

Os principais sistemas de transmissão digital evoluíram dos padrões norte-americano (ATSC, de 1993) e europeu (DVB, de 1993). No fim de 1999, o Japão desenvolveu seu próprio sistema (ISDB), a partir do padrão europeu. Com isso existem, basicamente, 3 padrões de TV Digital no mundo.

O ATSC, padrão desenvolvido e adotado nos EUA para transmissão digital de broadcasting, tem limitações e não é recomendado se é desejada a recepção móvel. Seu desenvolvimento foi pensado para operar com conteúdo audiovisual em alta definição (HDTV). A opção do consórcio ATSC garante a melhor resolução de imagem possível. Ao mesmo tempo, restringe a capacidade de transmissão a um só programa por canal.

Os japoneses desenvolveram o ISDB, considerado o mais avançado e capaz de englobar diversas mudanças ou serviços, porém ainda não adotado por nenhum país. Foram feitos vários testes onde foram comparados os diversos sistemas e tecnicamente este padrão apresentou a melhor performance, pode ser usado para recepção móvel, pode englobar serviços de TV para celulares, notebooks, etc. e é onde se baseia o sistema utilizado no Brasil.

Padrão Europeu, mais utilizado atualmente, o DVB trabalha com conteúdo audiovisual nas três configurações de qualidade de imagem: HDTV (1080 linhas), EDTV (480 linhas) e SDTV (480 linhas), permitindo transmissão simultânea de mais de um programa por canal, uma média de 4 permitindo uma média de 4.

Ele tem três subdivisões: DVB-T, utilizado para transmissão terrestre (broadcasting), DVB-C, para transmissão via cabo e DVB-S, utilizado para retransmissão via satélite.

Regulamentações das TVs Digitais

As transmissões digitais devem ser regidas por regras técnicas para evitar a interferência em outros serviços de usuários do espectro eletromagnético, bem como deve ser homologada tecnologia que garanta qualidade do serviço, considerando-se aspectos de viabilidade econômica;

Nos E.U.A., as regulamentações acontecem nos níveis federal, através do FCC, estadual, através das Public Utilities Commission (PUCs), complementar, tanto federal como estadual, pelas instituições antitruste. Em 1996, com a efetivação da nova Lei de Telecomunicações (Telecom Act), a FCC ganhou força para centralizar a direção regulatória no caminho da criação de rápida competição na indústria.

Foi realizada a regulamentação do cronograma para implantação da TV digital, definida a quantidade de horas de transmissão digital durante o período de transição. Foi regulamentada ainda a recuperação, ao final da transição, do espaço espectral destinado ao serviço analógico.

O continente europeu, representado pelos países membros da Comunidade Européia, tem concentrado sua regulamentação de telecomunicações na direção de liberalização dos mercados, tentando mudar o padrão histórico vigente de monopólio, estabelecendo a obrigatoriedade de constituição de autoridades regulatórias nacionais, cuja responsabilidade, contudo, tem um caráter subsidiário. Em geral, os reguladores europeus não têm atribuições sobre os segmentos de TV e mídia, cuja responsabilidade cabe a órgãos do governo de cada país, se diferenciando do caso americano, priorizando no estabelecimento das diretrizes para regulamentação tecnológica, visando garantir a integração entre equipamentos usados ao longo da cadeia.

No Brasil, as regras criadas ainda da constituição e escolha do padrão a ser utilizado segue as seguintes orientações: apresentar soluções voltadas para uma sociedade bastante desigual, na busca de promover a inclusão digital e social; fortalecer as redes de competência e aumento da base de conhecimento; reduzir a dependência tecnológica e substituição de importações de softwares e componentes; incentivar a produção de conteúdos regionais e locais e novas oportunidades de negócio para geração de empregos; diminuir a dependência e inserir a Ciência e Tecnologia brasileira nos consórcios internacionais; criar o potencial de exportação de softwares e equipamentos; além de fortalecer a indústria nacional com produção de alta escala; e criar novos mecanismos de suporte à cultura, educação e saúde.

Set-top Box

Para se capturar as imagens com a transmissão digital, será necessário que o aparelho receptor trabalhe com o mesmo sistema de codificação do emissor. Espera-se que em breve estes aparelhos já sejam comercializados totalmente para o sistema digital. Porém, o que vai acontecer com os aparelhos existentes atualmente?

Para isso, será possível adquirir uma STB ou Set-Top Box, que é um equipamento que é posicionado entre a TV e uma fonte externa de sinal permitindo que o conteúdo enviado seja exibido na tela. Também chamada de receiver ou converter, uma STB demodula, decodifica e prepara o conteúdo que o usuário verá na tela. Em linhas gerais, o receptor STB recebe as informações no formato digital e converte para sinal analógico.

É como um micro especializado, contém um ou mais microprocessadores rodando um sistema operacional , Linux ou Windows, tem memória RAM, um chip decodificador MPEG e outro chip para tratamento do sinal de áudio.

Com o STB, o sinal ou as imagens no formato de alta definição estará garantida, sem os fantasmas, ruídos ou quaisquer interferências, contudo, convém lembrar que a interatividade que os sistemas europeu, japonês e brasileiro utilizam, não estão garantidos, muito embora como é um "micro" pode ter outro conjunto de aplicações instalados que permitam a interação entre o servidor e o cliente ao qual damos o nome de "middleware".

TV Digital X TV Analógica

Certamente a maior vantagem da transmissão em sistema digital é o fato de não haver perdas em termos de qualidade do sinal, ou seja, o número de linhas horizontais no canal de recepção, mesmo em modo SDTV, é superior a 400, sendo idêntico àquele proveniente do canal de transmissão. Nos sistemas analógicos, em função das perdas, a definição dos transmissores (aparelhos de TV e gravadores de vídeo-cassete) atinge, na prática, somente 330 linhas horizontais, ou seja, ocorre uma perda da ordem de 50%.

É importante observar, contudo, que a transmissão digital de TV, se propicia uma recepção sempre de alta qualidade, exige condições de cobertura e robustez do sistema muito mais críticas para fazê-lo. Na transmissão analógica, localidades distantes dos transmissores – com sinal fraco - ou que enfrentam vários obstáculos no seu percurso, como morros ou prédios, podem exibir imagens cheias de fantasmas e chuviscos. Entretanto, essas mesmas localidades podem não acusar a recepção de qualquer sinal de TV se o sistema digital utilizado não possuir alta robustez ou não for cuidadosamente configurado. Observe-se que a transmissão digital de TV é binária: excelente recepção ou nenhuma recepção (tela negra), não há estados intermediários. As TVs analógicas enviam um sinal dizendo ao canhão de elétrons como "pintar" as linhas da tela. Este sinal se degrada com a transmissão, afetando os detalhes da imagem. Os aparelhos digitais enviam a mesma informação em séries de bits (linhas de dados feitas de zeros e uns). A vantagem é que estes sinais digitais não se degradam, então a imagem fica muito melhor em um aparelho digital.

Deve-se considerar também a fonte. Não importa quanto foi gasto em uma TV, a imagem só será tão boa quanto o sinal da fonte da qual ele é recebido. Por exemplo, um DVD aparecerá melhor em uma televisão de excelente qualidade do que o sinal de uma antena de transmissão analógica aparecerá em uma televisão de alta definição de excelente qualidade. Isto acontece porque a qualidade do sinal digital enviado para o aparelho analógico é muito superior ao sinal analógico enviado para a televisão de alta definição digital.

Podemos, então, fazer uma comparação diretamente em uma tabela:

 

Fator
Analógico
Digital
Resolução
525 linhas (4:3)
1080 linhas (16:9)
720 a 480 linhas (16:9)
ou
1920×1080 pixels (HDTV)
e 640×480 (SDTV)
 Qualidade de Imagem
 Degrada
Não degrada
Novos Recursos
Nenhum
Interatividade (datacasting)
Múltiplos fluxos de áudio e
vídeo
Otimização do espectro
Uso do espectro limitado por interferências
Possível uso de canais adjacentes
Interatividade
Através de outros recursos (internet – telefone – celular)
Imediato, através do próprio aparelho – Canais de Áudio, Jogos e Compras
Interferência
Sim
Nunca
Programação
Única
Múltipla – até 6 programações por canal
Formato de imagem
4:3 (vertical)
16:9 (mais horizontal)
Som
Mono ou estéreo (até 2 canais)
Dolby Digital (até 6 canais)
Impressão em tela
Canhão de elétrons
Em bits

Combinações
Resultados
Fonte analógica para TV analógica
Imagem analógica (boa)
Fonte digital para TV analógica
Imagem analógica (um pouco melhor)
Fonte digital para TV digital
Imagem digital (a melhor)

Conclusão

A TV Digital já é uma realidade nos quatro cantos do mundo, incipientes em alguns países, em fase de avanço em outros, mas é uma realidade.

A previsão é de que, no Brasil, os próximos anos sejam de transição entre o sistema analógico e o digital, com transmissões nas duas modalidades por cerca de uma década para, finalmente, podermos usar da mais alta tecnologia em sua totalidade.

Como toda novidade, e assim como foi a TV colorida, frente a preto e branco, pouco a pouco fabricantes, emissoras, lojas e a população vão se adaptando ao novo formato e espera-se que, com a complexidade do novo sistema, formas e regulamentos façam com que os conteúdos possam fazer valer o ideal de televisão, a promoção da educação, culturas locais, problemáticas das sociedades e etc.

Bibliografia

Disponível na internet: http://www.microfone.jor.br/historiadaTV.htm#decada80

Disponível na internet: http://www.tudosobretv.com.br/histortv/histormundi.htm

Disponível na internet: http://www.teleco.com.br/tutoriais/tutorialtvd/pagina_1.asp

Disponível na internet: http://eletronicos.hsw.uol.com.br/guia-para-compra-de-tv13.htm

Disponível na internet: http://www.tiagonogueira.com.br/?p=12  

Disponível na internet: http://www.euseiescrever.com.br/coluna.php?b=234324

Disponível na internet: http://www.wikipedia.org


Publicado por: George Martins da Silva

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