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Por que os Brasileiros Ocupam as Ruas?

Clique e saiba por que os brasileiros estão ocupando as ruas!

O texto publicado foi encaminhado por um usuário do site por meio do canal colaborativo Meu Artigo. Brasil Escola não se responsabiliza pelo conteúdo do artigo publicado, que é de total responsabilidade do autor . Para acessar os textos produzidos pelo site, acesse: https://www.brasilescola.com.

Para uns, protestar e ocupar as ruas é sinônimo de bagunça e oportunismo. Para levar algum tipo de vantagem. Para outros, o brasileiro, tido como pacífico, não aguenta mais a corrupção e a má gestão da administração pública. O fato é que nos últimos dias, ruas e praças vem sendo tomadas. São milhares de brasileiros. Como vivemos num mundo globalizado, a onda de insatisfação que toma o país ganha respaldo e legitimidade mundo afora. Da Europa principalmente.

Enquanto isso, a elite dominante está atordoada a ponto de não conseguir captar a mensagem, de descontentamento vinda, da população. Afinal, todo este movimento não possui uma única liderança. Assim, fica difícil a cooptação por parte da autoridade. Outra coisa, as pessoas se juntam num local para realizar um ato de protesto e simultaneamente ocorre o mesmo em outros lugares. Essa logística - para autoridade e a polícia - não é fácil.

Por outro lado, é preciso lembrar que no século 18, os franceses, cerca de 500 mil, foram às ruas para protestar. Eles ensinaram ao mundo como fazer uma verdadeira revolução. Para começar, o rei Luís 16 e seu estafe foram tirados do poder. Em 14 de julho de 1789, a Bastilha foi tomada. O que queriam? Eles queriam liberdade, cidadania e democracia. Além disso, em Paris havia muita miséria, fome, insatisfação e gravíssimos problemas sociais.

De um lado, ninguém nega que entre nossos jovens existe altas taxas de desemprego e total ausência de perspectiva social. Tem mais, a grande maioria da população é excluída das riquezas produzidas. De outro lado, o Estado brasileiro é incapaz de responder, de forma aceitável, as demandas da população. Saúde, segurança, educação, transporte público, emprego, creche etc.

Para acabar com os movimentos de rua, as autoridades mandaram a polícia reprimir os manifestantes. O tiro saiu pela culatra. Ou seja, houve enfrentamento, quebra-quebra e muitos feridos. Ainda assim, as manifestações estão se espalhando, tanto nas grandes como nas pequenas cidades. As redes sociais tiveram um papel fundamental na organização destes movimentos.

Quem são os manifestantes e o que querem? Estudantes universitários, a classe média e parte dos seguimentos mais marginalizados da população. São eles que pagam mais impostos e sofrem duramente com as injustiças sociais. São as maiores vítimas da violência.  Portanto, a exclusão social serviu de elemento agregador das massas. Além disso, o povo não suporta mais corrupção, desvio e lavagem de dinheiro, bem como não quer negócios de trapaça.  Na verdade, é preciso repensar e rediscutir os rumos do capitalismo em terras brasileiras.

Duas lições importantes aprendidas pelos dois lados: o povo sabe que tem força, se ocupar ruas e praças. Ele quer saber, por exemplo, qual é o percentual de reajuste das passagens do transporte público, para onde vai o dinheiro do IPTU, quanto é investido em saúde, educação e segurança. Quanto à elite, diante dos últimos acontecimentos, tem clareza que precisa dialogar com as massas. Uma outra dificuldade são as pequenas revoluções, que não têm lideranças fixas.

Finalmente, fica claro que se nossas autoridades não mudarem seu ''modus operandi'', na administração pública, podemos ter um quadro de violência generalizada pelo país. Exageros à parte, mas isso pode acontecer. No entanto, é preciso dar atenção à grita quem vem das ruas, afinal de contas, os brasileiros estão antenados com a sua dura realidade.

Enquanto isso, a vida segue e continuamos pagando impostos abusivos e não temos a contrapartida. Mais ainda: vergonhosamente verbas públicas são usadas para a construção e reforma de estádios da Copa (2014). Ainda é cedo, o fato é que os brasileiros estão reagindo e lutando pelos seus direitos. A grita é clara: nem tudo vai ''acabar em pizza'', futebol e carnaval como outrora.


Publicado por: RICARDO SANTOS

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